terça-feira, 23 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

Apoiado!

http://educar.wordpress.com/2008/12/19/resistencia-parte-2-escola-secundaria-de-barcelos/#comment-149187



Qualquer dia ainda começo a ter actividade partidária, só para poder destronar «este» PS.

Já há mais sondagens...
Continuo a considerar (sem qualquer tipo de subjectividade!) que a mais correcta é a da AXIMAGUS.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Anedota do dia

Na TSF:
Ontem às 22:42

O secretário-geral socialista definiu, esta quarta-feira, o PS como um partido sem problemas de identidade, assumindo-se como «popular», da «esquerda democrática» e «moderada». Sócrates disse ainda que o seu Governo foi quem fez mais políticas sociais em 30 anos.
José Sócrates diz que o PS não tem problemas de identidade

««A nossa governação serviu e honrou a história do PS, porque o PS sempre foi assim. (...) Os portugueses sabem bem quem nós somos. Somos o grande partido popular da esquerda democrática e da esquerda moderada em Portugal», disse José Sócrates.
«É isso mesmo. Vou dizer mais uma vez. (É QUE À PRIMEIRA NINGUÉM ACREDITOU) Este partido é a esquerda democrática e moderada em Portugal, e é um grande partido popular», repetiu, numa clara demarcação do eventual projecto de união entre as forças de Manuel Alegre e do Bloco de Esquerda. As palavras de José Sócrates foram proferidas no jantar de Natal do grupo parlamentar socialista, do qual Manuel Alegre esteve ausente alegando motivos de doença.
O secretário-geral do PS defendeu também que foi o seu Governo quem criou mais políticas sociais nos últimos 30 anos e antecipou que as desigualdades sociais «vão continuar a baixar» no próximo ano. «Nos últimos 30 anos, não me lembro de terem sido criadas tantas políticas sociais como com este Governo», disse, acrescentando «orgulhar-se» por liderar um Executivo «com consciência social».

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Do Terrear:
palavras de Manuel Alegre, Diário Económico, 15/12, p. 36
Educação: "Há qualquer coisa de obstinado e cego e surdo quando se insiste numa avaliação por portas administrativas que penalizam a escola pública".
Economia: "Há qualquer coisa que não bate certo num país onde 18% dos portugueses vivem no limiar da pobreza e uma minoria de gestores ganha milhões em prémios e salários".
Trabalho: "Há qualquer coisa do avesso quando o novo código do trabalho é elogiado pelo presidente da CIP."
Estado: "Há qualquer coisa de indecoroso na promiscuidade do exercício entre cargos públicos e privados."
Banca: "É preciso coragem para não gastar dinheiros públicos a salvar o BPP que administra grandes fortunas".

Vou seguir estes conselhos

Encontrei no blogue dos Proflusos.

"Isto não é só para os que pretendem reformar-se por insanidade. Também se encaixa para outras situações.
Seguem-se algumas estratégias para mostrar e manter um certo nível de insanidade...
1. Na hora de almoço, sentem-se no vosso carro (estacionado), ponham uns óculos escuros, 1 caneta em cada narina e apontem um secador de cabelo para os alunos que passam. Vejam se eles param ou fazem comentários.
2. Sempre que alguém vos pedir para fazerem alguma coisa, perguntem se querem batatas fritas a acompanhar.
3. Encorajem os vossos colegas a fazer uma dança de cadeiras sincronizada convosco, na sala dos professores.
4. Coloquem o recipiente do lixo (da sala de aula), sobre a mesa do professor e escrevam nele: "Entrada de Relatórios e outros trabalhos".
5. Desenvolvam um estranho medo a agrafadores, fotocopiadoras e impressoras.
6. Ponham café descafeinado na máquina de café, durante três semanas. Quando todos tiverem perdido o vício da cafeína, mudem para café expresso.
7. No verso de todos os vossos cheques, escrevam: "Referente a suborno".
8. Sempre que alguém vos disser alguma coisa, responda: "Isso é o que tu pensas".
9. Terminem todas as vossas frases com: "De acordo com a profecia".
10. Ajustem o brilho do vosso monitor para o ní­vel máximo, de forma a iluminar toda a área de trabalho, na sala de professores. Insistam com os outros de que gostam assim.
11. Não usem pontuação nos vossos textos.
12. Sempre que possível, saltem em vez de andar.
13. Perguntem às pessoas de que sexo são. Riam, histericamente, depois delas responderem.
14. Descubram onde o vosso PCE (ou coordenador de departamento) faz compras e comprem exactamente as mesmas roupas. Usem-nas um dia depois do vosso PCE as usar. Tem, ainda, mais impacto, se o vosso PCE for do sexo oposto.
15. Mandem emails para os restantes colegas do vosso departamento ou escola, dizendo o que estão a fazer, em cada momento. Por exemplo: "Se precisarem de mim, estou na casa de banho"."

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sondagens

Se eu fizesse uma sondagem, os resultados seriam muito diferentes destes:

Pessoalmente, sem qualquer rancor, muito objectivamente, para mim, a meu ver e na minha opinião, a mais credível é a da Aximage. Mas se surgir outra, com valores que me pareçam melhor, acreditarei nessa, porque, efectivamente e sem qualquer dúvida, será mais credível.

Muita Lata!

Hoje, já não consigo ver mais testes...
Resolvi ir dar uma volta pelos blogues. O que é que descubro difícil de acreditar? Isto:

Almeida Santos 8 de Dez. 2008:
«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas»,«…talvez seja melhor não obrigar os deputados a votações em vésperas de fins-de-semana, na Assembleia da República»
«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República»
«No meu tempo não havia votações à sexta-feira, porque já sei que é a véspera do fim-se-semana. Os deputados são humanos, não são máquinas»
E os outros portugueses são o quê?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Devida Comédia

de Miguel Carvalho, na Visão

Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.

A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.
Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Hoje fiquei a saber que uma menina de 5º ano que por acaso bateu numa funcionária (estará isto relacionado com a informação seguinte ou não terá nada a ver?) recebeu do pai 600€ para comprar um telemóvel de presente de Natal e dar presentes às amigas. Isto é normal?!!!!!!!!!
Prefiro o que os meus me davam: o seu exemplo, uma lamparina aqui e ali... e alguns «nãos». Não sei, mas não me parece que seja frustrada, complexada, sem auto-estima. Os meus maus pais fizeram-me bem -e tive/tenho dois pares- Por isso repito o padrão para a descendência. Lembrei-me deste texto que recebi por mail há já uns bons tempos atrás.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Estou farta

Paulo Rangel deu, hoje, uma conferência de imprensa onde fez saber que o PSD vai apresentar um projecto de Lei que, a ser aprovado, vinculará o Governo a suspender a avaliação de desempenho. Segundo o líder do grupo parlamentar social-democrata, trata-se de um diploma "ainda mais consensual" do que o do CDS-PP e que não é apenas uma recomendação, mas "um projecto de lei que vincula o Governo" caso seja aprovado. "O PSD subiu a parada, passou do projecto de resolução para o projecto de lei", sublinhou. "Isto é o primeiro grande sinal, um sinal de responsabilidade colectiva, de uma forma diferente de estar na política, de assumir as consequências dos erros e tudo isto foi aceite pelo grupo parlamentar no sentido de dar uma satisfação aos portugueses quanto à situação que ocorreu", concluiu Rangel.
Paulo Rangel ressalvou que, "naturalmente que, se entretanto se conseguir uma solução alternativa -- há negociações em curso (NÃO HÁ NÃO. É TUDO A FAZER DE CONTA!) que terão, aliás, hoje algum desenvolvimento - naturalmente que o PSD estará disponível para responder a essa situação retirando o seu projecto se houvesse um acordo".
Espero poder voltar a confiar nos políticos - do PS também. Que os Homens, sejam eles de que partido sejam, votem EM CONSCIÊNCIA, não por um partido, mas por uma ideia. Que essas coisas de «disciplina de voto» mais não são do que fascismo ou comunismo ditatorial.
Eu faço, apesar de todas as dificuldades que arrastará, uma GREVE POR TEMPO INDETERMINADO. (...mesmo que tenha de continuar a dar aulas aos meus alunos sem as contabilizar, nem assinar.)
(É extraordinariamente ridículo, pela radicalização, pela incapacidade de objectivar , mas eu sinto ÓDIO pelos 3 do ME. ÓDIO de cada vez que os vejo a debitar a cartilha do costume. Tenho 45 anos, supostamente já devia ter juízo - nunca «odiei» ninguém e escolher um trio destes é uma clara manifestação de menoridade, eu sei. Mas ainda estou em crescimento interior e sei que lhes perdoarei um dia.)

Felicidade

Curiosamente, depois das minhas carpidelas de ontem, hoje, uma colega que se reformou o ano passado (com penalização) estava na reprografia em amena cavaqueira quando entrei na escola.
Fui cumprimentá-la para saber «novidades» e como se «sentia».
Vocabulário que utilizei: Mágoa? Saudades?
Resumo da resposta: Felicidade. «De joelhos perante Deus e de pé diante dos homens.»
PS (salvo seja) A minha filha mais velha perdeu já uma das professoras para a glória da fuga à pena (daquelas que adoram dar aulas) e outra está já só à espera.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Desistir? Sobreviver?

A um post do Paulo que apontava para o blogue de José Matias Alves onde se questiona quem beneficia com esta reforma, um dos comentários é este:

laranjalima Diz: Dezembro 10, 2008 at 1:26 am
Quem beneficia com esta reforma?Pensando bem, não sou eu que perco mais!
Tenho pensado bastante sobre esta questão nos últimos tempos, e à conclusão que cheguei é que nem sequer são os professores quem mais perde.
Os professores, porque estão no terreno têm uma percepção da catástrofe muito maior do que a generalidade das pessoas. Por isso reagiram e procuraram por todos os meios denunciar o que se estava a passar. Neste processo apercebi-me de um tal preconceito em relação à classe que impede as pessoas de pararem para ver além do nevoeiro que a avaliação lançou sobre a discussão em torno da Escola Pública que está a caminhar para o abismo.
Eu,cansei! Aplaudem a ministra porque gostam da escola fábrica que lhes “guarda” os meninos o dia inteiro, dos professores “facilitadores das aprendizagens”, de um sistema em que os meninos matriculam-se e acto contínuo estão passados, de uma escola onde cresce a olhos vistos a indisciplina e autênticos gangs organizados lançam o terror nos recreios e à saída da escola… e se eles gostam porque vou eu contrariá-los? Não sou eu a responsável pelos excluídos do futuro. Só me preocuparei a sério se as escolas privadas desaparecerem porque, aí sim, o futuro dos meus filhos está em risco.
A minha filha mais velha sairá do sistema no ano que vem. A mais nova daqui a 3 se tudo correr bem.
Eu já ando a pensar que rumo dar à minha vida profissional se «esta» escola e «este» sistema vingarem. E nem acho que seja «desistência»: será mais «sobrevivência». Ou melhor, «desistência» do país e «sobrevivência» pessoal, porque não sou mártir, parva ou eduquesa nem, tão pouco, política, para poder andar a fazer de conta.
E tenho muita pena de não acreditar nos políticos. Com estes exemplos recentes, quem pode?

Reformas

Alguns, são reformas. Na parte final, no entanto, são fugas.
E eu, para não apanhar, não posso - nem com penalização.

Igualdade

Eu hoje estou um bocadinho parva. Mas quando nos começa a chegar muito próximo o mau cheiro, sentimos necessidade de desodorizar o ambiente.
Quando optei por ser professora sabia, à partida, que teria de lidar com todo o tipo de miúdos. Daí que tinha por hábito surgir de início como «muito má» para terem primeiro medo que depois, com o tempo, passava a respeito. Era assim que entrava nas primeiras aulas do ano. Má. Como tenho estado com os mais velhos, não tem sido necessário nada disto, porque ou já ouviram falar de mim (é um meio pequeno) ou já são crescidinhos o suficiente para não estarem com palermices.
Mas, este ano, já por 3 vezes, miudinhos pequenos se vêm «meter» comigo. Com esta fantástica lei de os fumadores terem de sair do recinto da escola para fumar, faço-o junto ao portão de entrada. Da 1.ª vez, a chover, um imberbe sai do grupinho de 4 onde estava e pede-me para se abrigar debaixo do meu chapéu-de-chuva. Fico espantada, mas digo-lhe que sim. Lá se «instala»,mas de repente põe-se à minha frente, aponta para o cigarro e começa a articular qualquer coisa sobre o cigarro que eu estava a fumar. Só me saiu um «desaparece!» áspero, agreste, definitivo. Desapareceu. Da 2.ª vez, estava para abrir a porta da minha sala de aula e um pequenino, mas pequenino mesmo, passa entre mim e a porta, pára, olha para mim e dispara um olá. Soou-me a algo desafiador do tipo «tão a ver que eu consigo?» para os amigos. Apontei-lhe um dedo ao nariz, bem pertinho, e perguntei-lhe muito baixinho de onde é que me conhecia para me estar a cumprimentar. Articulou umas meias palavras misturadas com o engolir em seco e saiu-me da frente. Hoje, porque não há duas sem três, de novo cá fora a fumar, vem um espertinho (que nunca vira mais gordo) pedir-me para eu lhe dar a mão (que tinha no bolso) porque me queria mostrar um novo aperto de mão que ele tinha inventado com os amigos. Passei-me. Como ao primeiro, disse-lhe «desaparece». Acrescentei que «estou no meu intervalo, quero paz, e não quero ser importunada por quem não conheço. Voltou para junto dos amigos e de lá ficaram a comentar bamboleando-se, fazendo-me lembrar aqueles gangs dos filmes americanos, tendo um dito que «também estamos no intervalo». (?). Ainda ruminei sozinha mais umas palavras do tipo «Mas que disparate é este?».
Será que tenho um ar mais «manso» com a idade? Porque nunca nenhum aluno se chegou a mim desta forma. Nunca. Isto assusta-me um pouco.
Quem são estes miúdos? Perguntei ao funcionário do portão. São dos CEF.
Estes miúdos há uns anos não estavam na escola. Estariam em outro tipo de instituição, havia uma aqui perto, onde eram acompanhados com monitores, ou a trabalhar. (Um deles é o que quer, mas não o deixam).
Fiquei mais «descansada». Não sou eu que estou mais «mansa». São estes que não respeitam ninguém, porque não sabem. Nestes, ninguém tem mão. Estes fazem o que querem. Mesmo reprovados por faltas e sucessivas provas de recuperação sem resultados são obrigados a manter-se na escola, a ir às aulas (?). Que fantástico Estatuto do Aluno! Estes batem nos colegas, (dois já foram uns dias suspensos para casa), estes (que qualquer dia me batem a mim) desobedecem a ordens, insultam e dizem asneiras grossas de boca cheia e regozijados pelo espanto com que se olha para eles, estes não podem ser expulsos. Independentemente do que façam, de como se comportem, das regras de convivência por que se rejam, do exemplo que dêem aos outros. Têm os mesmos direitos dos que se comportam bem, que não agridem ninguém, que seguem as regras básicas. Bela igualdade esta!
É o estertor da escola republicana, como lhe chama José Luiz Sarmento...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Este ME é INACREDITÁVEL!

Depois de a plataforma de sindicatos ter desconvocado as greves da próxima semana num gesto de boa vontade, de abertura para uma renegociação com o ME que a isso se dispôs - com o que rejubilei (e cheguei mesmo a ver uma luz ao fundo do túnel) - recebo no meu mail, por pouco não vomitando:

----- Original Message -----
From: <DGRHE.MEducacao@dgrhe.min-edu.pt>
Sent: Friday, December 05, 2008 9:50 PM
Subject: Esclarecimento - Avaliação de desempenho
> Esclarecimento>
> 1 - Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.>
> 2 - Os sindicatos neste processo não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o Ministério da Educação (ME) dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.>
> 3 - O ME, mantendo a abertura de sempre, que já conduzira ao Memorando de Entendimento com a plataforma sindical (ver infra), respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta. >
> 4 - Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho, que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.> >
> Informação complementar>
> 1 - "Uma avaliação séria melhorará a escola" - discurso da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, na Assembleia da República, em debate sobre a avaliação de desempenho, em http://www.min-edu.pt/np3/2923.html.>
> 2 - Notas sobre um modelo de avaliação que protege os professores, em http://www.min-edu.pt/np3/np3/2905.html.>
> 3 - Dossier Avaliação do Desempenho Docente, em http://www.min-edu.pt/np3/193.>
> 4 - Memorando de Entendimento entre o Ministério da Educação e os sindicatos em http://www.min-edu.pt/np3/1900.html.> >
> Lisboa, 05 de Dezembro de 2008.> >


É PRECISO NÃO TEREM VERGONHA NENHUMA NA CARA!

SE FOR MARCADA UMA GREVE SEM PRAZO, FÁ-LA-EI!!!!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ao seu estilo habitual

“As principais vítimas desta insistência são os próprios professores. Se não forem avaliados, estão a deitar fora dois anos de serviço e não progridem”.
Jorge Pedreira
A bem na nação.
Desde 2005 que estou congelada. Em Julho de 2006 teria tido um aumento líquido de cerca de 100 euros com a transição para o antigo 8.º escalão, novo 5.º. Até hoje tiraram-me à volta de 3000 euros líquidos (100€ x 30 meses - sem contar com os subsídios).
Como nunca concorrerei a titular (porque não concordo com as funções que lhe são atribuídas, nem com o estatuto que nos divide) só poderei aspirar a passar para este 5.º escalão que será o meu topo da carreira.
Afinal, se já subsisti até aqui, subsistirei muito bem. Tem de se dar utilidade aos cintos.
A dignidade não se vende.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Certificação ou «Vergonha Nacional Institucionalizada»

http://ocantinhodaeducacao.blogspot.com/2008/12/o-presidente-da-agncia-nacional-para.html

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=118511&tab=

Que tristeza esta gente que nos governa que faz da mentira militante a sua bandeira.

Greve a 3 de Dezembro

Porquê? Porque NUNCA a escola pública esteve tão mal desde que a conheço. Porque o que se antevê consegue ser ainda pior. Porque sinto que a lucidez anda finalmente por aí.

Os programas

deviam ser mais claros, curtos, explicítos e menos eduqueses.


Não sei das outras disciplinas, mas o segundo passo seria reformular o programa de Português do Secundário:

Substituir isto ...
Para realizar a interacção entre as diferentes competências, seleccionaram-se vários tipos de textos em que há uma evidente articulação entre protótipos textuais (narrativo, descritivo, argumentativo, expositivo-explicativo, injuntivo-instrucional, dialogal-conversacional) e textos das relações dos domínios sociais de comunicação (relações educativas, relações profissionais, relações com os media, relações gregárias e relações transaccionais). Desta forma, a tipologia textual prevista para o ensino secundário adquire uma dimensão praxiológica, permitindo abordar textos que, cabendo numa das categorias de protótipos textuais, preparam os jovens cidadãos para uma integração na vida sociocultural e profissional. As várias competências poderão ser desenvolvidas e explicitadas a partir dos textos previstos com o objectivo de consciencializar os alunos para a língua e, consequentemente, para a cultura de que são portadores e que lhes serve de instrumento fundamental à interacção com o mundo. Espera-se, pois, que o aprofundamento das estratégias de recepção e produção dos textos orais e escritos permita aos jovens do ensino secundário um domínio mais completo e consciente do sistema linguístico de que são utilizadores.

...um pequeno exemplo dos intróitos do Programa de Português do Ensino Secundário por isto:
.Análise e interpretação de diferentes tipos de texto.
.Produção de diferentes tipos de texto.

Ou isto...
A formação dos alunos para a cidadania, competência transversal ao currículo, é também uma competência do Português, já que a inserção plena e consciente dos alunos passa por uma compreensão e produção adequadas das funções instrumental, reguladora, interaccional, heurística e imaginativa da linguagem. A tomada de consciência da personalidade própria e dos outros, a participação na vida da comunidade, o desenvolvimento de um espírito crítico, a construção de uma identidade pessoal, social e cultural instituem-se como eixos fundamentais nesta competência. Estes factores implicam a promoção de valores e atitudes conducentes ao exercício de uma cidadania responsável num mundo em permanente mutação, onde o indivíduo deve afirmar a sua personalidade sem deixar de aceitar e respeitar a dos outros, conhecer e reivindicar os seus direitos, sem deixar de conhecer e cumprir os seus deveres. Trata-se, em suma, de levar o indivíduo-aluno a saber viver bem consigo e com os outros.
...que pura e simplesmente apagava.

No que respeita a afirmação pessoal, considera-se que a Escola deve estimular no aluno o autoconhecimento e a expressão de si, pelo que deve instituir práticas de produção oral unidireccional (aluno -> alunos/professor) que dêem lugar a manifestações individuais e adoptar estratégias que visem o descondicionamento da expressão e a procura da dimensão lúdicocatártica da palavra, promovendo o desenvolvimento desta competência.
... isto também.

76 páginas. Tanta coisa supérflua que ninguém lê, que lá está, mas não se percebe bem para quê, que enrola e enrola, num discurso intelectual prolixo, que nada de novo traz, a não ser número de palavras.
Bastava uma listagem dos conteúdos. Só. Simples.