terça-feira, 26 de junho de 2007

E.R.T.

A IC chamou-me a atenção para isto da Maria Lisboa... Fiquei atónita... Não fazia a mais pequena ideia...
Explica muita coisa...

domingo, 24 de junho de 2007

Pausa

Pausa na correcção de exames:



Sempre ri um bocadito...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Maldizente

Talvez seja mesmo uma intriguista... Mas com tanto tempo de preparação, não seria possível fazer-se a prova de Física e Química A sem erros???

http://www.gave.min-edu.pt/np3/128.html
Pelo menos, a correcção é atempada e faz sentido.


Aos de Português dão este ano uma grelha que não possibilita a introdução de décimas... Faz-se o arredondamento e no final poderemos ter valores de diferença. Mas tá-se bem.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

terça-feira, 19 de junho de 2007

Mais um delito de opinião...

Sócrates o ditador

por António Barreto

«A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam.

Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal.

A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.

Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta.

Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.

Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.

Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado.

Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.

Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.

Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.»

Mais um delito de opinião.

Demitam-se depressa

19.06.2007, Santana Castilho

Acuso os corações gelados que roubaram a uma colega a dignidade de morrer na paz possível e grito o que me vai na alma

1. O Tribunal Constitucional, em acórdão da semana passada, declarou inconstitucionais as trapalhadas de Valter Lemos, que propiciaram a repetição de exames do 12.º ano. Olimpicamente, contra tudo e contra todos, a ministra sustentou a tese do seu secretário de Estado. Foi cilindrada na Assembleia da República, onde ouviu até uma acusação de falta de dignidade intelectual. Em artigo que aqui escrevi em 31 de Julho de 2006, demonstrei a arrogância, o autismo e a incompetência com que o processo foi conduzido e previ as batalhas judiciais que se seguiram. Ao que julgo, foram 10 decisões dos tribunais sempre desfavoráveis ao Ministério da Educação, embora sistematicamente recorridas, que antecederam este acórdão.
É impossível corrigir o mal feito. Não temos meio de ressarcir os 10.000 alunos prejudicados. Mas, em nome da dignidade do Estado de Direito, recomendo aos tristes protagonistas: demitam-se depressa!
2. Viram o mesmo que eu vi, não correram mais que escassas semanas? O primeiro-ministro, braço desnudo e garrotado oferecido à pica, a inscrever-se como dador de medula?
Leram o mesmo que eu li? Manuela Estanqueiro, professora, 63 anos de idade, 30 de serviço, morreu em sofrimento evitável, uma semana depois de um comité de burocratas a ter coagido a regressar às aulas, ela que tinha uma leucemia certificada por junta médica e que, triste fado o seu, nenhum transplante de medula pôde salvar?
Achei acabrunhante a ideia de se convocarem as televisões para propagandear um acto de Sócrates, que deveria ter ficado protegido pela discrição. Todavia, concedo que a decadência moral desta sociedade seja mobilizável por tais iniciativas. Por isso me calei. Mas agora acuso os corações gelados que roubaram a uma colega a dignidade de morrer na paz possível e grito o que me vai na alma. Por uma questão de coerência e para acreditar que foi genuíno o interesse do primeiro-ministro pelos que a leucemia condena, seria preciso que ele, ou alguém a seu mando, se tivesse já apressado a mandar apurar por que assim se fez com a defunta professora e convocado de novo as televisões para nos garantir que assim não se voltará a fazer. Este silêncio dá-me náuseas. Maquiavel tinha razão: na política não há moral!
3. "Pela primeira vez, o país associará os resultados não apenas à performance dos alunos, mas também ao trabalho das escolas e dos professores, para o melhor e para o pior". Assim falou a ministra da Educação, a propósito dos resultados que o exame de Matemática do 9.º ano dite e referindo-se ao Plano da Matemática. Esta frase é um assassino disparate. Disparate, porque traduz uma visão epidérmica que não se permite a uma ministra da Educação. Com efeito, ninguém de bom senso pedagógico espera que escassos meses de trabalho removam problemas de décadas ou pretende que os exames, sendo importantes, dêem fé de tudo o que é relevante. Assassino, porque descarrega sobre a escola e sobre os professores o todo de uma responsabilidade que é partilhada por muitos outros, a começar pela própria ministra. Com efeito, à massiva disponibilidade voluntária dos professores e das escolas não respondeu o Ministério da Educação com o que lhe competia. Porque o ano lectivo começou sem que os planos apresentados pelas escolas estivessem aprovados. Porque os professores acompanhantes só em Janeiro de 2007 estavam recrutados. Porque os financiamentos, para além de diferirem do que as escolas orçamentaram, pingaram parte em Dezembro e o outra parte com Abril entrado. Porque, em muitos casos, requisitos pedagógicos e científicos necessários só foram disponibilizados no terceiro período lectivo. Porque, como a ministra bem sabe, além daquela a que se referiu, há outras medidas que nem sequer saíram do imobilismo dos papéis. O Plano da Matemática tem um órgão de acompanhamento, do qual fazia parte a APM (Associação de Professores de Matemática). Porque esta associação disse em público mais ou menos o que acima afirmei, diligente funcionário superior teve a inferior iniciativa de indicar à APM a porta de saída. Bem doutrinou Bush: "Quem não está connosco está contra nós".

domingo, 17 de junho de 2007

Medo e Coragem

A denúncia é importante, como nos diz António Balbino Caldeira na sua caixa de comentários:

Caros comentadores

Mas se, pelos motivos explicados, não aceito por agora o apoio financeiro, agradeço muito a vossa ajuda em iniciativas de ajuda que contribuam para denunciar os abusos praticados contra a liberdade de expressão em Portugal.

Agradeço muito as iniciativas das petições - se bem que nesta última não posso concordar com a expressão hipotética do "delito de opinião" que não pratiquei e os leitores sabem que não pratiquei - factos, factos, factos. As petições tem três problemas principais em Portugal: as petições supõem o efeito da vergonha na outra parte, ora num regime que tende para totalitário, não existe vergonha e, portanto, não tem emenda por essa via; o direito de petição está na Constituição, mas o parlamento desprezou, e desprezará, petições com mais de 80 mil assinaturas (!), por isso alguns milhares de assinaturas não comovem os deputados da Nação; as petições podem ser sabotadas com a inscrição de tarados, que chegam ao cúmulo de pagar anonimizadores - por exemplo, o Domains By Proxy, aqui já exposto como servidor de um tarado, é a pagar e teve de ser pagar com cartão de crédito que identifica o cliente ou quem lho emprestou - e o preenchimento de dados a gozar com o fim nobre da iniciativa (isso já foi usado no passado e agora creio que novamente).

E julgo ainda mais importante, sem desprimor para quem apresentou estas duas iniciativas - até porque útil é haver várias e sobre vários alvos e meios - a sugestão do Dr. José Maria Martins do envio de mails de protesto para a presidência da República (relativamente à AR, pelas razões que são conhecidas, não creio que tivesse eficácia), outros órgãos do Estado e, ainda, organizações internacionais - já vi por aí um texto solidário escrito em inglês neste blog - http://nunojsilva.wordpress.com -, nomeadamente o presidente do Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e embaixadas estrangeiras de países de influência, denunciando a perseguição da liberdade de expressão em Portugal relativamente a factos demonstrados sobre José Sócrates.

Não se limitem a um acto só, pois aqui vale a variedade dos actos, meios e formas, sendo extremamente eficaz a espontaneidade.

Por isso, aceito a vossa ajuda na denúncia do abuso.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Bom senso

No GAAIRES apresenta-se esta sugestão:


Como já escrevi uma vez, parece-me que a inclusão da nota de Educação Física na média para ingresso no ensino superior penaliza um número indeterminado de alunos que, quando iniciaram o seu percurso escolar não podiam adivinhar que as regras do jogo iam ser mudadas. Mas também me parece injusto que os alunos com bom desempenho na disciplina não possam tirar proveito disso. Por isso mesmo, entendo que deveria ser adoptada uma de duas soluções sugeridas pela Comissão de Avaliação:

a) que o aluno possa optar por uma das duas médias (com ou sem Educação Física) - é a minha preferida e a de mais fácil concretização;

b) que cada aluno possa excluir da média a disciplina com pior nota (desde que não seja específica, claro).


Quando fiz o 12º (foi a primeira vez que existiu) teve de ser com aulas à noite, pois a escola não tinha espaço para nós. Tive três disciplinas. Posso dizer que não fiz absolutamente nada. Foi um ano divertido a jogar matrecos num café próximo do liceu... Fiz o ano «com uma perna às costas» e não sofri qualquer pressão com a «média» para entrar aqui ou ali...

Agora vejo pelos meus alunos e pela minha filha mais velha o esforço que têm de fazer para conseguir «lutar» pela média. É tão disparatada a quantidade de matéria que têm de empinar, que me irrita um bocadinho quando vejo a minha a estudar quem inventou o andebol...

Os programas são extensíssimos, inenarráveis, nascidos e criados por mentes ilustres que julgam estar a formar universitários, com incongruências várias de articulação entre eles que não lembram ao diabo.

Coitados dos miúdos «certinhos». Crescem mais cedo, mas só podem «viver» mais tarde.
Os outros esquecem a escola porque não conseguem. (Bem, agora, com os RVCC, sempre podem por vias travessas fazer de conta.)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Os «Charruas» não param!...

A IC chamou a atenção para isto... Eu transcrevo-o, porque acho fantástico:


A APM saiu da Comissão de Acompanhamento do Plano da Matemática

Em Setembro de 2006, a APM aceitou integrar a Comissão de Acompanhamento (CA) dos Planos da Matemática (ver página Representações - Plano da Matemática).

Em 11 de Maio de 2007, a CA reuniu com os professores acompanhantes numa escola de Lisboa. A Sr.ª Ministra da Educação esteve presente em parte da reunião, para a qual convidou a comunicação social, e onde fez várias declarações que foram publicadas no dia seguinte nos jornais.

No dia 15 a APM enviou para a comunicação social, e deu conhecimento à DGIDC e ao gabinete da Sr.ª Ministra, este comunicado em que discorda das afirmações proferidas no dia 11 pela Sr.ª Ministra.

Na sequência destes acontecimentos, o Director Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Dr. Luís Capucha, convidou a APM a sair da CA, alegando que a APM não podia criticar publicamente o programa do Ministério, uma vez que fazia parte dele.

A direcção da APM considera como um princípio fundamental e inquestionável a sua independência e liberdade de expressão, para garantir a fidelidade aos seus objectivos, definidos nos estatutos, aos seus ideais de educação e aos seus sócios. Por isso, a partir do dia 30 de Maio, a APM deixou de integrar a Comissão de Acompanhamento do Plano da Matemática.

A APM continua disponível, como sempre tem estado, para apoiar os professores e os seus projectos nas escolas e para promover as aprendizagens matemáticas dos alunos.

A direcção da APM está disponível para esclarecer qualquer dúvida sobre estes acontecimentos.