quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Inqualificável

http://educar.wordpress.com/2009/02/19/o-festival-de-paredes-de-coura/

Vergonhas Públicas

Dos comentários do Paulo Guinote:



quink644 Says:
Fevereiro 19, 2009 at 10:16 pm
Desajustes Directos em PortugalPortugal, País de grandes tradições e brandos costumes… pelo menos é o que muitos pensam ser verdade… até abrirem os olhos.
Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os “ajustes directos”, eu explico. Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a “melhor” em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.)
No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem… e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!
E finalmente, graças ao portal da transparência, podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto.
Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:
1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.
2) Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS(!!!)
3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe… e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças: 2.922.000,00 €É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???
4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas:Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel: 45.144,00 €
5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: 8.849,60€ para a Concentra em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara!Crianças… se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!
6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: “14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga”
Ora… 14×3 + 10×2 = 62 cadeiras… a 375.600,00 euros dá um custo de…6.058,00 Euros por cadeira!Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes…
7) Em Ílhavo, a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.
Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo… é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 €Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!(Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira?)
9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico!Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade…Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente, e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade!É “apenas” quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de “descontos” para tais quantidades industriais.Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)
Ó MEUS AMIGOS…. como é que é possível justificarem estas situações?Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures. Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???
É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?Isto até me deixa doente… é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)
Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência!
Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal…
Outros candidatos a roubalheira do ano:
“Projecto tempus - viagem aérea Faro / Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008″ - 33.745,00 euros.
“Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de estremoz” - 1.915.000,00 euros
“Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines” - 1.236.500,00 euros
“6 kit de mala piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas” - 106.596,00 euros(por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)
O misterioso caso do “Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros”

Vá lá que ainda vai havendo denúncias

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=126521

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nova democracia

Porque se trata de intimidação: aquela manobra de no domingo 25-1-2009, segundo conta a revista Sábado de 6-2-2009, quando o juiz de instrução do Freeport estava no fim de semana na sua terra, em Mação, dois indivíduos irem propositadamente fazer perguntas sobre ele, num carro com matrícula falsa é mesmo para o ameaçar do perigo em que está a incorrer quando autoriza as contestadas buscas e certas diligências. Só faz lembrar a impunidade de polícias políticas de regimes ditatoriais.
(...)
Não basta a palavra de José Sócrates para crermos que a vigilância e intimidação de que os magistrados do processo Freeport se queixam é uma fantasia, para mais quando são referidas evidências detalhadas de intromissão nas comunicações e intimidação.
Ler tudo aqui

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Blackout na TV - Mas há net

Pode ver-se a conferência de imprensa e ouvir-se (mal - subir volume) aqui:
http://pt.justin.tv/clip/11561fabf8867978

Estes são só os primeiros 15 minutos.
Estiveram presentes câmaras da rtp e sic. A tvi já tinha o alinhamento feito, não cabia mais nada - nem lá foi.
A sic eu não pago. Se acha que é importante o que o toni carreira faz, é lá com ela. Se não lhe apetece transmitir CI de zecos, é lá com ela. Não fica muito bem na fotografia, mas não lhe faço falta se não a vir.
Para a rtp eu contribuo. É, como se diz por aí, de todos nós. É inqualificável que se comporte como se comporta, se é que ainda vivemos num país democrático...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Incongruências

Exigem que se definam objectivos a 5 meses do fim de um período de avaliação de dois anos. Serão retroactivos? Como o «prognósticos, só no fim do jogo»?

Conflitos de interesses na aplicação do Simplex 2:
1. Há conflito(s) de interesses entre os professores todos de uma escola e alguém que sendo seu/sua actual avaliador/a - Presidente do Conselho Executivo - seja candidato/a a Director/a para um próximo mandato.

2. Há ainda outro conflito (da mesma natureza) entre o/a candidato/a a Director/a Executivo/a, na condição de avaliador, e os membros do Conselho Geral de Escola que terão que o/a eleger, sabendo que estão/vão ser avaliados por esse/a candidato/a.
3. Há mais um conflito que deriva do facto de o/a candidato/a a Director/a ser o/a avaliador/a dos "futuros/as escolhidos/as" da sua Equipa e dos/as Coordenadores/as, etc. Mas, na hipótese de não se verificarem os anteriores conflitos, há o problema a seguir explicitado.
4. Em algumas escolas, no final do ano, os PCEs não serão os Directores eleitos para o próximo mandato. Nesses casos, o Director apanhará o processo de avaliação na fase final e terá de avaliar professores que ele ou ela não acompanhou ou nem sequer conhece o que torna este processo inoperacional.

Mário Sousa Mendes (advogado) 17 de Janeiro de 2009


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ora cá estão realmente verdadeiros OI

http://legoergosum.blogspot.com/2009/02/se-eu-os-entregasse.html

Os OI dos professores estão implícitos na profissão, são uma redundância, um verdadeiro pleonasmo.

A DGRHE

Adorei esta - uma carta aberta para a DGRHE (se seguirem este link vão para onde estão estes «esclarecimentos» contestados pela carta).

Transcrevo apenas a parte final. Todo o texto e o articulado que contesta a legalidade das suas informações (muito bem fundamentado) está aqui:
http://reinodamacacada.blogspot.com/2009/02/uma-carta-aberta.html

Parece-nos também exagerada e completamente desfasada da competência da vossa instituição a comparação da Avaliação do Desempenho Docente com o SIADAP, pois sendo a DGRHE um organismo do Ministério da Educação deveria preocupar-se em atender os verdadeiros problemas relacionados com os recursos humanos do Ministério da Educação e neste caso concreto e específico com os recursos humanos docentes, nomeadamente em esclarecer devida e competentemente as dúvidas e não proceder a comparações levianas e medíocres de cariz claramente de propaganda político-governativa, tentando demonstrar que a classe docente é privilegiada, quando no fundo a profissionalidade docente apresenta uma especificidade muito concreta reconhecida internacionalmente pelas demais instituições e especialistas de renome ao nível da investigação em educação.
A vossa conclusão retoma a famigerada e propalada impossibilidade de concretização do processo de avaliação docente devido à não entrega dos objectivos individuais, sem contudo indicarem os diplomas legais que concretizam essa vossa repetitiva informação que de tão repetitiva levanta uma sub-reptícia dúvida de propensão para pressionar os professores a realizarem um acto que o Ministério da Educação exige, mas que a lei em documento algum obriga como ficou devidamente comprovado nas linhas anteriores. Deste modo, coercivo e de propaganda autoritária, está em causa a liberdade individual de cada cidadão e consequentemente a vivência democrática de um país que é um Estado de Direito Democrático, pois num Estado livre nenhum cidadão é obrigado a fazer o que a lei não obriga.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(es)Calões

Comparação entre escalões anteriores e os actuais impostos pelo 15/2007:

Perdas salariais:


Novas ofertas:
O Governo propôs ontem a criação de novos escalões de topo para professores titulares e não-titulares, que representam aumentos brutos de 272,70 euros e de 245,43 euros, respectivamente. Um professor do quadro, não-titular, passaria assim a ganhar 2473,36 euros brutos no 7º escalão sugerido pelo Ministério da Educação (ME) – desde que tivesse concorrido e ficado afastado da categoria titular por falta de vaga. Já um titular, no novo 4º escalão de topo, passaria a auferir 3364,52 euros desde que obtenha duas avaliações de mérito consecutivas...
No correio da manhã online…
Ainda oferecem um salário e meio de «prémio» por classificações de mérito... Ver proposta

Comentários que subscrevo:
Afinal já há dinheiro??? Titulares: compram-se! podia ser o título…
Maria Lisboa Says: Fevereiro 10, 2009 at 5:52 pm
Eles sabem que temos razão!
O desespero é tão grande que, como viram ontem, o Calhau, em época de crise, ofereceu dinheiro a rodos a todos os que se quisessem vender!
Eles só precisam de chegar ao processo eleitoral dizendo que conseguiram vencer-nos! Seria o único ponto em que conseguiriam mostrar resultados na linha de água. E é esse o grande problema deles. Mais nenhum. Por isso é que a nossa avaliação deixou de ser um simples admnistrativo/burocrático para se tornar numa questão política de topo.
Se fracassarem na possibilidade de nos porem o pé no cachaço para nos marcarem, quais carneiros dóceis, perderam por completo os 4 anos de mandato porque mais nada têm para apresentar.
Apostaram tudo na nossa humilhação, no controlo estatal da transmissão de uma consciência crítica e cívica e do conhecimento humanista a novas gerações, para transformá-las em meros produtos não pensantes e isso está a escapar-lhes por entre os dedos. Nunca pensaram que os professores se juntassem na defesa daquilo que eles pensavam ser um mero acidente na nossa profissionalidade. Nunca pensaram que nós percebessemos qual a finalidade deles ao agir sobre outros pontos da nossa profissão.Enganaram-se redondamente!Espero que tenhamos forças para manter a união, não nos deixando comprar por mais um escalão, por um prémio de desempenho, por uma titularidade que não se justifica.
Comentário meu:
ora, vamos lá a fazer umas contitas... se se verificar o que cada um de nós perdeu com o congelamento e se se lhe somar os anos que vamos pastelar nos novos escalões, isto até dava para arranjar mais uns vinte escalões, de forma a assegurar que qualquer centenário consiga chegar ao salário de um deputado.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Concordo

de Mário Crespo

"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos".

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Horas de trabalho individual

Em 2005/06 fiz uma análise, considerando o meu horário da altura e de mais 2 colegas de áreas diferentes. No início de 2006/07, arranjei uma grelha onde apontava as horas de trabalho individual. O objectivo inicial era parar quando chegasse ao limite. Só preenchi durante um mês. Não valia a pena - por uma questão de brio profissional não podia mesmo parar nas 35. E como passava quase sempre das 50, desisti de as apontar. Mas ainda o fim de semana passado para fazer 2 (dois) míseros testes gastei 6 horas no Sábado e mais 5 no Domingo. E não, não sou nada lenta. Claro que podia ir buscar um dos anos anteriores: mas alguns alunos tê-los-ão e outros não - não seria justo. E nunca consigo dar a mesma matéria até à mesma altura. Cada ano é diferente do outro, como todas as turmas são diferentes umas das outras. Até eu sou diferente todos os anos. Enfim. Já pensei muito nisto, já o analisei, já até cheguei a fazer uma queixa no executivo (que até deu frutos), mas só os professores entendem isto.
Quando li o que a seguir transcrevo ou quando penso nestas coisas, apercebo-me da estupidez de tantas vezes «despachar» as minhas filhas porque «tenho de acabar isto». Que estupidez!
Recebi por mail:
Resposta ao Caríssimo que veio aos jornais INDIGNAR-SE contra os professores.Tal demonstra bem como os profs trabalham tanto e... "nem se dá por ela".

Caro anónimo indignado com a indignação dos professores,

Homens (e as mulheres) não se medem aos palmos, medem-se, entre outras coisas, por aquilo que afirmam, isto é, por saberem ou não saberem o que dizem e do que falam.

O caro anónimo mostra-se indignado (apesar de não aceitar que os professores também se possam indignar! Dualidade de critérios deste nosso estimado anónimo... Mas passemos à frente) com o excesso de descanso dos professores: afirma que descansamos no Natal, no Carnaval, na Páscoa e no Verão, (esqueceu-se de mencionar que também descansamos aos fins-de-semana). E o nosso prezado anónimo insurge-se veementemente contra tão desmesurada dose de descanso de que os professores usufruem e de que, ao que parece, ninguém mais usufrui.

Ora vamos lá ver se o nosso atento e sagaz anónimo tem razão. Vai perdoar-me, mas, nestas coisas, só lá vamos com contas.

O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola, a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.

Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua. Agora, vamos imaginar que um professor, a quem podemos passar a chamar de Simplício, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos - ficamos por uma situação média, se não se importar). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho.

Vamos lá, então, contar:

1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o professor Simplício precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana (estou a considerar, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais -- o que não acontece -- e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho. Se o período tiver 14 semanas, como é o caso do 1.º período do presente ano lectivo, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.

2. Elaboração de testes: imaginemos que o prof. Simplício realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (estou a ser muito poupado, acredite), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.

3. Correcção de testes: o prof. Simplício tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.

4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos que o prof. Simplício só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.

5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o prof. Simplício manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (os meus colegas até gargalham, ao verem estes números tão minguados), dá um total de 41 horas.

6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).

7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou considerar este tempo.

Vamos, então, somar isto tudo:

84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.

Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.

Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.

Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal.

No próximo Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O professor Simplício tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho. Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o prof. Simplício.

Pois é, não parecia, pois não, caro anónimo? Mas é isso que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.

Ora, como o Estado somos todos nós, onde se inclui, naturalmente, o nosso prezado anónimo, (pressupondo que, como nós, tem os impostos em dia) significa que o estimado anónimo, afinal, está em dívida para com o prof. Simplício. E ao contrário daquilo que o nosso simpático anónimo afirmava, os professores não descansam muito, descansam pouco!

Veja lá os trabalhos que arranjou: sai daqui a dever dinheiro a um professor. Mas, não se incomode, pode ser que um dia se encontrem e, nessa altura, o amigo paga o que deve.

Para que seja clarificada a situação, para que todos estejamos correctamente informados , por favor, reencaminhem para todos os amigos, conhecidos e anónimos!!!

Anedotas

http://tempodeteia.blogspot.com/search/label/nem%20sei%20que%20diga

Só no tribunal...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

«Nomeações»

Recebi esta nomeação da Amélia Pinto Pais, do blogue "ao longe os barcos de flores".


Obrigada, Amélia, minha primeiríssima inspiradora enquanto professora com os excelentes livros de apoio para alunos, por estas «flores» especiais.



Eu «nomeio» os seguintes:
Soledade
alguns dos quais já foram nomeados... Daí não cumprir «as normas» desta corrente... :)





A nomeação que mais me orgulha é, no entanto, a que «postei» mais abaixo, porque me dá direito a um especial «quadro de honra».

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Objectivos Individuais

Hoje, já o ME se congratulou com o facto de a «maioria» ter entregue os objectivos. Caricato, no entanto, é perceber como o souberam. Se nem o prazo acabou em muitas escolas, acredito que seja através do dedo mindinho.


A nossa Ministra não se compromete:


As consequências estão estabelecidas nos decretos-leis e decretos regulamentares”, disse a ministra aos jornalistas, no final da audição. Instada a especificar quais as penalizações, Maria de Lurdes Rodrigues sugeriu: “Têm que ler a lei”.


Ah bom! Ler a lei. Ok. Certíssimo.

Veja-se aqui em baixo a contabilidade em Vila Real. É obra!

Já mandei para o mail o meu nome. Neste quadro de honra quero estar :)