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terça-feira, 16 de junho de 2009

Mesmo da OCDE... A sério!

Conclusões em português:



http://www.oecd.org/dataoecd/18/39/43021685.pdf



Excerto:


Foi demonstrado que o ambiente da sala de aula não só afecta os resultados e a realização dos alunos, como é também uma questão de política proeminente nalguns países e regiões. As acções dos alunos na sala de aula e a criação de um ambiente de aprendizagem seguro e produtivo são importantes para muitas escolas e podem constituir uma dimensão difícil do trabalho dos professores. Por exemplo, o TALIS descobriu que, na maioria dos países, um em cada quatro professores perde pelo menos 30% do tempo de aula com estes dois factores e alguns professores perdem mais de metade (Figura 4.102). Para além disto, nos vários países, 60% dos professores encontram-se em escolas cujos directores/presidentes comunicam que os distúrbios na sala de aula prejudicam a aprendizagem (Tabela 2.8a). Em todos os países, isto constitui um problema numa proporção de escolas relativamente elevada e coloca um desafio significativo para uma aprendizagem eficaz.





Tabelas e figuras


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Resultados PISA

Uma extensa análise racional aqui de que destaco este excerto:

Toda a investigação existente, incluindo o PISA e outros documentos da OCDE concordam com o facto de que os elementos que mais influenciam os resultados escolares dos alunos são os níveis educacionais das respectivas famílias assim como os seus hábitos culturais. Sabemos que, a este nível, a situação portuguesa é, por razões históricas e sociais, bastante má e, seguramente, muito pior do que da generalidade dos demais países da OCDE.
Acontece que os próprios estudos da OCDE fazem uma projecção estatística para corrigir os resultados tendo em conta os indicadores de contexto atrás referidos. O que se verifica no caso português é o seguinte:
Fazendo a correcção dos resultados obtidos no PISA com a simulação de níveis educativos e culturais das respectivas famílias idênticos aos da média da OCDE verifica-se que aqueles resultados passam a situar-se bastante acima da média da OCDE. Ou seja (tendo apenas em conta os estudos da OCDE) se os contextos familiares fossem melhores, os alunos portugueses, com a Escola portuguesa a funcionar nos actuais moldes, teriam muito bons resultados.
Dito de outra forma, os dados que os detractores da Escola portuguesa mais utilizam, se estudados correctamente comprovam, afinal, que a Escola portuguesa é bastante melhor do que a de muitos outros países e consegue bastante bons resultados que só não se consubstanciam em melhores índices de avaliação porque os "backgrounds" familiares "puxam muito para baixo".
O recente relatório, também da OCDE (insuspeita de quaisquer simpatias progressistas), sobre a desigualdade também confirma este facto. De acordo com esse relatório, Portugal é o pior país quanto a desigualdade social (indíce de Gini).
(...)
Então porque é que prevalece o discurso da escola má até ao ponto de se ter criado um quase senso-comum de que o Ensino em Portugal é terrível ? Um senso-comum que é muito difícil esclarecer...


Já em Novembro de 2006 eu tinha descoberto na net este estudo que faz a análise dos resultados dos alunos considerando o nível educacional dos pais (Portugal tem a cor verde):


Os dados revelam que, se controlarmos esse efeito, os alunos portugueses demonstraram um desempenho notável nos testes de Pisa: em 28 países, Portugal aparece em quinto lugar, a seguir à Holanda, Bélgica, Austrália e Coreia do Sul. Isto significa que, no que toca aos restantes 45%, Portugal apresenta já um desempenho bem acima da média. Ou seja, à luz deste exercício, muita criatividade será necessária para conseguir ir mais longe.

Porque é que ninguém fala destes dados? Porque não interessa a quem quer fazer disparatadas reformas economicistas.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Bem-estar

UNICEF: Portugal nos últimos lugares em matéria de bem-estar educativo
14.02.2007 - 09h45 Lusa

Portugal ocupa os últimos lugares da tabela em matéria de bem-estar educativo, mas está à frente da Áustria, da Hungria, dos Estados Unidos e do Reino Unido na classificação geral, revela um relatório da UNICEF publicado hoje.

De acordo com o relatório sobre "O bem-estar das crianças nos 21 países da OCDE", realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Portugal também ainda nos últimos lugares em matéria de bem-estar material das crianças. Este valor é medido, nomeadamente, pela percentagem de crianças que vivem em lares com rendimentos inferiores a 50 por cento da média nacional mas também pela percentagem de crianças que declaram ter menos de dez livros em casa ou que têm na família um adulto desempregado.

Pior nesta dimensão do bem-estar material só os Estados Unidos, o Reino Unido, a Irlanda, a Hungria e a Polónia (que ocupa a última posição).

Baseado neste critério, a pobreza infantil relativa mantém-se acima dos 15 por cento em Portugal, em Espanha e em Itália e em três países anglófonos (EUA, Reino Unido e Irlanda).

Os seis critérios tidos em conta neste relatório sobre a felicidade das crianças são o bem-estar material; saúde e segurança; educação; relações com a família e com as outras crianças; comportamentos e riscos; e bem-estar subjectivo.

Na classificação geral, que atende aos seis critérios do bem-estar da criança, o relatório da UNICEF situa Portugal no fim da tabela mas com desempenhos melhores do que a Áustria, a Hungria, os Estados Unidos e o Reino Unido (este último no fim da tabela).

A UNICEF nota, a propósito do bem-estar educativo que as crianças que saem da escola e não têm formação vocacional ou emprego "correm indubitavelmente maior risco de exclusão e marginalização", consequência que considera "preocupante" para os países do fundo da tabela.

Bem-estar não tem ligação directa com o PIB

"Não há relação directa entre o nível de bem-estar das crianças e o PIB por habitante", nota ainda o relatório da UNICEF. A República checa, por exemplo, obtém uma melhor classificação geral do que vários países nitidamente mais ricos como a França, a Áustria, os Estados Unidos e o Reino Unido", salienta o relatório.

"Os níveis de bem-estar da criança não são inevitáveis, antes são condicionadas por políticas", sublinha a UNICEF, que quer fazer do seu relatório "um guia elementar e realista de melhoria possível para todos os países da OCDE".