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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Gargalhada e os Critérios

Ministra responsabiliza comunicação social pela baixa a Matemática
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1390758&idCanal=58

A média a Português dos alunos internos e externos subiu de 9,7 para 11.1. Mas ao longo do dia foram muitos os estudantes a dar conta de que, afinal, se passara algo de que não estavam à espera com este exame que tinham intitulado de “muito fácil”, quando da sua realização no passado dia 16. Sobretudo entre os bons estudantes, as notas ficaram muito aquém do que estavam à espera. Foi a segunda surpresa do dia.
Questionado pelo PÚBLICO, o assessor de imprensa do Ministério da Educação informou ao princípio da noite de que não tinham sido ali recebidas quaisquer reclamações ou pedidos de esclarecimento. Uma professora correctora indicou, pelo contrário, que tem conhecimento de vários relatórios enviados ao Gabinete de Avaliação Educacional pelos docentes que corrigiram o exame de Português B, dando conta de dúvidas e objecções tanto em relação a algumas questões da prova, como aos critérios de correcção.

domingo, 21 de junho de 2009

Critérios de avaliação no exame de Português de 12.º

Pausa na correcção, apenas para uma reflexãozita...
Desde as duas da tarde (são agora duas da manhã) que estou 'agarrada' aos exames.
Duas incongruências:

  1. No Grupo III, um aluno que não chegue às 200 palavras requeridas tem uma penalização de 5 pontos. O mínimo a dar, desde que aborde, mesmo lateralmente, o tema, é 6 em 30 pontos. À parte da correcção linguística estão atribuídos 20 pontos de onde se vão descontando os erros que, consoante o tipo, descontam entre 1 ponto ou 2. Acontece que um aluno que escreva 100 palavras, por exemplo, e por sorte não dê nenhum erro, tem 6 pontos pelo conteúdo e 20 pela forma. Mais um ponto do que a metade do valor da questão - 50 pontos. Desconta-se-lhe os 5 pontitos e voilá! 21 pontos sem dizer quase nada. É obra!
  2. Na questão 8 do Grupo II, a quem responda acertadamente a 40% atribui-se 60% da cotação. A quem responda bem a 80% atribui-se-lhe 100%. Ok. (Até dá jeito porque a minha pequena enganou-se numa, mas é como se tivesse tudo certo. ) É apenas para simplificar a tarefa do professor, para quem cotar com 3 pontos cada uma das 5 alíneas e, depois, ainda ter de somar isto tudo é manifestamente difícil. Pois é. Não sei se conseguiria... Página C/11 dos critérios.

SIMPLEX.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Exame 2008



Isto dos níveis de desempenho na correcção toda é fantástico!

Um aluno pode não dizer nada de nada, mas basta-lhe escrever umas palavrinhas e tem logo 6 pontos. Se estruturar o discurso e não der erros, terá ainda mais 12. 18 pontos só por escrever umas coisitas mesmo que não saiba do que está a falar...

Que belos tempos estes...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Resultados dos Exames

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1298731

Veja-se neste gráfico a subida vertiginosa da Matemática...

Como é óbvio e previsível...


Os meus meninos com média CIF de 13, ficaram-se por uma média de Exame de 11. Alguns, descoroçoados, vão pedir revisão de nota...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Ilegalidades

Mais uma aluna de Coimbra repetiu exame de Química

Bárbara Wong

Ordem dos Advogados diz que situação deveria ter sido resolvida antes de chegar aos tribunais
Aconteceu no dia 12 de Dezembro do ano passado. Uma aluna da Escola Secundária da Quinta das Flores, em Coimbra, fez o exame nacional de Química. Subiu assim para cinco o número de casos conhecidos de estudantes que recorreram aos tribunais e conseguiram ver ser-lhes reconhecido o direito de repetir a prova. O Ministério da Educação poderia ter evitado estes casos, diz a Ordem dos Advogados.
Vários estudantes recorreram a diferentes tribunais administrativos e fiscais, em Coimbra, Leiria e Viseu, alegando que não tiveram a mesma oportunidade que foi dada pelo Ministério da Educação (ME) aos colegas que puderam fazer as provas nas 1.ª e 2.ª fases. A tutela decidiu, a meio da época dos exames do ano lectivo passado, permitir que os estudantes pudessem repetir as provas de Química e de Física. Só que os alunos que decidiram fazer as provas na 2.ª fase, cerca de dez mil, não tiveram a mesma possibilidade. Por isso, alguns recorreram aos tribunais, alegando que não houve igualdade de oportunidades para todos.
"Teria sido bom que no plano administrativo se tivesse conseguido evitar a intervenção dos tribunais e repor a plena igualdade ao dar uma segunda oportunidade a todos os alunos", defende o bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves.
Também Carla Amado Gomes, assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, concorda que a tutela deveria ter dado uma segunda oportunidade a todos os alunos. "O Estado devia ter aberto uma época especial para todos a quem não deu essa hipótese", diz.

Aprofundar a desigualdade
Agora, por cada vez que a tutela cumpre uma decisão dos tribunais administrativos, está a "renovar a violação do princípio de igualdade" relativamente a todos os outros que não tiveram igual opção. "Cada aluno que realiza essas provas, fá-lo em circunstâncias desiguais", defende.
Só que essa "desigualdade" não é imputável ao ME, mas aos tribunais, alerta o professor de Direito Administrativo da Universidade Católica Portuguesa, Luís Fábrica. "Ao Ministério cabe apenas executar rigorosamente a sentença - é inadmissível que sobreponha o seu juízo ao do tribunal e diga: "Não executo a sentença, porque isso só vai piorar as coisas"", explica.
Os tribunais têm decidido que o ME deve realizar nova prova de Química e que, no caso de as notas possibilitarem a entrada nos cursos pretendidos, sejam abertas vagas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.
Foi o que já aconteceu a dois alunos, que estão a frequentar Medicina, na Universidade de Coimbra. Anteontem houve um estudante de Viseu que fez a prova de Química e soube-se ainda que há um aluno de Leiria que se está a preparar para a nova prova. O caso de mais uma aluna de Coimbra, da secundária Quinta das Flores, a quem foi dada a oportunidade de repetir o exame só ontem foi conhecido. A jovem obteve 18,4 valores na prova, mas o PÚBLICO desconhece se a classificação lhe abriu as portas ao curso pretendido. A Universidade de Coimbra ainda não foi contactada pelo ministério de Mariano Gago, que não comenta.
Conhecer os seus direitos
Haverá injustiça social pelo facto de alguns alunos terem recorrido aos tribunais e outros não? Não, porque o que aconteceu é que quem não fez queixas foi porque se conformou com a situação, considera Luís Fábrica. Ou não o fez porque desconhecia os seus direitos, acrescenta Rogério Alves: "A Ordem dos Advogados tem militado por informar todas as pessoas dos seus direitos.
"O Código de Processo dos Tribunais Administrativos abre a possibilidade aos alunos que não recorreram à justiça de poderem fazer os exames. Mas, para tal, será necessário que existam cinco casos individuais cujas sentenças finais sejam "perfeitamente idênticas", de maneira a pedir a extensão dos efeitos. Ou seja, é preciso esperar pelos resultados dos recursos dos dois ministérios e que estes confirmem as sentenças favoráveis aos alunos.
Isto pode demorar muito tempo, porque os ministérios recorreram aos tribunais centrais administrativos e podem ir até ao Supremo Tribunal Administrativo, caso as sentenças lhes sejam desfavoráveis.
Tudo isto poderia ter sido evitado, reforça Rogério Alves. "A intervenção dos tribunais pode dar origem a decisões divergentes, demoradas e que lançam insegurança na vida dos estudantes", conclui.

Ministérios não comentam
Os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não comentam, nem disponibilizam informação sobre o caso dos exames de Química. "O senhor ministro diz que já deu todas as explicações sobre o assunto e que não comenta", declara Dulce Anahory, assessora do ministro Mariano Gago depois de o PÚBLICO colocar algumas questões sobre as situações conhecidas esta semana. Também o assessor de imprensa da Educação, Rui Nunes, diz que "não há nada a adiantar": "Os tribunais estão a funcionar."
Quando foi conhecido o primeiro caso de uma aluna de Coimbra a quem o tribunal decidiu que o Ministério da Educação deveria fazer o exame, Maria de Lurdes Rodrigues deixou claro que a tutela cumpriria a ordem judicial. Quanto a Mariano Gago, informou, nos dois casos de alunos de Coimbra, que a tutela iria criar as duas vagas adicionais na Faculdade de Medicina de Coimbra para estes alunos serem admitidos. B.W.


Público.10.01.2007

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Exames 2007

Indicações para Exames

Continuam a não fornecer informações sobre grupos e seus pesos relativos na prova de Português de 12º.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Exames

Afinal, eu e os meus alunos teremos um ano descansado... «Tronco comum» exclui Camões, Saramago, currículo, TLEBS, texto dissertativo longo?

Será?

http://www.min-edu.pt/np3/131.html

sábado, 22 de julho de 2006

Ilegalidades II

Exames do 12º ano podem ser impugnados

Os exames nacionais do 12º ano poderão ser impugnados pelos alunos do ensino secundário devido à excepção criada para alguns estudantes nas provas de Química e Física, referem especialistas em Direito em declarações ao semanário Expresso.
De acordo com Guerra Tavares, especialista em Direito Administrativo, o despacho do Ministério da Educação que permite a situação de excepção para as referidas provas pode ser «impugnado judicialmente» uma vez que é ilegal.

A mesma posição foi sustentada, em declarações ao Expresso, por outros especialistas em Direito, como o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, Esteves de Oliveira e Fátima Anjos.

Para Júdice, o despacho do secretário de Estado Walter Lemos viola a Constituição nos princípios de «igualdade, imparcialidade e equidade».

Esteves de Oliveira considera que o despacho despacho «perverte gravemente o intuito igualitário», enquanto Fátima Anjos classifica a decisão de «manifestamente ilegal, pelo que deverá ser revogada».


Diário Digital 22-07-2006

Pessoas

por São José Almeida

(….)

2. A ministra da Educação é uma esperta e os portugueses são todos burros, em particular os professores, os alunos e os pais destes. Não há problema nenhum com os exames de 11º e 12º ano. É normalíssimo os alunos desatarem a chumbar, de repente, numa disciplina. É normalíssimo fazer exames só sobre dez por cento da matéria (como aconteceu em História). É normalíssimo os alunos baixarem abruptamente médias. É normalíssimo repetir exames a umas disciplinas e não a outras com base em critérios aleatórios e do tipo "eu acho que"... É normalíssimo pôr em risco o futuro dos actuais alunos e comprometer a sua entrada na universidade. É normalíssimo o Ministério da Educação enganar-se nos dados que disponibiliza ao longo de oito meses na Internet e que, por estarem errados adulteraram uma cadeia de decisões, opções e análises quer do próprio ministério, quer dos alunos, quer da sociedade em geral. É normalíssimo o ministério emitir directivas com base em leis que ainda estão em discussão pública e ninguém sabe se algum dia serão aprovadas pelo Parlamento e com que conteúdos. É normalíssimo a ministra da Educação achar que pode contratar professores escola a escola sem cobertura legal. É normalíssimo a ministra da Educação achar que pode alterar por decreto governamental leis da Assembleia da República em matérias da competência exclusiva da Assembleia da República. Tudo isto é normalíssimo e quem questiona ou é um professor calão, como o são todos os professores, ou é um aluno vigarista, a querer arranjar forma de ter boa nota sem ter estudado, ou é uma mãe ou um pai oportunistas, desejosos de ver a sua menina ou menino favorecidos e metidos na universidade. Tudo o que se passa com a actual ministra da Educação é normalíssimo, portanto. E não há nenhum erro, nem nenhum problema com os exames deste ano, como a própria ministra fez questão de explicar, no Parlamento, aos outros burros desta história, os deputados, que insistem em que sejam tiradas as devidas ilações políticas do imbróglio dos exames.
Num Estado de direito democrático com uma sociedade civil autónoma e madura, o que seria normal, era os lesados, as associações de pais, as associações de alunos e as associações de professores avançarem com acções em tribunal, contra o Estado, por discriminação e por coacção psicológica sobre os alunos. Porque é isso que está em causa. Por um lado, os alunos foram tratados de forma desigual, o que é antidemocrático e inconstitucional. Por outro lado, o clima de pressão psicológica que afecta, actualmente, os alunos, para mais num momento decisivo para o seu futuro, como é o dos exames que determinam as médias de acesso à universidade, é um perfeito caso de coacção e intimidação psicológica.
Resta ver se alguém tem consciência cívica e determinação para o fazer, num país em que a falta de pudor e de respeito pelas pessoas chega ao ponto de a ministra da Educação se manter em funções, no alto da sua arrogância e colada à cadeira, como araldite.


Público de 22.07.06

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Alguns assumem

Júri nacional de exames assume erros no site das provas do secundário realizadas

O júri nacional de exames (JNE) retirou hoje do seu "site" o relatório que elaborou sobre os exames do secundário do ano passado porque o documento continha erros nos valores das médias, tal como noticia hoje o PÚBLICO, pelos quais pediu desculpa.
O PÚBLICO de hoje dá conta que o relatório final do JNE sobre as provas do secundário realizadas em 2005 disponível na Internet desde Novembro do ano passado contém médias erradas e colunas com títulos trocados.
A presidente do JNE, Elvira Reste Florindo, disse hoje à Lusa que "em alguns quadros do relatório as notas de 2005 foram trocadas pelas notas de 2004" e que a entidade a que preside "assume o lapso".
"A presidência do JNE assume que ocorreram efectivamente algumas trocas de valores de médias de classificações no Relatório Final dos Exames Nacionais dos Ensinos Básico e Secundário, publicado em Novembro de 2005. Pelo lapso, [o JNE] pede desculpa aos eventuais lesados", indica uma nota da entidade enviada anteriormente à Lusa.
Devido a estas discrepâncias "agora detectadas", o documento foi hoje retirado da página de Internet e o JNE está a proceder às rectificações para que o documento corrigido esteja online "o mais tardar até sexta-feira", disse Elvira Florindo.
As dúvidas forma suscitadas por dois professores de Esposende e levaram o Ministério da Educação a detectar as falhas no documento.
Os dois professores compararam - no dia em que foram divulgados os resultados dos exames do secundário deste ano - médias nacionais difundidas pela comunicação social com as notas de 2005 no relatório do júri nacional.
O documento indica que no caso da Química a média da 1ª fase tinha sido de 9,6 valores mas, quando os dados foram tornados públicos este ano referiam uma classificação de 10,9 valores.
De acordo com o jornal, os professores Ana Paula Correia e José Ribeiro não conseguiam perceber por que razão a tutela dizia que a descida tinha sido assim tão significativa.
Sabiam que a média deste ano se tinha ficado pelos 7,7 valores e, quando iam comparar com os dados da página oficial do júri nacional, não encontravam os 9,9 valores publicados nos jornais mas sim 8,3 - o que representaria então uma descida pouco significativa.
A presidente do JNE ressalvou no entanto que em Julho do ano passado, meses antes da divulgação do relatório com os erros, o JNE enviou a informação correcta sobre os exames à comunicação social.
Por outro lado, Elvira Reste Florindo afirmou que no seu relatório de Novembro o JNE fez a análise a apenas 21 disciplinas e que as estatísticas relativas a todas as 44 disciplinas em exame no ano passado foram divulgadas correctamente na secção "Estatísticas" em Dezembro."Esta é uma listagem completa dos resultados dos exames nacionais do secundário de 2005 (à) os quais podem ser utilizados para qualquer estudo tido por conveniente", esclarece por outro lado a mesma nota.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Debaixo de fogo

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, está novamente envolta em polémica. Desta vez, por causa dos exames do 12º ano. Professores e pais dizem que há erros, Ministério da Educação não reconhece, mas permite a repetição das provas de Química e Física. Justificação oficial: as médias foram muito baixas. Mas os encarregados de educação querem que todos os exames possam ser repetidos.
A justificação do ministério para a repetição das provas baseia-se no facto de os alunos terem alcançado nestes dois exames um «valor médio relativamente baixo e muito inferior ao verificado no ano passado», obtendo uma média de 6,9 valores (numa escala de 0 a 20) a Química e 7,7 a Física.
A oposição quer explicações sobre o que se passou e associação de pais pedem a repetição de todos os exames. A ministra já garantiu que irá ao Parlamento na quinta-feira, a pedido do PSD, dar explicações sobre a forma como decorreram os exames no ensino secundário, mas recusou a possibilidade de todos os exames serem repetidos.
Mas as críticas também chegam do próprio PS. «Temos direito a saber o que é que falhou. Alguma coisa falhou. A ministra tem de dar uma explicação até para tranquilizar as famílias e sobretudo para que nós percebamos o que vai ser feito no futuro», afirmou António Vitorino, à RTP.
Entretanto, em Braga, os pais dos alunos do ensino secundário manifestam-se esta tarde, junto ao Governo Civil, pela possibilidade dos estudantes repetirem todos exames na segunda fase, sem prejuízo do acesso ao Ensino Superior.
A legislação em vigor prevê que qualquer aluno do 12º ano possa repetir um exame na segunda fase, por ter reprovado na primeira ou por pretender melhorar a nota. Contudo, se o fizer, fica automaticamente obrigado a concorrer apenas à segunda fase de acesso ao Ensino Superior, em Setembro.

terça-feira, 4 de julho de 2006

Exame II

Falta de sensibilidade e de sensatez na elaboração dos exames é o comentário que Carmo Vieira faz a propósito do conteúdo das provas de Português, nos ensinos Básicos e Secundário. Para esta professora, em vez de se premiar o esforço dos alunos, impera o facilitismo e o convite à preguiça
por Carmo Vieira

Os exames de Português do 12.º ano são o exemplo, não só da falta de rigor científico e de exigência na sua elaboração, mas também da manifesta indiferença pelo trabalho e pelo esforço desenvolvidos por professores e alunos, ao longo do ano. Não é aceitável o facilitismo, o convite à preguiça ou a penalização de quem estudou e foi assíduo às aulas, nem tampouco a incorrecção na formulação de várias questões pelos ditos «professores seniores do Ministério» ou a pobreza da interpretação proposta quer para o poema de Fernando Pessoa, «O Menino da sua Mãe», quer para o extracto da narrativa de Saramago, «Memorial do Convento». Estes são os aspectos, que em nossa opinião, caracterizam os dois exames, nomeadamente o que se refere à antiga reforma (n.º 139) e o que responde ao «programa novo implementado a partir de 2003/2004 (n.º 639). De realçar ainda, na prova que analisa o poema de Pessoa (n.º 139) o facto de se oferecer aos alunos a explicação de algum vocabulário, nomeadamente «plaino: planície; exangue: sem sangue e langue: mortiço; sem brilho». Num texto poético que só muito raramente os alunos não terão lido em aula, não se aceita a preocupação em explicar e oferecer mastigado o sentido de vocábulos, que os alunos deveriam conhecer. Um exemplo de facilitismo, em que o convite ao culto da passividade e da dependência é flagrante.

Exame de Português

Editorial da Revista Pontos nos iii
O logro

por Santana Castilho

O exame de Português do 12.º ano é o paradigma de uma política e de uma estratégia marcadas por um facilitismo intolerável e uma falta de rigor e de responsabilidade socialmente criminosas. Não surpreende quem esteja atento ao desastre em que se consubstanciam as medidas da ministra da Educação. Mas revolta por ser uma ode à preguiça e ao ridículo e por se constituir em afronta aos professores sérios e aos estudantes aplicados. A polémica a propósito da existência ou não de exames é recorrente. Mas, na senda do estatuto editorial que definimos, onde defendemos o pluralismo de opiniões sem que tal signifique o abandono ou a dissimulação da nossa própria opinião, afirmamos peremptoriamente que os exames, como elo de validação, perante a sociedade, do trabalho feito na sala de aula, como instrumento de certificação externa desse trabalho e como meio de relativização de critérios díspares entre escolas integrantes de um sistema massificado e não suficientemente supervisionado, são incontornáveis e essenciais. Desde que sérios, exigentes, produzidos com competência, técnica e científica. Certamente que não houve instruções explícitas aos sábios que conceberam os exames nacionais que tivemos ocasião de analisar (Português B, Sociologia, Biologia e História do 12.º ano e Português do 9.º ano) no sentido de os pré-ordenarem para a melhoria dos resultados estatísticos. Mas que servem esse desígnio, servem. Que obedecem ao lugar comum da linguagem e da doutrina pedagógica imposta como oficial por um ministério incapaz e por uma ministra dela prisioneira, obedecem. Não precisamos de um profeta para imaginar que, num futuro próximo, ouviremos laudas de vitória às medidas deste governo. Mas… o combate sério ao insucesso escolar só pode ser ganho com a coragem de gerar insucesso estatístico, repudiando a desvalorização do que é fundamental em benefício de teorias e práticas vazias de sentido, que vêm a fossilizar a generosidade e a dedicação dos professores; com o reconhecimento de que o trabalho e a exigência são indispensáveis à aquisição do conhecimento, que precede a posse das decantadas competências; com a noção de que um sistema de ensino que se oriente para a satisfação prioritária de necessidades logísticas de pais ocupados e alunos preguiçosos e relapsos é um logro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

APP - Exames

??????
... mas eu não estou perplexa com o Governo...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Exames :)

Oral da cadeira de Anatomia do curso de medicina
Prof: Descreva o fígado.
Aluno: Os fígados...
Prof: Os fígados??!! Quantos são?
Aluno: Dois. Direito e esquerdo!

Oral da cadeira de psicologia do curso de medicina
- Onde se localiza o centro de inteligência...? (área do córtex cerebral)
- Nos Estados Unidos da América.


Curso de Segurança Social, numa universidade privada lisboeta.
- Diga-me lá porque é que a taxa de natalidade é menor nos países desenvolvidos.
- Porque se trabalha mais do que nos países subdesenvolvidos.
- Ai sim?
- E tem-se menos tempo.
- Menos tempo para quê?
- (o aluno, hesitante e já embaraçado) Menos tempo para fazer amor.

Oral na Faculdade de Medicina de Coimbra
- Minha senhora, diga-me, por favor, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal.
A aluna retorce-se, transpira, cora indecentemente. Decide mesmo recusar-se a responder à pergunta.

Na oral imediatamente seguinte, o professor resolve insistir na pergunta.
- Minha senhora, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?
- (a aluna, respondendo prontamente) É a íris, senhor professor.
- (O examinador, com um sorriso largo) Por favor, diga à sua colega que vai ter muitas desilusões ao longo da vida.


Exame numa universidade privada, em Lisboa
- Dê-me um exemplo de um mito religioso.
- Um mito religioso? Sancho Pança.
(estupefacto, o professor pede ao aluno para este escrever o que acabou de dizer. O aluno escreve no papel: "S. Xupanssa").



Prova oral da cadeira de Direito Constitucional, numa Universidade privada de Lisboa.
- O que aconteceu no 25 de Abril foi o início do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Álvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstâncias misteriosas no acidente de Camarate.
- Quais são as batalhas mais importantes da história portuguesa?
- Antes de mais, senhor doutor, a batalha de Alves Barrota.


Num instituto superior da capital, 1º ano de Relações Internacionais.A cadeira é Ciência Política. O professor é um distinto deputado à Assembleia da República. A aluna, com rara convicção, explica ao examinador tudo o que se passou no 25 de Abril de 1974:
"A revolução de 74 significou a queda de um regime militar dominado pelo almirante Américo Tomás e pelo marechal Marcelo Caetano, que governava o país depois de deposto o último rei de Portugal, Oliveira Salazar. O 25 de Abril foi uma guerra entre dois marechais: o marechal Spínola e o marechal Caetano".
Outra versão, ainda mais criativa, desta vez numa Universidade privada de Lisboa, no 3ºano de Relações Internacionais.
- Descreva-me brevemente o que foi o 25 de Abril de 1974.
- Foi um golpe levado a cabo pelos militares, liderados por Salazar, contra Marcelino Caetano.
- (o professor, já disposto a divertir-se) E como enquadra o processo de descolonização nesse contexto?
- Bem, a guerra em África acabou quando Sá Carneiro, que, entretanto subiu ao poder, assinou a paz com os líderes negros moderados. Foi por causa disso que ele e esses líderes morreram todos em Camarate.
- Já agora, pode dizer-me quem era o presidente da República Portuguesa antes de 1974?
- Samora Machel.
Uma professora de Direito Constitucional numa universidade privada do Porto questiona o aluno sobre a Constituição de 1933. Esta consagra a impossibilidade de os descendentes da casa de Bragança se candidatarem à presidência da República.
- "Diga-me lá porque é que D. Duarte, segundo a Constituição portuguesa de 1933, não poderia candidatar-se à presidência da república?".
- "Porque ele é actualmente o presidente português".
Noutra resposta à mesma pergunta, que esta professora recebeu:
- "Porque vivemos num sistema monárquico".
Numa outra prova oral de Direito Constitucional:
- Quem substitui o presidente Jorge Sampaio em caso de impossibilidade temporária deste?
- A mulher dele, a Maria José Ritta.
Uma universidade privada em Lisboa, 1997.
A correcção manda que se diga que "as leis são emanadas pela Assembleia da República".
Discorrendo sobre o processo legislativo, um aluno responde que "as leis vêm em manadas da Assembleia da República".
1º e 2º ano do curso de Relações Internacionais, numa universidade privada de Lisboa. 1988/1996.
Algumas preciosidades.
- Quem é o actual presidente dos Estados Unidos?
- O Perez Troika.-
Paris é a capital de que país?
- Bruxelas.
- Quando foi a Revolução Liberal em Portugal?
- Em 1640.
- Diga-me, por favor, o que é a Nato.
- É a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
- E a OTAN?
- (o examinado, depois de pensar demoradamente) Bem, aí a doutrina divide-se.
- Então diga-me lá qual era o nome próprio de Hitler?
- Heil.
- Minha senhora, em que época histórica situa Adolfo Hitler?
- No século XVIII, senhor professor.
- Tem a certeza?
- Não! Desculpe. No século XVII.
- Quem foi o grande impulsionador do nazismo?
- (o aluno, rápido e incisivo) O Fura João Hitler.
- O "Fura".
- Sim. É a designação hierárquica de Hitler.
Numa outra oral. Cadeira de História das Ideias Políticas e Sociais.
- Qual é a obra de fundo de Adolfo Hitler?
- É a Bíblia alemã.
- Pode dizer-me o que é um genocídio?
- É a morte dos genes.
- Como?
- É a morte dos genes e dos fetos.
Cadeira de Direito Internacional Público, uma universidade privada do Porto.
O professor, desesperado com a vacuidade das respostas de certo aluno em orais da especialidade, resolve tentar ajudar, recorrendo à geografia. Questionado sobre a localização da Escandinávia, o aluno responde que fica algures na Ásia. O examinador, rendido, brinca agora.
- Podemos então passar a chamar-lhe Escandinásia.
- Se calhar, senhor doutor.
- Não sabe que a Escandinávia fica na Europa?
- Pois é, tem razão!
- E fica a Norte ou a Sul?
- A sul.
- E sabe apontar-me alguma característica dos escandinavos?
- (o aluno, depois de longa pausa) Bem, eu acho que eles não são pretos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

APP

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1241159

Não é problemático? Claro que não. Todos vivemos bem sem exames. Não teremos o trabalho de os corrigir e não sofreremos a pressão de preparar os alunos.


«Os resultados não indicam isso (que as provas promovem a qualidade das aprendizagens). Evidenciam os problemas, mas não contribuem para os resolver e as médias até baixaram entre 1999 e 2004», disse Feytor Pinto .
Terei lido bem??? É melhor esconder os problemas???
As médias baixaram? ........... Por que será?
Desisto.

Exames

Sou suspeita para falar da abolição do Exame de Português de 12º ano, exactamente por ser professora da disciplina.
Sempre concordei com a existência de exames. Funcionam como niveladores do sistema, permitindo uma avaliação do mesmo através de um enunciado e critérios nacionais.
O argumento do «coitadinhos» dos alunos não serve ninguém. Quanto menos se exige, menos se faz. É a universalíssima lei do menor esforço. É natural e humano. Quanto mais se pede a alguém, seja do que for, mais essa pessoa dá. Quanto menos se pede, menos se dá. Funciona na mesma medida para professores. Se não há um exame pela frente, não há necessidade de cumprir o programa. Nem há necessidade de ser exigente e rigoroso na avaliação. E pode voltar livremente a inflação de notas, para «ajudar» os alunos a subir médias.

Abolir qualquer disciplina dos exames Nacionais é fazer crer aos alunos da sua pouca importância. E realmente o que interessa a nossa língua? Nadinha. Mais vale começarem com a língua inglesa no 1º ano e institui-la como língua oficial de Portugal.
Enquanto estes senhores estiverem a governar, desisto.