quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Se eu pudesse...

Escola de Coimbra repetiu a proeza de ser a melhor pública do País, mas o clima é de desalento
...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É tudo tão engraçado...

Conselho científico da avaliação está parado
PEDRO SOUSA TAVARES

RODRIGO CABRITA

Órgão supervisor não se reúne desde o Verão
O Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (CCAP), órgão consultivo criado pelo Ministério da Educação para supervisionar e emitir recomendações sobre o processo de análise e classificação de desempenho "não está a funcionar". A confirmação foi dada ao DN, esta sexta--feira, por Arsélio Martins, presidente da Associação dos Professores de Matemática (APM) e um dos membros desta estrutura.
Arsélio Martins - o mesmo que, em 2007, recebeu o Prémio Nacional do Professor - explicou que a última reunião formal aconteceu em Julho. "Desde a saída da presidente", em Setembro, apenas houve "um ou dois encontros" de "pequenos grupos de trabalho", e entretanto já foi cancelada pelo menos uma reunião geral, que estava agendada para Setembro."Não temos acesso a dados"Uma situação que, reconheceu, lhe está a causar algum desconforto: "Estou descontente, porque não temos acesso a dados. Um sítio onde as pessoas se deveriam reunir, mas não têm acesso a materiais e não podem trabalhar é difícil", admitiu. Recorde-se que, como noticiou o DN no início deste mês, Conceição Castro Ramos, que tinha tomado posse oficialmente a 21 de Abril, acabou por pedir a aposentação, deixando o conselho ao fim de pouco mais de cinco meses, precisamente numa altura em que a avaliação começava a ser generalizada nas escolas.
Na altura, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, questionou os motivos da decisão, recordando o "incómodo" que algumas posições do CCAP - como defender que as notas dos alunos não devem influenciar a avaliação dos professores - terão causado à tutela. Entretanto, o conselho sofreu outra "baixa", com a saída de Matias Alves. Este professor garantiu publicamente que a sua saída se devia apenas ao facto de ter deixado "temporariamente" de exercer as funções de titular, que lhe permitiam estar nesse cargo. Mas admitiu que o CCAP corria o risco de se tornar um órgão "inútil".
Arsélio Martins garantiu ao DN que "quem está no conselho, está mesmo", sublinhando que não se sente incomodado pelo impacto aparentemente limitado do CCAP no Ministério: "é da natureza de uma estrutura destas que as suas recomendações possam ou não ser seguidas".
O facto é que, recentemente, o Ministério da Educação tomou decisões importantes sobre o processo - produzir um recurso na Internet onde os professores têm de inscrever os seus objectivos para o ano lectivo e enviar formadores às escolas onde o processo está atrasado - sem que o CCAP tenha sido consultado. (hehehhehehehe ... e o colega estranha?)
Fonte do Ministério confirmou que ainda não há substituto para Conceição Castro Ramos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

OI

Lá os preenchemos...

...E assinamos um pedido de suspensão da avaliação... (como há tão pouco tempo, resolvemos subscrever o de Portimão).

Não estou inteiramente satisfeita, mas já não é mau.

Medo e Objectivos Individuais

Amanhã, o meu grupo vai reunir para tentar chegar a um consenso sobre a definição dos objectivos individuais.
A minha proposta será de não os entregarmos... Se houver um só que me acompanhe, não os entregarei, substituindo a sua entrega pela identificação escrita da fantochada que eles e esta avaliação representam.
Ou então, em vez de ser objectiva, quantificando-os, como foi decidido na minha escola, elaborarei um dos mais completos testamentos e dificultarei ao máximo a tarefa de quem os terá de confrontar com a auto-avaliação final.
Mas também de que me servirá?
Alguém pensa que os PCE conseguirão realmente ler, verificar OI e sua concretização e avaliar todos os profs de uma escola? Alguém duvida de que vai ser tudo a olhómetro?... Que todos este papéis que se preenchem têm como único objectivo abater mais uns quantos eucaliptos?
E já alguém pensou que se não for alguém sensato a estar como PCE, poderão acontecer tremendas injustiças? Claro que sim.... estão-se é a marimbar.
Também poderemos ter a rotatividade do tipo: este ano tens tu excelente, pró ano tenho eu.
Enfim...
Não percebo por que os sindicatos disseram que os professores tinham de concorrer a titulares. Essa, nunca engoli. E, fora raríssimas excepções, todos concorreram.
É talvez aquela nossa pequenina mentalidade seguidista aqui tão sugestivamente ilustrada dos mais papistas que o papa feita de hábitos enraizados de baixar a cabeça?
Agora temos de entregar os OI. E se não os entregarmos, temos todos insuficiente? E se tivermos? Para o ano, teremos um plano de acompanhamento adequado para «superarmos as nossas dificuldades»?
Se não entregarmos nada, temos um processo disciplinar? Ai, que medo!
E se ninguém entregasse OI? Levantavam-se 140 mil processos disciplinares?
Não sou mártir. Sozinha não vou contra tudo e contra todos. Não estou para me chatear, com ainda mais papelada para preencher. Limitar-me-ei a juntar-me ao rebanho e fazer méééé!
Não percebo o MEDO... Nunca o consegui entender. Quando se tem razão e bom senso, porque se tem medo?

sábado, 18 de outubro de 2008

PEDIDO

Colegas dos sindicatos,

Acabei com os meus descontos sindicais. Como eu, muitos o estão a fazer, como podem comprovar.

Os sindicatos são muito importantes, mas é preciso que respeitem os interesses de quem estão a servir. Daí que, ao contrário da desmobilização que estão a tentar fazer, chamando anti-sindicalistas aos promotores da manifestação de 15 de Novembro, vos peço que se juntem a ela.
É importante a união.

Não sou anti-sindicalista, como se pode ver no que escrevi aqui ou aqui ou aqui. Num dos posts disse: às vezes irrito-me um bocadinho. Todos nós nos irritamos. Mas não podemos ficar com o discernimento toldado.

Espero brevemente poder voltar a fazer os descontos que agora anulei.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Violação da hierarquia das leis

Li nos comentários do Ramiro Marques isto:

antónio pina disse...
É muito estranha a Lei do Orçamento! Ela manda-me alterar o Decreto-Regulamentar nº2/2008 de 10-01. Muito bem, eu alterei o Decreto-Regulamentar e subitamente deparo com o seguinte: o Decreto-Regulamentar manda-me alterar o Decreto-Lei nº6/96 de 31-01 (C.P.A.)!!! Um Decreto-Regulamentar manda-me violar um Decreto-Lei?!! Não compreendo. Peço ajuda. E a Lei do Orçamento não é válida somente por cerca de um ano? Diabo... Não percebo nada.
Pois... já é normal... Ele é despacho a desdizer Decreto-Lei, ele é indicações a «interpretar» o que é propositadamente (ou estupidamente?) dúbio... Deixa andar - depois a IGE corrige... Entretanto vai-se fazendo o que bem nos apetece.
Que balbúrdia vai nesta república!

Como é possível?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

15 de Novembro

Estou indignada. Acabar-se-ão brevemente os meus descontos para o sindicato.
Divisionismo? Só se for da parte dos sindicatos. Depois de uma data já avançada, apresenta-se outra?
Transcrevo umas palavras de Luis Costa nos comentários do blogue do Ramiro Marques:

Na minha opinião, é melhor que os sindicatos não vão! Porquê? Para ficar bem evidente que a revolta é intrínseca, sentida, que vem do âmago e não é "manipulada" por ninguém! É bom que a sociedade perceba que os professores não precisam dos partidos para se manifestarem, para irem a Lisboa reivindicar o que é seu. Iremos com muito mais dignidade. Se a quantidade fosse determinante, a esta hora já não teríamos nem ministra nem as injustiças da sua desgovernação. Será a marcha da indignação e da dignidade!

domingo, 12 de outubro de 2008

15 de Novembro?

Estamos REALMENTE fartos!

Estamos REALMENTE fartos!


Boas,
enquanto responsável pela Edição do Site do SPN, senti-me no direito de recorrer à figura da defesa da honra, prevista na actividade parlamentar e que para este espaço convoco, na qualidade de cidadão e professor ofendido com as palavras do Senhor Secretário de Estado Valter Lemos.

O Jornal de Notícias trazia na sua edição de 4ª feira (8 de Outubro) uma reportagem sobre o facto de as aposentações entre os professores terem duplicado nos últimos tempos.

Na referida reportagem, estavam incluídas declarações de um Professor, um daqueles com P MESMO GRANDE. O Moreira é um daqueles professores que nos ficam na memória - fiz estágio em Rio Tinto (a minha terra!), na escola onde, entre outros grandes MESTRES, me foi possível aprender muito com o Moreira. Um Homem que deu tudo, que teve todos os cargos, todas as funções e que de forma frontal assume a dificuldade perante o desastre da situação actual.
"A partir do momento em que comecei a sentir a profissão como um fardo, em que comecei a pensar que estava a mais, com a desconsideração cada vez maior relativamente à profissão, com tudo o que se dizia sobre os professores, comecei a estudar seriamente a hipótese de pedir a reforma antecipada"

Todos sabemos que a reportagem e os números do JN podem estar errados. Mas por defeito!

O João Gobern (Pano para Mangas de 8 de Outubro) e o Manuel António Pina, na Antena 1 e no JN, respectivamente, abordam a situação de forma absolutamente fantástica:

Manuel António Pina escreve sobre "A Grande Evasão" e João Gobern fala sobre o "descansem em paz."

Já o Senhor Secretário de Estado Valter Lemos vem a terreno com declarações que me ofendem. Ou antes, que nos ofendem.



Diz o nosso superior hierárquico (e é apenas essa a qualidade que me obriga a manter o respeito por si!) que se trata apenas de uma manipulação dos números e somos todos uns mentirosos porque afinal de contas estamos motivados.

Pois bem, Sr. Lemos, nós não estamos motivados.
Os resultados não estão a melhorar e se estivessem isso não se deveria nem ao Senhor, nem ao Senhor Primeiro Ministro e, quero acreditar que não se deveriam a nós.
Porque a verdade é que os alunos não sabem mais e por isso não podemos ter melhores resultados.
O que acontece é que nós temos que os passar mais porque os Senhores a isso obrigam.

Também eu estou farto e não fosse o facto de ter só 34 anos (de idade e não de serviço, infelizmente!!!) e também eu estaria a contar os dias para me ir embora.
Como eu, outros tantos. Não conheço um único. Um que seja que diga que está motivado.

Estamos fartos, porque não conseguimos ensinar nada a ninguém. O drama é que, ao contrário das teorias, eles não aprendem sozinhos.
Estamos fartos, porque nos querem obrigar a viver divididos quando o que nos une é muito mais forte do que aquilo que supostamente nos separa.
Estamos fartos de ter horários impossíveis, onde são os alunos que ficam para trás. Substituições, reuniões, papeladas e relatórios. Temos que fazer tudo, menos trabalhar com alunos e para os alunos.
Estamos fartos, porque gostamos de usar os computadores com os nossos alunos, mas até nós ficamos enjoados com tantas mentiras e tanto foguetório à volta das TIC. Sem o "software docente" não há hardware que faça nada!
Estamos fartos, porque nos dizem que estamos a ser avaliados, quando todos já perceberam que estamos é a ser lixados (em bom português...).
Estamos fartos de nos dizerem para usar a Autonomia, quando até para respirar precisamos de uma autorização superior - do Ministério às Direcções Regionais, passando pelas equipas de apoio às escolas e até a alguns Executivos, anda tudo com uma mania de superioridade que nos dá vontade de fugir!
Estamos fartos, porque nos estão a cair em cima todas as responsabilidades sociais, quando a nossa capacidade e o nosso tempo está todo tomado para responder ao Processo Kafkiano do ME.

Estamos fartos... FARTOS... FARTOS!...

É claro que há meia dúzia de boys que, no poder da titularidade ou na ignorância da gestão, pensam que o caminho é este. E esses andam felizes e contentes no caminho do Senhor.
Mas, a história do presente mostra que o destino desses está guardado a sete chaves no cofre dos Bancos Hipotecários Americanos.

Se me permitem e para terminar - eu sei o que vou fazer agora e sempre: continuar a lutar!
Mas também sei o que vou fazer nas próximas eleições!

João Paulo Silva
Professor FARTO