quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Medo e Objectivos Individuais

Amanhã, o meu grupo vai reunir para tentar chegar a um consenso sobre a definição dos objectivos individuais.
A minha proposta será de não os entregarmos... Se houver um só que me acompanhe, não os entregarei, substituindo a sua entrega pela identificação escrita da fantochada que eles e esta avaliação representam.
Ou então, em vez de ser objectiva, quantificando-os, como foi decidido na minha escola, elaborarei um dos mais completos testamentos e dificultarei ao máximo a tarefa de quem os terá de confrontar com a auto-avaliação final.
Mas também de que me servirá?
Alguém pensa que os PCE conseguirão realmente ler, verificar OI e sua concretização e avaliar todos os profs de uma escola? Alguém duvida de que vai ser tudo a olhómetro?... Que todos este papéis que se preenchem têm como único objectivo abater mais uns quantos eucaliptos?
E já alguém pensou que se não for alguém sensato a estar como PCE, poderão acontecer tremendas injustiças? Claro que sim.... estão-se é a marimbar.
Também poderemos ter a rotatividade do tipo: este ano tens tu excelente, pró ano tenho eu.
Enfim...
Não percebo por que os sindicatos disseram que os professores tinham de concorrer a titulares. Essa, nunca engoli. E, fora raríssimas excepções, todos concorreram.
É talvez aquela nossa pequenina mentalidade seguidista aqui tão sugestivamente ilustrada dos mais papistas que o papa feita de hábitos enraizados de baixar a cabeça?
Agora temos de entregar os OI. E se não os entregarmos, temos todos insuficiente? E se tivermos? Para o ano, teremos um plano de acompanhamento adequado para «superarmos as nossas dificuldades»?
Se não entregarmos nada, temos um processo disciplinar? Ai, que medo!
E se ninguém entregasse OI? Levantavam-se 140 mil processos disciplinares?
Não sou mártir. Sozinha não vou contra tudo e contra todos. Não estou para me chatear, com ainda mais papelada para preencher. Limitar-me-ei a juntar-me ao rebanho e fazer méééé!
Não percebo o MEDO... Nunca o consegui entender. Quando se tem razão e bom senso, porque se tem medo?

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