Desistir? Sobreviver?
A um post do Paulo que apontava para o blogue de José Matias Alves onde se questiona quem beneficia com esta reforma, um dos comentários é este:
laranjalima Diz: Dezembro 10, 2008 at 1:26 am
Quem beneficia com esta reforma?Pensando bem, não sou eu que perco mais!
Tenho pensado bastante sobre esta questão nos últimos tempos, e à conclusão que cheguei é que nem sequer são os professores quem mais perde.
Os professores, porque estão no terreno têm uma percepção da catástrofe muito maior do que a generalidade das pessoas. Por isso reagiram e procuraram por todos os meios denunciar o que se estava a passar. Neste processo apercebi-me de um tal preconceito em relação à classe que impede as pessoas de pararem para ver além do nevoeiro que a avaliação lançou sobre a discussão em torno da Escola Pública que está a caminhar para o abismo.
Eu,cansei! Aplaudem a ministra porque gostam da escola fábrica que lhes “guarda” os meninos o dia inteiro, dos professores “facilitadores das aprendizagens”, de um sistema em que os meninos matriculam-se e acto contínuo estão passados, de uma escola onde cresce a olhos vistos a indisciplina e autênticos gangs organizados lançam o terror nos recreios e à saída da escola… e se eles gostam porque vou eu contrariá-los? Não sou eu a responsável pelos excluídos do futuro. Só me preocuparei a sério se as escolas privadas desaparecerem porque, aí sim, o futuro dos meus filhos está em risco.
Quem beneficia com esta reforma?Pensando bem, não sou eu que perco mais!
Tenho pensado bastante sobre esta questão nos últimos tempos, e à conclusão que cheguei é que nem sequer são os professores quem mais perde.
Os professores, porque estão no terreno têm uma percepção da catástrofe muito maior do que a generalidade das pessoas. Por isso reagiram e procuraram por todos os meios denunciar o que se estava a passar. Neste processo apercebi-me de um tal preconceito em relação à classe que impede as pessoas de pararem para ver além do nevoeiro que a avaliação lançou sobre a discussão em torno da Escola Pública que está a caminhar para o abismo.
Eu,cansei! Aplaudem a ministra porque gostam da escola fábrica que lhes “guarda” os meninos o dia inteiro, dos professores “facilitadores das aprendizagens”, de um sistema em que os meninos matriculam-se e acto contínuo estão passados, de uma escola onde cresce a olhos vistos a indisciplina e autênticos gangs organizados lançam o terror nos recreios e à saída da escola… e se eles gostam porque vou eu contrariá-los? Não sou eu a responsável pelos excluídos do futuro. Só me preocuparei a sério se as escolas privadas desaparecerem porque, aí sim, o futuro dos meus filhos está em risco.
A minha filha mais velha sairá do sistema no ano que vem. A mais nova daqui a 3 se tudo correr bem.
Eu já ando a pensar que rumo dar à minha vida profissional se «esta» escola e «este» sistema vingarem. E nem acho que seja «desistência»: será mais «sobrevivência». Ou melhor, «desistência» do país e «sobrevivência» pessoal, porque não sou mártir, parva ou eduquesa nem, tão pouco, política, para poder andar a fazer de conta.
E tenho muita pena de não acreditar nos políticos. Com estes exemplos recentes, quem pode?
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