domingo, 17 de maio de 2009

ÉTICA/ESTÉTICA

A POLÍTICA DA ÉTICA EM VEZ DA POLÍTICA DA ESTÉTICA de Cunha Ribeiro no blogue do Paulo Guinote


Cada vez mais me convenço que os partidos políticos são um espelho infalível da cultura de roubalheira que nos envolve e abafa.
Nem o Partido Comunista, nem o Bloco de Esquerda se mantiveram imunes ao fascínio e poder do dinheiro, votando uma lei ( do financiamento dos partidos) que abriu um largo portão, por onde resmas de notas podem entrar às carradas.
Razão pela qual, nunca votei, nem voto, em função de um partido político, qualquer que ele seja. Para mim, ou um partido é “inteiro e direito”, e leva, em consequência , o meu voto; ou é mesmo “partido”, no sentido mais literal da palavra, e, então, não o levará de certeza.
E o que são, para mim, um “partido inteiro” e um “partido partido”?
Um “partido inteiro” é aquele que constrói a sua casa política com as traves-mestras da moral e da ética. Fazendo destes princípios uma matriz permanente. Sejam quais forem as pessoas que a ele adiram, estas devem respeitar, na íntegra, um código de conduta inquebrantável. E o primeiro a desrespeitar esses princípios, deve estar sob a alçada de uma sanção eficaz, e arrepiar caminho; não mudando de conduta, a expulsão do partido torna-se, então, inevitável.
Um “partido partido”, pelo contrário, é aquele que não enquadra a conduta dos seus filiados, em qualquer princípio ético ou baliza moral; ou, então, se adoptou tais princípios, não os aplica aos seus correligionários.
E o que deverá ditar a moral e a ética aos partidos políticos, em época de eleições?
Uma das principais regras de conduta deve ser o rigoroso compromisso de honra dos candidatos em cumprir, depois, tudo que prometeram, antes.
E o que é que se tem visto?
Pomposas promessas, seguidas de pequenas acções e injustificadas mentiras. Mundos e fundos que se traduzem, quase sempre, em coisitas de pouca monta; grãozinhos de areia lançados aos olhos do povo, para este cegar e acreditar. “migalhas de pão” mal distribuídas, para comer e calar.
E toda esta vilanagem política está nos antípodas da moralidade e da ética; É o oposto do que deve ser um partido com candidatos sérios e responsáveis; que se preocupam em prometer tanto como o que vão fazer; que não dão emprego ao António por ser filho do João, ou sobrinho do Manuel, mas porque tem habilitações e revela competência; que não fazem obras faraónicas, só pela pura vaidade de dizerem que são suas; que não discriminam ninguém, num concurso qualquer, apenas por ser doutro partido.
É por tudo isto que é preciso exigir dos candidatos políticos, o seu “compromisso mínimo de execução”, ou seja, um conjunto exequível de medidas, para cada um dos ministérios. E, ainda, mais: antes das eleições, os eleitores deviam conhecer já, os futuros ministros, que os poderão governar.
No mundo de hoje, por alguma razão, todo o contrato é clausulado por escrito e devidamente assinado.
O mesmo se deve exigir aos candidatos políticos. Que assinem compromissos de honra. E se deixem de garridos placards com palavras vãs escritas a cores. Ou outdoors mentirosos a exibir rostos velhos sem rugas.

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