terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Exames

Sou suspeita para falar da abolição do Exame de Português de 12º ano, exactamente por ser professora da disciplina.
Sempre concordei com a existência de exames. Funcionam como niveladores do sistema, permitindo uma avaliação do mesmo através de um enunciado e critérios nacionais.
O argumento do «coitadinhos» dos alunos não serve ninguém. Quanto menos se exige, menos se faz. É a universalíssima lei do menor esforço. É natural e humano. Quanto mais se pede a alguém, seja do que for, mais essa pessoa dá. Quanto menos se pede, menos se dá. Funciona na mesma medida para professores. Se não há um exame pela frente, não há necessidade de cumprir o programa. Nem há necessidade de ser exigente e rigoroso na avaliação. E pode voltar livremente a inflação de notas, para «ajudar» os alunos a subir médias.

Abolir qualquer disciplina dos exames Nacionais é fazer crer aos alunos da sua pouca importância. E realmente o que interessa a nossa língua? Nadinha. Mais vale começarem com a língua inglesa no 1º ano e institui-la como língua oficial de Portugal.
Enquanto estes senhores estiverem a governar, desisto.

3 comentários:

karadas disse...

Definitivamente tem de abolir a palavra "exigência" do seu vocabulário. Esqueça que ela existe. Só tem a ganhar com isso. Quanto mais não seja a sua sanidade mental.

emn disse...

é verdade. Essa palavra vou guardá-la e usá-la só em casa, comigo e com os meus. Qualquer dia teremos vergonha de a usar em público...

soledade disse...

Tu não és suspeita para falar do exame justamente porque és professora de Português - como eu. E ambas sabemos o peso que o exame nos impõe. Por isso podemos falar: «Abolir qualquer disciplina dos exames Nacionais é fazer crer aos alunos da sua pouca importância.» Não pode ser! Não podemos desistir, é tão simples como isto. Não podemos!