sexta-feira, 25 de maio de 2007

Prémio Nacional de Melhor Professor


Há realmente ainda quem seja absoluta e completamente coerente.
Quando se ouvem os sindicatos a aconselhar todos a concorrer, «senão....», há pessoas como a
Teresa Marques, do Tempo de Teia. Porque basta ler o ECD para se perceber o «serviço» dos titulares. E nada daquilo tem a ver com alunos. Mas fica-se «parado» no bolso. Pois é. Só mesmo os mais corajosos podem ser coerentes. Provavelmente, se pudesse concorrer, apesar de em nada me rever nas funções dos ditos cujos, a parte que entra no bolso talvez me levasse a baixar a cabeça e, servilmente, acabasse por preencher a inscrição.
Mas a Teresa pode concorrer e, diante do problema que para ela não é apenas virtual, diz:



Ah, e aproxima-se o concurso para professor titular... a prova de fogo à minha obstinação pela coerência e pelo direito a optar pelo percurso que entendo ser o mais ajustado às minhas características profissionais (tenho queda para soldado, o que é que querem?). Pagarei, sei, por esse direito à escolha, que, portanto, direito não é. Serei penalizada daqui para a frente, marcando passo na coisa financeira, na coisa da carreira, mas pronto. Alma serena.

Ah, e agora hei-de andar congelada até 2009... eu, que em teoria deveria ter passado para o 9º, processo concluído, apenas por uma semana a expectativa gorada de mais um aconchego mensal no salário. Duplamente penalizada agora que optarei por, mais uma vez, me autocongelar no 5º da nova carreira... aguardando o descongelamento um dia, sabe-se lá quando, que me permitirá receber o tal vencimento a que tenho direito (teria) correspondente ao escalão real em que devia estar colocada.

Ao ouvir a notícia de manhã... ocorreu-me este pensamento perverso... que tal congelar um pouco a minha actividade no que respeita aos extras que ofereço ao sistema, por conta do tempo da componente individual que deixei de ter mas que insisto em roubar à vida para que o desempenho se mantenha nos níveis de exigência que são os meus padrões?
O que me faz dar, dar, dar, dar, quando a recompensa recebida é ver desaparecer aquilo a que tenho direito? Quando me tratam assim tirando, tirando, tirando?

Apreciando o estado de anormal cansaço em que me encontro neste final de ano lectivo, vou fazer um balanço sério nestas férias e verificar realmente como poderei fazer para ser a melhor professora para aqueles que precisam de mim, não me esgotando em ofertas ao sistema que o não merece. Não é amargura, ou desalento, não. É clareza de espírito. É constatação de que se continuar a este ritmo, os alunos acabarão por sofrer as consequências das minhas limitações físicas. Isso, dê lá por onde der, nunca deixarei acontecer. Sacrificarei o que tiver de ser sacrificado, nunca a minha total disponibilidade e o meu completo envolvimento com os pequenitos colocados a meu cargo.

Mais atrás diz também:
Ah, é verdade, falava eu da greve um destes dias e ouvi, algures entre a brincadeira e alguma apreensão: olhe que se fizer pode ser despedida! Despedida? Sim. Não sabe que têm de dar o seu nome lá para cima? Para que acha que é? Fica na lista negra...

Antes na lista negra... que na lista inócua e branca.

Eu também vou para a famosa «listinha»...

Um comentário:

Teresa Martinho Marques disse...

:)... enganei-me e deixei a reflexão deste post no post abaixo... daqui se depreende facilmente que me falta pontaria... logo... para além do meu natural desejo de não o ser.... faltam-me competências para tal... :)
Beijinho