Hoje «postei» isto num fórum de professores do meu agrupamento. Uma primeira moção foi assinada por 96 em 127. A segunda moção foi assinada por 75. Quando surge a palavra «notificação» põe-se o rabinho entre as pernas e só cerca de 50 não entregam os objectivos. Ok.
Hoje estou muito erudita. Assim, pus-me a vasculhar o «Citador». Encontrei algumas frases que conseguem resumir o que penso.
Infelizmente, prometemos conforme as esperanças e agimos conforme os medos, como disse La Rochefoucauld.
Mas se cada um de nós carregar a sua própria luz, deixa de ter medo do escuro pois, e de acordo com Ralph Emerson, o conhecimento é o antídoto do medo.
Já me acusaram de manipuladora. Aceito (até acho, se bem que o não entenda, que me orgulho um bocadinho de o ter tentado ser, no que a isto se refere). Tentei de todas as formas que o nosso Agrupamento fosse um exemplo de seriedade nesta luta (detesto esta palavra, até porque, tal como Caeiro «não tenho ambições» e quem assim é não «luta»). Só que, se há uma coisa de que realmente gosto é de «dar aulas». E quando quem manda em mim transforma de forma absurda as minhas condições de trabalho, tirando-me o tempo de que preciso para o fazer bem, a mostarda começa a chegar-me ao nariz. Quando a seguir me diz que há dois tipos de professores, os titulares e os zecos, e que eu, zeca, não poderei aspirar a ser devidamente recompensada, não progredindo mais na carreira, só podendo aspirar a chegar ao antigo 8º escalão, os meus fígados começam a azedar. Quando se houve que "admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública" (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006); "vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos" (Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008) ; "caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil" ( Jorge Pedreira, Novembro/2008) ; "quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!" ( Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008) ou quando se produz um estatuto do aluno que dá mais trabalho ao professor se os alunos faltam e quando se obriga um professor que não conhece uma turma a ir para lá entreter os alunos, tudo isto e o mais que não me apetece agora elencar, é necessário que eu me mexa. Chega finalmente, a cereja em cima do bolo – espetam-me com um sistema de avaliação estapafúrdio. É necessário que parem de fazer de mim gato-sapato. Fiz todas as greves, desde a primeira aos exames em 2005. Esse foi o primeiro sinal dado ao governo de que acabamos efectivamente por baixar a cabeça, aceitando tudo. Renasceu-me a esperança quando se juntam 100 mil profs, algo de absolutamente inédito. A história até se repete com 120 mil. Acontecem 2 greves de que não há memória. A seguir, fala-se numa «notificação». Pufff! Tal como o que acontece a um balão em que, depois de se encher vagarosamente, diligentemente, se espeta uma agulha, assim se vai a correr cumprir as ordens, porque «A lei é para se cumprir». Assim fizeram os soldados de Hitler. Não esqueçamos nunca que «as leis são para se cumprir» - mas convirá conhecer essas leis e não ir ao sabor do «diz que disse».
A dita afirmação de Margarida Moreira da DREN feita em Viana do Castelo a 28/11/2008 de que "[os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!" não deixa de fazer algum sentido hoje.
Só posso dizer, com muita tristeza, da pena que sinto que muitos de nós, no nosso agrupamento, tenham recuado. Qual moção? Qual determinação? No entanto, e com agrado, registo que ainda há prevaricadores convictos, a exemplo do que se passa no resto do país.
Salve, arruaceiros!
Já tinha prometido a mim própria nada mais aqui escrever. Até porque não gosto de ser chata e percebo que o esteja a ser para os que já decidiram de outra forma o seu caminho. Não me levem a mal. Puseram-me azeda.
Infelizmente, prometemos conforme as esperanças e agimos conforme os medos, como disse La Rochefoucauld.
Mas se cada um de nós carregar a sua própria luz, deixa de ter medo do escuro pois, e de acordo com Ralph Emerson, o conhecimento é o antídoto do medo.
Já me acusaram de manipuladora. Aceito (até acho, se bem que o não entenda, que me orgulho um bocadinho de o ter tentado ser, no que a isto se refere). Tentei de todas as formas que o nosso Agrupamento fosse um exemplo de seriedade nesta luta (detesto esta palavra, até porque, tal como Caeiro «não tenho ambições» e quem assim é não «luta»). Só que, se há uma coisa de que realmente gosto é de «dar aulas». E quando quem manda em mim transforma de forma absurda as minhas condições de trabalho, tirando-me o tempo de que preciso para o fazer bem, a mostarda começa a chegar-me ao nariz. Quando a seguir me diz que há dois tipos de professores, os titulares e os zecos, e que eu, zeca, não poderei aspirar a ser devidamente recompensada, não progredindo mais na carreira, só podendo aspirar a chegar ao antigo 8º escalão, os meus fígados começam a azedar. Quando se houve que "admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública" (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006); "vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos" (Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008) ; "caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil" ( Jorge Pedreira, Novembro/2008) ; "quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!" ( Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008) ou quando se produz um estatuto do aluno que dá mais trabalho ao professor se os alunos faltam e quando se obriga um professor que não conhece uma turma a ir para lá entreter os alunos, tudo isto e o mais que não me apetece agora elencar, é necessário que eu me mexa. Chega finalmente, a cereja em cima do bolo – espetam-me com um sistema de avaliação estapafúrdio. É necessário que parem de fazer de mim gato-sapato. Fiz todas as greves, desde a primeira aos exames em 2005. Esse foi o primeiro sinal dado ao governo de que acabamos efectivamente por baixar a cabeça, aceitando tudo. Renasceu-me a esperança quando se juntam 100 mil profs, algo de absolutamente inédito. A história até se repete com 120 mil. Acontecem 2 greves de que não há memória. A seguir, fala-se numa «notificação». Pufff! Tal como o que acontece a um balão em que, depois de se encher vagarosamente, diligentemente, se espeta uma agulha, assim se vai a correr cumprir as ordens, porque «A lei é para se cumprir». Assim fizeram os soldados de Hitler. Não esqueçamos nunca que «as leis são para se cumprir» - mas convirá conhecer essas leis e não ir ao sabor do «diz que disse».
A dita afirmação de Margarida Moreira da DREN feita em Viana do Castelo a 28/11/2008 de que "[os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!" não deixa de fazer algum sentido hoje.
Só posso dizer, com muita tristeza, da pena que sinto que muitos de nós, no nosso agrupamento, tenham recuado. Qual moção? Qual determinação? No entanto, e com agrado, registo que ainda há prevaricadores convictos, a exemplo do que se passa no resto do país.
Salve, arruaceiros!
Já tinha prometido a mim própria nada mais aqui escrever. Até porque não gosto de ser chata e percebo que o esteja a ser para os que já decidiram de outra forma o seu caminho. Não me levem a mal. Puseram-me azeda.
2 comentários:
Nem todas as mulheres podem dizer que têm os ovários no sítio, emn ;)
por acaso tinha a expressão «não têm os ditos cujos no sítio devido» no texto.... e muitas outras palavras menos suaves que, numa primeira revisão e depois de respirar fundo, apaguei.
...
Postar um comentário