quinta-feira, 31 de maio de 2007

Irritação

Estou zangada.

Em processo de mudança de Executivo a decorrer na minha escola, acho piada aos argumentos.
Quem muito ladra, nunca morde. Falam, criticam, mas alternativas ninguém apresenta. Com uma reduzida amostra de candidatos elegíveis, acontece aparecer alguém que «quer». E é tão importante querer... nada se faz quando se está «por estar». E, se alguém quer, há que lhe dar as condições para «reinar». Porque mais ninguém quis. Eu, sendo «elegível», não quero. Mas, como não quero, apoio quem quer. Os outros, não apoiam nada, mas criticam tudo.

Faz-me pensar na greve. Todos falam mal do Governo. Todos criticam tudo. Ninguém vê o mínimo de coerência. Mas quantos fizeram greve? (e não me conotem com partidos!.... fiz greve e sou «tradicionalmente» inclinada para a direita, porque sei que somos todos muito iguais, mas todos MUITO diferentes.... Quero lá saber de partidos!)

Não me chateiem. Sejam coerentes.

Adenda:
Mas por falar de partidos... Por que razão a UGT não aderiu à greve? Que outras estratégias de luta estão a desenvolver? Serei eu que estou completamente enganada e a ver tudo mal? Este governo está lúcido?

Agora, sinto-me cada vez mais a tombar para a esquerda... Será porque uma extrema direita está no governo?

terça-feira, 29 de maio de 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Prémio Nacional de Melhor Professor


Há realmente ainda quem seja absoluta e completamente coerente.
Quando se ouvem os sindicatos a aconselhar todos a concorrer, «senão....», há pessoas como a
Teresa Marques, do Tempo de Teia. Porque basta ler o ECD para se perceber o «serviço» dos titulares. E nada daquilo tem a ver com alunos. Mas fica-se «parado» no bolso. Pois é. Só mesmo os mais corajosos podem ser coerentes. Provavelmente, se pudesse concorrer, apesar de em nada me rever nas funções dos ditos cujos, a parte que entra no bolso talvez me levasse a baixar a cabeça e, servilmente, acabasse por preencher a inscrição.
Mas a Teresa pode concorrer e, diante do problema que para ela não é apenas virtual, diz:



Ah, e aproxima-se o concurso para professor titular... a prova de fogo à minha obstinação pela coerência e pelo direito a optar pelo percurso que entendo ser o mais ajustado às minhas características profissionais (tenho queda para soldado, o que é que querem?). Pagarei, sei, por esse direito à escolha, que, portanto, direito não é. Serei penalizada daqui para a frente, marcando passo na coisa financeira, na coisa da carreira, mas pronto. Alma serena.

Ah, e agora hei-de andar congelada até 2009... eu, que em teoria deveria ter passado para o 9º, processo concluído, apenas por uma semana a expectativa gorada de mais um aconchego mensal no salário. Duplamente penalizada agora que optarei por, mais uma vez, me autocongelar no 5º da nova carreira... aguardando o descongelamento um dia, sabe-se lá quando, que me permitirá receber o tal vencimento a que tenho direito (teria) correspondente ao escalão real em que devia estar colocada.

Ao ouvir a notícia de manhã... ocorreu-me este pensamento perverso... que tal congelar um pouco a minha actividade no que respeita aos extras que ofereço ao sistema, por conta do tempo da componente individual que deixei de ter mas que insisto em roubar à vida para que o desempenho se mantenha nos níveis de exigência que são os meus padrões?
O que me faz dar, dar, dar, dar, quando a recompensa recebida é ver desaparecer aquilo a que tenho direito? Quando me tratam assim tirando, tirando, tirando?

Apreciando o estado de anormal cansaço em que me encontro neste final de ano lectivo, vou fazer um balanço sério nestas férias e verificar realmente como poderei fazer para ser a melhor professora para aqueles que precisam de mim, não me esgotando em ofertas ao sistema que o não merece. Não é amargura, ou desalento, não. É clareza de espírito. É constatação de que se continuar a este ritmo, os alunos acabarão por sofrer as consequências das minhas limitações físicas. Isso, dê lá por onde der, nunca deixarei acontecer. Sacrificarei o que tiver de ser sacrificado, nunca a minha total disponibilidade e o meu completo envolvimento com os pequenitos colocados a meu cargo.

Mais atrás diz também:
Ah, é verdade, falava eu da greve um destes dias e ouvi, algures entre a brincadeira e alguma apreensão: olhe que se fizer pode ser despedida! Despedida? Sim. Não sabe que têm de dar o seu nome lá para cima? Para que acha que é? Fica na lista negra...

Antes na lista negra... que na lista inócua e branca.

Eu também vou para a famosa «listinha»...

Feche-se! :-)

Da caixa de comentários do 4R - Quarta República

Pinho Cardão said...

Pois eu, durante algum tempo, e há muitos anos, ainda julguei que o Ministério da Educação era reformável, no sentido de se poder renovar.
Falando a sério, há muito que não penso assim . Pelo que a solução é mesmo fechar, e não digo isto com ironia. É fechar mesmo, acabar, terminar!...
E pôr na rua sem justa causa todos aqueles que advogam os novos métodos de leitura global, que constituem exercícios de adivinhação e não levam ninguém a saber ler, todos os que desaconselham a tabuada, todos os que se opõem aos exames para efeitos de classificação dos alunos, e desde o 3º ano, todos os que dizem que o primeiro ano é para a criança se aclimatar à escola, todos os que confundem o aprender com uma actividade lúdica, pois aprender custa sempre e não diverte, todos os que apenas querem fazer bacharéis, com umas luzes tecnocráticas e sem qualquer espírito crítico, todos os que recomendam o TLEBS e dizem que é uma conquista científica, todos os que inventaram os exames que não são para avaliar alunos, todos os que desaconselham os trabalhos de casa, todos os que favorecem a linguística em relação à literatura, todos os que desprezam os exercícios de memória...eu sei lá!...Este simples apanhado, ao correr da pena, dá ideia do completa loucura que grassa pelo ministério e a que os ministros não conseguem pôr cobro, antes são arrastados pela onda. Feche-se, pois, que o ministério da educação é o maior deseducador nacional.
Feche-se e crie-se outro, a milhas, com um vigésimo do pessoal, completamente diferente!...

domingo, 20 de maio de 2007

Delicioso :-)

Mail da Amélia

Sinfonia Inacabada de Franz Schubert


Um administrador, adepto de primeira hora da doutrina neoliberal, ganhou um convite para assistir a um concerto da Sinfonia Inacabada de Franz Schubert. Como estivesse impossibilitado de comparecer, deu o convite ao seu gerente de Organização, Sistemas e Métodos.

Na manhã seguinte, o administrador perguntou-lhe se tinha gostado do concerto. Ao invés de comentários sobre o que ouvira e vira recebeu o seguinte relatório:

Circular Interna nº 13/03

De: Gerência de Organização, Sistemas e Métodos
Para: Directoria

Ref: Sinfonia Inacabada

1-Por um período considerável de tempo, os músicos com oboé não tinham nada para fazer. O seu número deveria ser reduzido e o seu trabalho redistribuído pelos restantes membros da orquestra, evitando-se assim estes picos de inactividade;

2-Todos os violinos da primeira secção, doze ao todo, tocavam notas idênticas. Isso parece ser uma duplicação desnecessária de esforços e o número de violinos nessa secção deveria ser drasticamente reduzido.
Se fosse necessário um volume de som alto, isso poderia ser obtido através do uso de um amplificador;

3- Muito esforço foi despendido ao tocarem semitons. Isto parece ser um preciosismo desnecessário e seria recomendável que as notas fossem executadas no tom mais próximo. Se isso fosse feito, poder-se-iam utilizar estagiários em vez de profissionais;

4-Não há utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já tocada pelas cordas. Se toda esta redundância fosse eliminada, o concerto poderia ser reduzido de duas horas para apenas vinte minutos;

5-Enfim, resumindo as observações dos pontos anteriores, podemos concluir que, se Schubert tivesse dado um pouco de atenção a estes pontos, talvez tivesse tido tempo para acabar a sua Sinfonia Inacabada.

Sonho dos Outros

Estive a ouvir isto ao vivo pelas mãos do Laginha e do Sassetti





Neste momentos, depois desta simplicidade perfeita, quero lá saber da complexidade imperfeita de tudo o resto...

Esta música lembra-me a suavidade das palavras da Soledade e leva-me para outras paisagens...

sábado, 19 de maio de 2007

Anedotário

Professor de Inglês suspenso de funções por ter comentado licenciatura de Sócrates
19.05.2007 - 10h09 Mariana Oliveira

Um professor de Inglês, que trabalhava há quase 20 anos na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), foi suspenso de funções por ter feito um comentário – que a directora regional, Margarida Moreira, apelida de insulto – à licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates.

A directora regional não precisa as circunstâncias do comentário, dizendo apenas que se tratou de um "insulto feito no interior da DREN, durante o horário de trabalho". Perante aquilo que considera uma situação "extremamente grave e inaceitável", Margarida Moreira instaurou um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua e decretou a sua suspensão. "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal", disse a directora regional, que evitou pormenores por o processo se encontrar em segredo disciplinar. Numa carta enviada a diversas escolas, Fernando Charrua agradece "a compreensão, simpatia e amizade" dos profissionais com quem lidou ao longo de 19 anos de serviço na DREN (interrompidos apenas por um mandato de deputado do PSD na Assembleia da República).

No texto, conta também o seu afastamento. "Transcreve-se um comentário jocoso feito por mim, dentro de um gabinete a um "colega" e retirado do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente, pinta-se, maldosamente de insulto, leva-se à directora regional de Educação do Norte, bloqueia-se devidamente o computador pessoal do serviço e, em fogo vivo, e a seco, surge o resultado: "Suspendo-o preventivamente, instauro-lhe processo disciplinar, participo ao Ministério Público"", escreve.

A directora confirma o despacho, mas insiste no insulto. "Uma coisa é um comentário ou uma anedota outra coisa é um insulto", sustenta Margarida Moreira. Sobre a adequação da suspensão, a directora regional diz que se justificou por "poder haver perturbação do funcionamento do serviço". "Não tomei a decisão de ânimo leve, foi ponderada", sublinha. E garante: "O inquérito será justo, não aceitarei pressões de ninguém. Se o professor estiver inocente e tiver que ser ressarcido, será."


Neste momento, Fernando Charrua já não está suspenso. Depois da interposição de uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva e antes da decisão do tribunal, o ministério decidiu pôr fim à sua requisição na DREN. Como o professor, que trabalhava actualmente nos recursos humanos, já não se encontrava na instituição, a suspensão foi interrompida. O professor voltou assim à Escola Secundária Carolina Michäelis, no Porto. O PÚBLICO tentou ontem contactá-lo, sem sucesso.

No entanto, na carta, o professor faz os seus comentários sobre a situação. "Se a moda pega, instigada que está a delação, poderemos ter, a breve trecho, uns milhares de docentes presos políticos e outros tantos de boca calada e de consciência aprisionada, a tentar ensinar aos nossos alunos os valores da democracia, da tolerância, do pluralismo, dos direitos, liberdade e garantias e de outras coisas que, de tão remotas, já nem sabemos o real significado, perante a prática que nos rodeia."

sexta-feira, 18 de maio de 2007

De Sttau Monteiro

Redacções da Guidinha
O ensino superior comprido e o ensino superior curto

Ora vejam lá se não se está mesmo a ver que esta gente é doida sim ora vejam lá que digo isto porque agora como não tinham mais nada a fazer criaram o Ensino Superior Curto ora com as faltas as greves as férias os sarilhos e mais isto e mais isto o ensino superior já estava tão curto que se lhe tirassem um bocado deixava de se ver mas eles a essas coisas não ligam como não ligam à lógica sim porque das duas uma ou o ensino superior é comprido em demasia e então deve ser encurtado porque é estúpido manter os meninos a estudar mais tempo do que o necessário ou tem exactamente o tamanho necessário e não pode ser encurtado e nesse caso o tal ensino novo é o que quiserem menos curto o que ele não é com certeza é superior de qualquer forma o que isso prova é a riqueza bestial deste país que tem uma universidade velha uma universidade nova e que agora passa a ter também uma universidade curta o meu Pai diz que a universidade curta foi criada para dizer com o cabaz das compras com os ordenados e que estão cada vez mais curtas por causa da inflação de qualquer forma isto vai dar uma confusão danada porque nós já tínhamos os doutores por extenso os drs. sem ser por extenso e agora vamos ficar com os drs. curtos porque mais dia menos dia os drs. curtos reivindicam o direito de ter o mesmo tratamento dos drs. compridos e vão para a rua berrar que a diferença é uma discriminação que não se admite numa democracia não sei se o regime vai mudar todo ou se fica tudo na mesma cá por mim apresento uma sugestão como as aulas da Universidade Comprida duram 50 minutos proponho que as aulas das Universidades Curtas durem 10 minutos como os professores da Universidade Comprida são normais proponho que se cortem as pernas dos professores da Universidade Curta para eles ficarem mais curtos como os alunos da Universidade Comprida estudam por livros normais proponho que a direcção da Reader's Digest seja incumbida de resumir os textos para o ensino curto onde os alunos da Universidade Comprida por exemplo estudam que o valor de pi (passe a ortografia mas a minha máquina não tem o símbolo) é 14,16 etc. os alunos da Universidade Curta devem estudar que total de pi vale 10,15 aos cursos de humanidades da Universidade Curta também se deve facilitar a vida aos licenciados curtos da seguinte forma onde os da Universidade Comprida dizem D. Pedro V os da Universidade Curta devem dizer D. Pedro II é certo que isso pode dar uma certa confusão mas é igualmente certo que os desgraçados não têm tempo para estudar mais porque se começarem a estudar acaba-se-lhes o curso antes de chegarem ao fim do estudo no meio disto tudo o que eu digo é que inventaram esta Universidade Curta por o Cardia da Educação ser tão pequenino se ele fosse mais comprido nada disso acontecia agora lá como é que ele vai se amanhar com tanta Universidade é que ninguém sabe porque se está mesmo a ver que ele nem com a Comprida se safa quanto mais com a comprida e com a curta e como nestas coisa de demagogia não há rei nem roque eu cá por mim proponho que se acabe mesmo com as universidades e que se introduza na Constituição uma regra dizendo Cada português é doutor por direito próprio se seguissem este meu plano acabavam os complexos punha-se termo aos privilégios e poupava-se muita lata nos canudos que na Universidade Curta passam a ter o tamanho das pasta de pomada para lavar os dentes uma coisa que vai ter é piada é arranjar nome para as coisas da Universidade Curta os lentes por exemplo passam a ser o quê nessa universidade? vidrinhos sem graduação? e os doutores honnoris causa? será que vão passar a chamar nessa universidade doutores honnoris causita? ou doutores honnoris curta? e quem vai ser o director? o Marcelo Curto? bem sei que este último problema não é grave porque não faltam por aí curtos de toda a espécie para leccionar e as cátedras? passarão a chamar-se bancos de cozinha? enfim se isto tudo tem uma moral essa moral é que ter um ministro da educação que dá pela cintura da gente acaba por se reflectir no tamanho dos cursos e dito isto aqui vão as notícias da Graça como é natural a Graça vai bem e recebem a notícia da Universidade Curta com grande entusiasmo para dizer a verdade e para que se possam avaliar esse entusiasmo informo que já se organizou uma comissão incumbida de propor ao dr. Mário Soares que instale a Reitoria da Universidade Curta aqui no bairro é certo que não temos edifícios apropriados mas numa rua cujo nome não revelamos há um vão de escada desocupado e como a Universidade é curta talvez lá caiba a ministra da educação pode lá entrar sem bater com a cabeça no vão da porta disso estamos certos deve ser a única portuguesa que consegue isso mas antes conseguir isso que não conseguir nada

In O Jornal, 12 Agosto 1977.

O que está a bold foi feminizado...

sábado, 5 de maio de 2007

Demolidor

Artigo de João Peres

(...)O segundo reparo respeita à não aplicação da suspensão da TLEBS ao Ensino Secundário, já referida na comunicação social.

(...)

O primeiro caso reporta-se à autoria dos programas do Básico em vigor, aprovados em 1991. Não faço a mínima ideia de quem foram os “especialistas de reconhecido mérito” que produziram um trabalho tão caótico relativamente à gramática, mas, como pelos frutos se vê a árvore, estiveram decerto longe de constituir a melhor selecção possível. O segundo caso respeita aos já referidos programas do Secundário, em vigor desde 2003, os quais têm seis autores, três que julgo serem docentes do Secundário e três universitários, dos quais apenas um doutorado (em 2000); a presença dos primeiros é inquestionável (assim tenham sido os mais indicados para a função); quanto aos três universitários, fica-se atónito, não só perante a modéstia dos currículos, mas também pelo facto de dois deles trabalharem na área do ensino de português como língua não materna (sobre o terceiro, nem consigo obter informação, para além da aparente ligação a uma universidade privada)

(...)

Parece-me, pois, indiscutível que há casos em que o Ministério não se preocupa com a transparência das suas escolhas de colaboradores junto das universidades e outros em que ou não procura o tal “reconhecido mérito” ou, se procura, pouco acerta.

(...)

Acredito que as dificuldades específicas do trabalho linguístico a que acabo de aludir podem ser ultrapassadas pelo trabalho colectivo, pela discussão e confrontação de perspectivas e teorias, ou seja, entregando, efectivamente o trabalho à “comunidade científica”.
Curiosamente, a Senhora Ministra parece estar convencida de que isso já aconteceu, pois afirmou que “a revisão da gramática (...) foi devolvida à comunidade científica, que tem de se entender sobre o assunto” (cf. ib.). Tem de ser devolvida, claro, mas ainda não dei por que o tivesse sido (e já consultei alguns muito bons linguistas, insuspeitos de serem meus apoiantes incondicionais nesta luta) e acho que a Senhora Ministra ou está mal informada ou está iludida. Se se pensa que tal devolução consiste em entregar a revisão a um linguista e a um especialista de Estudos Literários, nos termos conhecidos, ou se está a tornear a questão ou existem planos secretos de alargamento da discussão que a mesma comunidade científica ainda desconhece. Se, por outro lado, se imagina que a referida devolução passa por uma Conferência generalista, em que em simultâneo se tratam questões de gramática e de cânone literário, de multilinguismo e de identidade do professor de português, então quando acabarem tais interessantes trocas de ideias, cujo relato certamente não deixará de ser de grande proveito para quem se interessa pelo ensino do Português genericamente entendido, avisem a comunidade científica que tem a gramática por seu objecto para que o trabalho que está em causa com a TLEBS tenha finalmente início.

(...)
Generalizando para além do problema que motiva este escrito, entendo que o ME deveria ter com o Ensino Superior uma relação transparente sobre prestação de serviços, em particular os respeitantes a programas e questões afins.

(...)

Se tiver vida e saúde, tenho planos de produção bibliográfica para os próximos dez anos (não, não incluem rendosas gramáticas didácticas), com uma equipa de qualidade que não procura nem as luzes da ribalta, nem poder nem quaisquer benesses.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Inquisição

http://quartarepublica.blogspot.com/2007/04/de-novo-mtodos-da-inquisio.html

Adenda 1:
http://jn.sapo.pt/2007/04/30/opiniao/dos_beneficios_denuncia.html

(...) De que tem mais medo, padre Bartolomeu Lourenço, do que poderá vir a acontecer, ou do que está acontecendo, Que queres dizer, Que já o Santo Ofício acaso se está aproximando como se aproximou de minha mãe, conheço bem os sinais, é como uma aura que envolve aqueles que se tornaram suspeitos aos olhos dos inquisidores, ainda não sabem do que vão ser acusados e já parecem culpados (...)

Memorial do Convento - Saramago


Adenda 2:

O inimitável Baptista-Bastos no DN

Adenda 3:

No Paulo Guinote a mesma área temática...



.

Eu, me, mim, migo

A propósito da notícia no DN e dos respectivos comentários em vários blogues, reparei que nunca aqui reflecti sobre os «meus» alunos. E nem é por isso que por aqui ando. O que aqui me trouxe inicialmente foi a TLEBS e a estupidez da sua estouvada implementação. Depois fui ficando e postando ao sabor das raivas que vou sentindo por quem nos desgoverna.

Que me apetece dizer das turmas deste ano? Dois 12ºs e um CEF equivalente a um 10º com estágio no final do ano. Da noite nem falo de tão pacífico que é lidar com adultos – embora os haja que algum trabalho dão, há pois há, os poucos que tentam salvar-se a copiar para terem menos trabalho que os outros.

Uma das turmas de 12º (a minha DT) é recheada de alunos interessados, aplicados, participativos. Esperam-nos já à porta da sala (...não têm inveja?). Não me lembro de uma turma assim. Disse-o hoje aos pais na reunião. E disse-lhes também (e sorri ao ver os sorrisos) que provavelmente a culpa era dos pais. Se nos rimos um bocado de alguma coisa e é necessário voltar ao trabalho, que o tempo é curto, imediatamente põem os pés no chão e voltam à labuta. Já a outra turma é mais descontraída com uma aluna excelente e vários bons alunos, mas com conversas cruzadas nas aulas que com elas nada têm a ver e a quem se tem de chamar a atenção várias vezes antes de se conseguir «obrigá-los» a voltar à terra. Mas são todos simpáticos, bem-educados, tranquilos e cooperantes. Em suma, não dão qualquer tipo de problemas. Vão ser provavelmente bons trabalhadores para onde quer que se virem.

Depois.....(ai jesus!)....... vem o CEF. Há duas semanas que os não vejo devido aos feriados. E que bem me sabe não ter aulas com eles! Não têm o mínimo sentido de esforço. Trabalho!? Qué isso? Pa que serve? Nicles batatóides. Não são má gente, mas eu não sei lidar com eles. Um fala sempre como se o interlocutor estivesse a 100 metros de distância. Quando o advirto dos modos como se comporta pede desculpa e 2 segundos depois vira-se para um qualquer colega e faz uma qualquer pergunta disparatada. No início do ano tratei-os como trato os de 12º - como adultos. Só que estes não o são, nem lá perto chegam, embora tenham a mesma idade, fora duas ou três excepções. Depois de duas aulas a tentar a bem controlá-los, explodi e fiz renascer o Hitler (salvo seja!) que há em mim – ditadura e da dura.
–Quem der um pio vai imediatamente para a rua!
–Quem não fizer o trabalho que indiquei vai para a rua!
É que as faltas podem impedi-los de ir para estágio. Remédio santo! Mas já não me lembrava de «funcionar» assim. E como me custa! Com regime militar começaram a melhorar. Mas eu sorria ou dizia uma qualquer piada para espairecer e aligeirar o ambiente e a agitação imediatamente rebentava qual vulcão adormecido. E depois era impossível voltar a puxá-los à terra sem ser à bruta. Só entendem a lei do machado. Não vão lá com conversa. Ainda tive uns discursozitos ao coração daqueles que usava para os mais miúdos, mas o ar deles é «que quela tá práli a dizere!?» Desisti de os tratar como trato os outros. Entro séria e ali estou feita generala a guardar os prisioneiros. Acabam por fazer os exercícios todos, mas sem o cérebro. Acho piada a um, enorme, daquelas vozes que quando se ouvem ecoam, que não sabe sussurrar. É um miúdo esperto (como outros que lá estão) e depois de eu lhes explicar o funcionamento das relativas numa aula, e de terem feito exercícios, ele diz-me que não entendeu ainda muito bem. Volto a explicar e o ar dele iluminou-se (tem uma cara castiça) e de braços enormes esticados no ar, como é seu costume, exclamou com o formato de felicidade à americana: Yes! Já percebi! (-Precisas de pôr os braçps no ar- pergunto. Oh stôra, tou contente, pá! Pá, não! Desculpe, stôra!) A seguir fez, radiante, os exercícios todos bem à primeira. Na aula seguinte, ficha igual à dada na aula anterior. Resultado? 5,2 (de 0 a 20). Ou seja, entrou-lhe naquele dia, mas uma semana depois faz parte do passado. Quando, sorrindo, lhe perguntei se se lembrava da exclamação da aula anterior, respondeu: -Tem razão,stôra. Devia ter olhado pra isto. Tem razão! Pois tenho. E adianta-me de alguma coisa? Oh, stôra, desculpe lá!
Pois é. Irão para estágio agora, no final do ano. Raramente escrevem mais de uma linha sem erros. Não são burros, mas não têm qualquer noção do que é trabalhar. É a minha primeira experiência (desagradável, sem dúvida) com estes cursos. Pode ser que as próximas sejam melhores. E os meus colegas não se queixam deles. Há outros muito piores, dizem. Piores!? Eu sei,... eu sei que estou destreinada dos mais novos, quer seja em idade física ou mental. Já tinha deposto as armas há muito tempo.


Daí que aplauda PELA PRIMEIRA VEZ uma medida da senhora ministra – as alterações efectuadas ao Estatuto do Aluno que permitem PELO MENOS ter o poder de os ameaçar com a falta por estar a perturbar uma aula e as implicações que daí poderão advir - o tal exame no final do ano. Porque é impossível dar aulas a quem as não quer ter sem ter algum tipo de chantagem que possa ser feita, que não existia. Porque se com alguns a conversa ao coração chega, há os a quem só outro alguém, que não eu, poderá orientar. Eu não tenho paciência nem vocação para entreter quem não quer aprender. O que gosto é de ensinar. Educar, educo as minhas filhas. O que eu gosto é que eles aprendam. Entretê-los? Nã!

sábado, 28 de abril de 2007

Manipulação, (Des)informação

Nos títulos de quase todos os jornais online surge-nos:
RTP - Sócrates "satisfeito" com comunicado do TC
Público - Sócrates "satisfeito" por TC reconhecer que Governo só fez 53 nomeações

Não há dúvida de que este PM é inteligente (com ou sem curso superior) ou está muito bem assessorado.
É que o Tribunal de Contas não disse nada disso.

Os dados que lhes foram facultados (devem ser do tipo das contas de que eu falava no post anterior...) é que foram alterados. E dizem nada mudar nas suas declarações sem uma nova auditoria.

Mas, e aqui se revela a inteligência propagandística deste governo, enganam, ludibriam e desqualificam QUEM QUER QUE SEJA, para fazer passar a sua mensagem. Começou connosco, os professores, mas os tentáculos vão-se estendendo.


O que é que os mais incautos ouvirão? Só o título, claro - O TC enganou-se! Tadito do Governo. Tão sério! Tão rigoroso! É tudo uma cabala!

Eficiência, Rigor...

Enquanto não corrigem os dados (como fizeram com o currículo do PM) deleitemo-nos com a engenharia da matemática do ME no Paulo Guinote.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Isenção

Candidata a concurso para psicóloga queixa-se de favorecimento pessoal
Uma candidata a um concurso externo para o cargo de psicóloga promovido pela Câmara Municipal de Mesão Frio queixa-se de ter havido favorecimento pessoal na escolha do júri. A escolhida foi a filha de Marco Teixeira da Silva, presidente da autarquia, que em Fevereiro passado promoveu a mulher, Florbela Silva, a sua chefe de gabinete. "Têm tanto direito como os outros. É tudo legal", defende o autarca.

A escolha de Patrícia Silva para o lugar de psicóloga, contratada pelo prazo de um ano, renovável, motivou uma reclamação de Diana Brandão, a outra candidata concorrente, que se mostra "em total desacordo" com a classificação de 12,35 atribuída pelo júri. "Fui penalizada por não terem sido levados em conta os certificados de formação profissional que tenho, com o argumento de que não apresentei comprovativos. Tenho as cópias de três certificados que de nada valeram enquanto a outra candidata teve um ponto pelo único que possui", disse ao DN.

Além disso, Diana Brandão, que estranhou logo a "familiaridade" da outra candidata com os funcionários municipais, não percebe como teve pior pontuação na entrevista pessoal nos itens de motivação e capacidade de resolução de problemas. "O peso da entrevista não era referido no anúncio do concurso", alega.

Duvidando da legalidade, já fez chegar uma reclamação à Câmara de Mesão Frio. "Não tive resposta e se nada se resolver, tenciono prosseguir para o tribunal administrativo." O júri foi constituído pelo vice-presidente da câmara e dois técnicos de acção social.

Marco Teixeira da Silva disse ao DN que "há pouco a dizer" sobre o assunto. "A pessoa que ganhou, ganhou", sentenciou, sustentando que a sua filha "tem tanto direito como os outros de concorrer". O autarca argumenta que a filha já "tinha trabalho feito na área social, com menores em risco", mercê de um estágio de nove meses realizado na câmara. "Se a outra concorrente acha que foi lesada, pode recorrer para o tribunal administrativo", concluiu.

O eleito do PSD considera mesmo que o caso é normal em Portugal: "Acho estranho que o caso de Mesão Frio seja assim tão amoral, com tantas situações iguais que se vivem em muitos gabinetes ministeriais."


Quando tivermos as autarquias a «tomar conta» das escolas, salve-se quem puder!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Abril? Nova PIDE?

Comentários ao post O esplendor do sistema anti-democrático - Do Portugal Profundo de onde destaco as palavras finais do autor e dois comentários:

  • esta gente não aprende que os recados, directos e indirectos, os avisos, mais ou menos insidiosos, e as ameaças de violência são contraproducentes para os seus objectivos de calar o povo e provocam ainda mais vontade de resistir aos cidadãos activos...

25 De Abril! Dia de comemoração! Comemoração e, no entanto, já quase nada resta desse dia. Ou melhor, restam duas coisas. Por agora e, talvez, por muito pouco tempo! Hoje, 25 de Abril de 2007, podemos ainda comemorar a liberdade de poder dizer, publicamente, que o PM de Portugal é aldrabão e que é o produto de vários lapsos desvalorizados pela maioria da classe política e…e não ir para a cadeia! Não sei por quanto tempo mais isso será possível! Hoje, 25 de Abril de 2007, podemos ainda comemorar o direito à greve e a existência dos sindicatos. Por quanto tempo mais? Quanto ao resto, desse dia histórico, tudo acabou. Todas as conquistas do povo desapareceram ou estão, a passos cada vez mais largos, em vias de extinção. Justiça, Saúde e Educação deveriam ser, mais do que direitos dos cidadãos, um dever do Estado! Não se devia procurar tirar dividendos de nenhuma destas áreas! Justiça, Saúde e Educação são investimento no país e no seu futuro! Eram um investimento em Portugal! Era um direito de todos nós e uma obrigação do Estado Português! Eram os alicerces fundamentais de qualquer país democrático! Hoje, foi feriado e dia de comemoração. O Senhor Presidente da República, já sem cravo na lapela, diz que os jovens desconhecem o valor desse dia. E nós? Nós que o vivemos… que conclusões podemos tirar? E o que poderemos fazer? E podemos, ainda, fazer alguma coisa? Quanto tempo nos resta? Por quanto tempo mais teremos a liberdade de poder fazer e alterar, mais uma vez, o curso da história? Quanto tempo nos resta?


Sr. Carlos Ribeiro, vive em Marte?

Não tem lido este blog e os comentários?
Não viu vários DRs com a nomeação do Engenheiro José Sócrates, desde há anos?
Não viu biografias oficiais do Engenheiro José Sócrates?
Não viu que a biografia do PM no portal do governo já foi emendada duas vezes?
Não viu as pautas, ou melhor, 4 papéis a que chamaram pautas?
Não viu o trabalho doméstico de inglês técnico classificado com 15 valores, enviado com um cartão oficial do governo?
Não viu os 2 certificados com datas diferentes?
Não lê os jornais?
Não ouviu a entrevista do PM e a conferência de imprensa da UNI?
Não viu os “Gatos Fedorentos”?
Não ouviu a história do “brinde” do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa?
Etc., etc., etc….

Acha tudo isto natural, ou uma cabala contra o PS o PM e o governo? Considera que o prestígio e a credibilidade do PM são questões pouco importantes, tanto a nível nacional como internacional?

Ou admite condescender que, como alguém afirmou, tudo isto é afinal um exercício de democracia?

E, já agora, só mais uma pergunta, sente-se tranquilo com a acusação que algum organismo ou funcionário do Estado anda a vigiar o que escreve e a vasculhar o seu computador?
Acha que estarão em causa segredos de Estado ou actos “subversivos”?

Com esta política, o agravar das desigualdades, o desemprego, a pobreza, o encerramento de escolas e serviços de saúde, o ataque a direitos fundamentais conquistados com o 25 de Abril e uma luta prolongada e muitas vezes bem dolorosa, o que é que falta? Caxias ou exílio?

Não se esqueça que hoje festejamos o 33 aniversário do 25 de Abril que derubou a ditadura e convém relembra, a propósito, o poema de Brecht:

“Primeiro, vieram buscar os comunistas.
Não disse nada, pois não era comunista.
Depois, vieram buscar os judeus.
Nada disse, pois não era judeu.
Em seguida foi a vez dos operários, membros dos sindicatos.
Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado.
Mais tarde levaram os católicos.
Nem uma palavra pronunciei, pois sou protestante.
Agora, vieram buscar-me.
E, quando isso aconteceu, não havia mais ninguém para falar.”

Roberto

segunda-feira, 16 de abril de 2007

RVCC

RVCC = Regras, Viste-las? é Coro, Claro!

Alguns comentários no Público:

Por AA - Lisboa
Primeiro pompa e circunstância dizendo aos portugueses que todos podem ser doutores - é só cumprir umas formalidades... elaborar uns currículos (há quem já tenha prática disso e cobre barato)... e depois logo se há-de ver quem vai certificar isso tudo! Eu fui convidado a integrar uma dessas equipas e recuso-me a contribuir para a "bandalheira" nacional. Estudo implica esforço. Estudo implica gosto. Canalizador não precisa diploma nenhum para fazer o seu trabalho honrada e honestamente, nem eu vou pedir-lhe o certificado do ensino secundário - eu só pretendo que ele saiba e faça o seu serviço a meu contento. E o mesmo diria de outras profissões tão importantes para o bem estar social. Cada um tem sua função: só tem que saber cumpri-la adequadamente. Mas como tudo isto é para consumo externo - Portugal gosta muito de mostrar canudos e boas estatísticas para "botar" figura de provinciano no estrangeiro. Chega de pacovice! Assumamos de uma vez por todas o país que somos, com os nossos defeitos e virtudes. Construamos um país de que nos orgulhemos e deixemo-nos de engravatar a miséria. Construa-se hoje um país não para as estatísticas, mas para que não tenhamos vergonha no futuro.
Por Amélia Freitas - V.N.Famalicão
Que exista este sistema RVCC e as outras medidas Novas Oportunidades que envolvem as qualificações profissionais com ou sem certificação escolar, para jovens e adultos, ainda sou capaz de louvar, apesar dos pesares. Agora que o governo anuncie e reanuncie estas medidas de que o País precisa como do pão para a boca, desde 2005 e saiba perfeitamente que só poderá arrancar no fim de 2006 quando o QREN enviar os dinheirinhos é o que se chama atirar areia para os olhos do Zé Povinho. Desde 2005 que não temos feito outra coisa senão guardar os nomes dos candidatos até que venham os financiamentos que permitem que os cursos arranquem. Isso a notícia do Público não diz nem nenhum meio de comunicação social. Têm medo de quem? Além disso, a publicidade das Novas Oportunidades da TV é um insulto. Não sei se o Abrunhosa tem algum diploma,mas o que eu sei é que não é preciso ser muito engenheiro para se ser 1ºministro...
Por Ana Ramos Sa - Coimbra
E os/as técnicos RVCC? Alguem se lembra do facto de que estas pessoas trabalham, na sua maioria, a recibos verdes, há anos e anos???
Por Maria - Madeira
Habilitações "Simplex" são a melhor e mais garantida forma de resolver o insucesso escolar e a exclusão social, em três tempos. Se soubesse o que sei hoje...mãos à obra e esperem sem se esforçarem muito. Não aturem os professores e aguardem pelo...Simplex!!! Desta forma contribuirá para um maior absentismo às aulas, desemprego do Professores, relatórios cheios para a UE e o governo só lhe agradece.
Por Anónimo, Bragança
Se não houver algum rigor e conhecimento científico, torna-se um incentivo ao abandono de estudos e concluír mais tarde o 12ºano, através deste meio muitíssimo mais simplificado e facilitador.
Por José Santos - Aveiro
Mais um processo de facilitismo de "habilitações" está em curso! O que interessa são as reais qualificações das pessoas, DAR um diploma, sem a que este correspondam reais competências e qualificações académicas, é simplesmente uma manobra estatística! Ao 12º ano deveriam corresponder 12 anos efectivos de ESCOLA efectiva e de qualidade, e não o reconhecer de competências profissionais e assumir como equivalentes! Se a pessoa for competente, então tem a capacidade de obter um REAL 12º em regime pós laboral!
Por assessor - Lisboa
Este ensino alternativo ao secundário, para concessão rápida de diplomas com base em competências profissionais pretensamente adquiridas (a chamada escola da vida), tem pouca credibilidade e vai originar o aumento do insucesso e do abandono escolar. De facto, os alunos que tiveram esse comportamento tem ao fim de apenas três anos num emprego não ao qualificado, uma via mais fácil e rápida para o canudo(neste sistema as reprovações serão residuais).Mas quem estuda a valer no secundário,é prejudicado, à partida, com este modelo igualitário! Com mais desemprego para os Prof.!Para o Governo, melhoram as péssimas estatísticas e a imagem do País, atraindo assim o investimento estrangeiro!
...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

TVI



José Sócrates possui dois certificados de licenciatura na Universidade Independente (UnI). Um, publicado nos jornais, diz que o primeiro-ministro acabou a licenciatura a 8 de Setembro de 1996. Esta é a data que Sócrates referiu na entrevista à RTP. O outro, que consta no ficheiro pessoal de Sócrates na Câmara Municipal da Covilhã (CMC), foi emitido em 26 de Agosto de 1996 e atesta que o chefe do Executivo acabou a licenciatura em 8 de Agosto do mesmo ano.

As diferenças entre ambos não se ficam por aqui. O certificado que se encontra na CMC atesta que o primeiro-ministro teve equivalências a 24 cadeiras e que realizou sete na UnI. São elas Inglês Técnico, Computação Numérica, Análise de estruturas, Betão Armado e pré-Esforçado, Investigação Operacional, Estruturas Operacionais e Projecto e Dissertação.

No segundo certificado, o chefe do Executivo teve equivalências a 27 cadeiras e fez cinco durante o ano lectivo na Independente. Às cadeiras de Computação Numérica e Investigação Operacional Sócrates terá tido equivalência, ao contrário do que atesta o primeiro certificado.

Em entrevista à RTP, o primeiro-ministro reiterou ter tirado apenas cinco cadeiras na Universidade Independente, no ano lectivo de 1995/1996.

PS:
Faltam uns telefonemazitos para a TVI...

ADENDA (do Ricardo Araújo Pereira) :-)

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Toda a verdade!

http://omundoperfeito.blogspot.com/2007/04/finalmente-toda-verdade-sobre.html


:-)

http://blogda-se.blogspot.com/2007/04/imaginem-l.html

Primeiro de Janeiro:
...Noutros temas de uma entrevista onde se mostrou pouco à vontade e desconfortável, como raras vezes tem acontecido na sua magistratura, ...

Público:
Na sequência dessa exposição, questionado por quatro vezes sobre as razões que o levaram a transferir-se do ISEL para a UnI, José Sócrates apresentou três razões: o ISEL dava equivalência a uma licenciatura enquanto o curso da Independente era uma licenciatura; a Independente “era perto do ISEL”; e a Independente “apostava no regime pós-laboral”.

O curso que José Sócrates frequentou no ISEL tinha, também, um regime pós-laboral. A licenciatura na UnI ia então apenas no segundo ano, não possuindo ainda prestígio.(...)

O primeiro-ministro salientou que fazia parte de uma turma “especial, criada por alunos oriundos de outras instituições, para explicar a razão pela qual o seu professor de Inglês Técnico, o reitor Luís Arouca, não terá sido o regente dessa cadeira do curso de Engenharia Civil.

CIDADANIAPT

Impõe-se-nos, pois, a incontornável realidade da "cadeira" de "projecto e dissertação". Embora sujeita ao mesmo regime de obrigatoriedade de conservação por cinco anos, como todas as outras peças de avaliação, é normal que se guardem cópias dum trabalho tão importante que normalmente coroa a caminhada para a licenciatura na biblioteca das instituições, no arquivo do orientador, da Direcção de Curso e, naturalmente, do próprio aluno . Tais relatórios ou monografias, que pomposamente a UnI designa por dissertações (fora do contexto de um mestrado), são normalmente objecto de análise pelas comissões de creditação dos cursos de engenharia, no sentido de verificarem o rigor e qualidade do trabalho aí produzido. Tendo em conta que esta cadeira de projecto era na UnI de apenas um semestre e não dois, ao contrário de outras licenciaturas (normalmente mais antigas), mesmo assim a monografia é um documento que se guarda na estante de honra - para não desaparecer.