quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

PARA QUANDO?

«O trabalho de revisão já está neste momento a avançar (...) e o trabalho deverá decorrer até ao final deste ano lectivo, o que quer dizer que a suspensão far-se-á brevemente com a publicação de uma portaria a ser publicada até ao final do mês de Fevereiro e teremos durante o próximo ano condições para preparar a experiência pedagógica TLEBS já revista do ponto de vista cientifico e pedagógico», disse à Lusa Jorge Pedreira.

O secretário de Estado acrescentou que para ser possível a aplicação da TLEBS durante o próximo ano lectivo, o processo de revisão científica deverá decorrer até Junho.

Envolta em polémica, a nova terminologia, aprovada pelo Ministério da Educação em 2004, começou este ano a ser leccionada de forma generalizada no 3º, 5º e 7º anos, estando previsto que abrangesse todo o sistema de ensino em 2009.

Para já, o objectivo mantém-se, mas Jorge Pedreira admite que o cumprimento desta meta possa ter ficado comprometido com a suspensão hoje anunciada do processo.

A nova terminologia foi alvo de fortes críticas por parte de encarregados de educação e professores de linguística e literatura, que contestam a complexidade dos novos conceitos, tendo hoje sido entregue no Parlamento uma petição com mais de oito mil assinaturas.

A título de exemplo, a Confederação Nacional das Associações de Pais apontou casos de palavras como «paciência», actualmente classificada como «nome comum abstracto» e que passa a designar-se por «nome não contável e não massivo», ou «peixe-espada», que passa de «palavra composta por justaposição» a «composto morfo-sintáctico coordenado».

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Relatório de Avaliação da Reforma

Já o disponibilizaram....
http://www.min-edu.pt/hit/?newsId=301&fileName=2_relatorio_avaliacao_gaaires.pdf


Articulação entre ensino básico e ensino secundário
Para os diversos interlocutores, a preparação do ensino básico é insuficiente, criando-se um “fosso” entre ciclos, o que tem a sua manifestação mais visível nas taxas de reprovação no 10º ano. A conclusão do 3º ciclo do ensino básico por alunos que não fizeram uma aprendizagem consolidada, a dispersão e pulverização de um currículo do ensino básico e ainda a implementação de reformas em ambos os ciclos realizada sem sequência ou articulação, que resulta na desarticulação vertical de programas, serão os factores enunciados mais responsáveis por aquele fosso. O módulo inicial presente nos programas do 10º ano e concebido para detectar e colmatar estas lacunas, ou não é implementado ou, quando o é, não é suficiente.
(...)
Foi, entretanto, assinalado pelos interlocutores nas escolas visitadas que existe uma falta de definição rigorosa da natureza e finalidades dos cursos tecnológicos e dos cursos profissionais, o que, aliado à aproximação das suas matrizes curriculares, poderá vir a provocar uma sobreposição dos mesmos.
(...)

(O tempo.... sempre o tempo...)
Os vários actores referiram também a excessiva carga horária de todos os cursos de todas as modalidades, salientando-se o ensino recorrente. Nesta modalidade, este aspecto pode colocar grandes constrangimentos à consecução do seu objectivo fundamental, o de constituirse como uma segunda oportunidade de formação para aqueles que têm de conciliar a frequência de estudos com uma actividade profissional.
(...)
Todavia, a consideração da nota da disciplina de Educação Física no cálculo da nota de acesso ao ensino superior não reúne consenso entre os vários interlocutores. Mesmo entre os docentes da disciplina, encontram-se posições discrepantes: por um lado, a defesa da inclusão da disciplina no calculo da nota por uma questão de coerência e igualdade de circunstâncias com outras disciplinas; por outro lado, a preocupação de que não estão reunidas ainda as condições necessárias em todas as escolas para garantir a equidade do aproveitamento de todos os alunos do ensino secundário. Em particular, no caso dos encarregados de educação, existe o receio de que condições não modificáveis dos alunos (e.g. morfologia do corpo) possam influenciar o seu desempenho na disciplina.
(...)
Embora as experiências de articulação com as Direcções Regionais de Educação (DRE) sejam bastante distintas, e nalguns casos isentas de problemas, existe uma reivindicação geral por parte das escolas de maior autonomia no processo de decisão da oferta. Por vezes, são feitas referências a processos impositivos, confusos, pouco justificados e compreendidos e ressalta-se como assunto fracturante desta relação a abertura de turmas de continuidade com menos de 24 alunos. Na perspectiva de algumas escolas, as DRE com que contactam apenas retêm como critério a adequação da proposta aos recursos materiais e humanos e a existência de procura, não tendo em conta o ajustamento da proposta às necessidades do mercado de trabalho e dos alunos que se pretende que guiem a oferta educativa.
...
Outras questões surgem como relevando de tensões entre a escola e outros níveis do sistema. É o caso do processo de definição da oferta educativa pela escola e do papel nele desempenhado pelas Direcções Regionais de Educação. A intervenção destes serviços do Ministério da Educação é aqui muitas vezes vista como arbitrária e como coarctando a capacidade das escolas se adaptarem aos seus públicos e aos contextos socio-económicos particulares em que agem (e.g. abertura de cursos) ou de promoveram práticas pedagógicas mais eficazes (e.g. desdobramento de turmas).
(...)
Surge como recorrente no discurso dos professores entrevistados a referência à inadequação da organização por departamentos. Em escolas de grande dimensão, o elevado número de professores que os compõem é considerado um factor impeditivo da realização de um trabalho estruturado. Noutros casos é a arbitrariedade do conjunto de disciplinas que compõem o departamento que coloca em questão o seu contributo na promoção da interdisciplinaridade.
(Os titulares previstos englobam áreas completamente diversas...)
No que diz respeito ao trabalho dos grupos disciplinares, são identificados dois tipos de problemas. Um primeiro, referido por professores de escolas pequenas, relaciona-se com a existência de grupos de dimensão muito reduzida, compostos por um ou dois elementos, leccionando diferentes anos de escolaridade ou diferentes vias de ensino. O segundo prende-se
com a inexistência de espaços de trabalho, equipamentos, materiais e compatibilização dos horários dos professores do grupo, podendo concorrer para o subaproveitamento da componente não lectiva.


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

No Educare

Entretanto o Ministério da Educação rejeitou já qualquer acusação e justifica a sua proposta para o acesso à categoria mais elevada da nova carreira dos docentes, considerando que pretende "valorizar a assiduidade e penalizar o absentismo". A tutela defende que a sua prioridade é premiar os professores que cumprem o dever de assiduidade e investem na formação própria.

Para Lucinda Dâmaso, da FNE, a reunião de hoje foi "inconclusiva". Ainda assim, três rondas depois, a responsável sindical adianta que o ME já assumiu passar de 120 para 95 pontos a classificação necessária para a aprovação do professor no concurso, bem como aceitar a pontuação do exercício de outros cargos na assembleia de escolas, além da presidência. Apesar destes dois aspectos positivos, há ainda muito para fazer uma vez que, nas palavras de Lucinda Dâmaso, "não pode haver uma subversão do papel dos professores".

Para a FENPROF, que será recebida amanhã, a proposta apresentada pelo ME vem "confirmar as piores expectativas" deixando de fora a maioria dos docentes do 8.º, 9.º e 10.º escalões, quer pelo número de vagas que serão estabelecidas quer pela classificação, inatingível pela esmagadora maioria dos docentes devido aos critérios estabelecidos pela tutela.

Avaliação da Reforma

Gostava de ter acesso ao relatório.
http://www.min-edu.pt/np3/457.html


Nota de Educação Física
por - Friday, 15 December 2006, 19:47

Boa noite. De novo um assunto já aqui aflorado: a tremenda injustiça que se pode estar a praticar ao incluir a nota de Educação Física na nota de acesso ao Ensino Superior. Acabo de constatar as maiores aberrações com esta disciplina, numa mesma escola: tectos para una professores, para outros não; critérios a serem aplicados ao milímetro para uns, para outros não há critérios; apreciações subjectivas da importância da disciplina num Agrupamento Ciências e Tecnologias) e para outro ( Artes) não e por isso podem-se inflaccionar as notas! E deste modo alunos com uma média de 18 valores a todas as disciplinas podem ver na pauta um 9 na referida disciplina e depois terão que ir para Espanha tirar determinados cursos. Nós até não precisamos deles para nada! Que aberração!Haja Bom senso.
Re: Nota de Educação Física
por - Friday, 29 December 2006, 13:59

Eu até nem me importava que EF contasse para média de acesso....desde que contasse para todos. Se a Srª ministra decidiu fazer exames comuns este ano para evitar desigualdades (o que eu apoio), então eu sugiro que olhe para além dos exames e veja também que há disciplinas comuns às duas reformas e que são avaliadas para acesso de modo diferente
Re: Nota de Educação Física
por - Saturday, 30 December 2006, 19:38

Sou Professor de Educação Física há mais de 20 anos no Ensino Secundário, tenho 2 filhos, um no 10º e outro no 12º. Compreendo as apreensões de pais, alunos e professores sobre este assunto. O princípio da igualdade nesta disciplina é questionável por vários motivos. São exemplos disso: 1- as condições de instalações, equipamentos e materiais muito diferentes de escola para escola; 2- os programas desigualmente abordados nas escolas, muitas vezes com matérias impossíveis de trabalhar, dado fundamentar-se noutras matérias que o aluno deveria ter abordado no seu percurso escolar desde o 1º ciclo e não o fez, não sendo sua a culpa; 3- a existência de alunos parcialmente ou totalmente impossibilitados da prática de exercício físico (ex. atestados médicos); 4- a existência ainda de escolas privadas sem a disciplina ou então dada de forma leviana.

Entendo que a situação actual é susceptível de injustiças graves, pelo que defendo outra ponderação para a disciplina com menos influência no acesso ao ensino superior.

PS. Aproveito para manifestar também a minha discordância com os privilégios dados no acesso ao ensino superior aos atletas de alta competição.

Re: Nota de Educação Física
por - Sunday, 4 February 2007, 17:59

Concordo inteiramente. A possível (provável?) inclusão da classificação de Educação Física na média para acesso ao ensino superior parece-me claramente injusta. Até ao passado ano lectivo (2005/06), essa classificação não era considerada, certamente, por se entender que não têm sido asseguradas a todos os alunos as condições indispensáveis ao desenvolvimento físico, de forma a poderem competir uns com os outros, a esse nível, em pé de igualdade. Medida sensata!

E o que mudou do ano passado para este ano, a esse nível? Nada! As desigualdades permanecem: nem todas as escolas secundárias (públicas) estão igualmente equipadas; e que garantias temos de que a Educação Física é encarada com o mesmo nível de exigência nas várias escolas ou, até, por diferentes professores na mesma escola? os critérios (e as condições) do ensino público e do privado são idênticos?

A primeira injustiça é esta: embora os alunos de ambos os currículos (o antigo e o novo) tenham feito a sua aprendizagem nas mesmas condições (porque nada se alterou, a não ser os programas), para uns a nota de Educação Física não conta, para os outros conta. Onde está a igualdade de oportunidades?

Segunda injustiça. O desempenho dos alunos no ensino secundário depende, também, das aprendizagens efectuadas ao longo do ensino básico. Ora, sabe-se que, ainda hoje, nem todas as escolas básicas estão dotadas dos mesmos equipamentos e instalações. Isto é, no que à Educação Física diz respeito, os alunos chegam (e terminam) o ensino secundário em condições desiguais. Transferir essa objectiva desigualdade para o processo de candidatura ao ensino superior é injustiça ao quadrado.

Terceira injustiça. Os finalistas do ensino regular (diurno) não são os únicos candidatos às vagas do ensino superior. Os alunos do ensino recorrente por módulos capitalizáveis podem igualmente fazê-lo, o que é inteiramente justo, tanto mais que se submetem, no ensino secundário, ao mesmo currículo. Ao mesmo currículo, com uma diferença, neste caso, radical. Os alunos do ensino recorrente NÃO TÊM EDUCAÇÃO FÍSICA!

A única maneira de colocar todos os candidatos ao ensino superior em pé de igualdade é, obviamente, retirar a nota da Educação Física da fórmula que determina o acesso ao ensino superior.

Re: Nota de Educação Física
por - Monday, 5 February 2007, 09:57

Cara equipa do GAAIRES

O que falta ainda argumentar mais para que o Ministério assuma, de uma vez por todas, que a nota de Educação Física não pode relevar para efeitos de acesso ao ensino superior?

Aproximam-se os exames e aumenta o nível de ansiedade dos alunos e pais.

Todos ficariam muito agradecidos se tal questão pudesse ser resolvida e esclarecida rapidamente.

Até porque, como muito bem acima se expõe, a inclusão de tal nota apenas para alguns no mesmo concurso de acesso viola descaradamente o princípio constitucional da igualdade de acesso ao ensino superior.

Evitem-nos os tribunais!

Re: Nota de Educação Física
por s - Tuesday, 6 February 2007, 17:12

Boa tarde. Só mais uma experiência quanto à questão da Educação Física: Sou professora de Filosofia, este ano com 10ºs anos, cujos alunos apresentam IMENSAS lacunas no domínio da língua materna, leitura, interpretação, ausência de vocabulário, enfim um rol de consequências da maravilhosa Reforma a que foram submetidos(só dois blocos de Português é o que dá e o mesmo se aplica à Matemática!). Ora eu pretendia dar-lhes apoio na minha disciplina, mas para além do apoio na disciplina de Matemática e outras, bem como as obrigatórias explicações, os meus alunos vão ter aulas de apoio a Educação Física e já não comportam mais apoios! Tenhamos dó, por muito importante que a disciplina seja e é, porque o futuro vai ser negro para eles, com tanta obesidade, sedentarismo, etc, como solucionar este dilema? Só vivemos contradições!
Re: Nota de Educação Física
por - Friday, 23 February 2007, 18:57

Boa tarde. Muito me agrada participar neste fórum sobre o Ensino Secundário. Interessante também esta implicíta (?) forma de dissertar sobre a importância da Educação Física (EF) no que respeita à consideração da sua avaliação no acesso ao Ensino Superior (ES). Queiram os amigos saber que a EF não contava no acesso ao ES a partir de um despacho (anos noventa) de um Sr. Secretário de Estado que achou mais fácil lançar esta pérola legislativa do que proporcionar condições de prática para a EF em todas as escolas, ou mais fácil ainda, utilizar médias ponderadas.
De facto ao longo destes anos, tem sido muitos os alunos prejudicados, por não lhes considerarem a avaliação da disciplina de EF que faz parte do seu currículo do 1º ao 12º ano (!).
Maravilhosa dualidade corpo-alma: o problema estrutural reside no facto de não se conseguirem resolver em três anos do Ensino Secundário os problemas a montante de 9 anos problemáticos. Não são, regra geral, as aulas de apoio que resolvem as insuficiências de base nas várias disciplinas entre as quais a EF. Obrigado pela atenção.

Relatório do Grupo de Acompanhamento da Reforma
por - segunda-feira, 26 Fevereiro 2007, 13:19

Boa tarde. Ainda não é possível ter acesso ao Relatório supra-citado, no entanto a síntese disponível já me permite uma conclusão óbvia. A componente prática das disciplinas de Física e Química e Biologia e Geologia tem sido, como constato, com o meu filho, completamente descurada por falta de tempo para a leccinação dos ditos, extensos programas. E agora aí está a recomendação! E quem repõe o prejuízo causado a estes jovens? Como vão eles para exame? O que tiveram que fazer as famílias para suprir o que, nas escolas, não se pode pôr em prática ou mesmo leccionar correctamente? Que preparação levam eles para o ensino universitário?Não importa, são cobaias de um sistema a quem os seres humanos pouco, desculpem, NADA importa.Ainda há quem fale em rigor, que bom que seria, se os nossos dirigentes/responsáveis começassem por dar o exemplo.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Prémios

Recebi por mail. Não deixem de participar na votação :)

http://www.sprc.pt/asps/votapirata.htm

Rebelião?

Nas alturas em que se verifica maior injustiça, e impotência perante ela, surgem vestígios de «rebeldia». É assim que temos visto petições e/ou manifestações e, depois, revolta silenciosa e solitária.
Respira-se isto no nosso meio e sente-se a necessidade de mudar alguma coisa.
Logo após ter tido conhecimento desta 2ª versão do Concurso para Titulares, um colega liga-me:
-É necessário ir mais longe do que o «barulho». É necessário ir, não enquanto membro de uma classe ou de um sindicato, mas enquanto cidadão, queixar-me a instâncias superiores. Escreve lá um texto, pá, que tens mais jeito. Isto não pode ficar assim. Estão a gozar connosco! É em Tribunal, é fazer uma queixa na U.E, é o que for!

É realmente a sensação que dá. De imbecilidade em imbecilidade lá vamos cantando e rindo para a estupidez total.

Leia-se aqui no Miguel Pinto ou aqui no Paulo Guinote.
Ordem? Via jurídica? Ambas?

Piada do ano

Entrevistador:
Como é que revisão do Estatuto, manteve o equilíbrio entre as alterações introduzidas e as expectativas dos professores?

Maria de Lurdes Rodrigues:

Conseguimos um sistema de avaliação, rigoroso, exigente, que valorize sobretudo os professores que estão nas escolas e dão aulas. O essencial da avaliação incide sobre o acto de leccionar, através de mecanismos de supervisão, de acompanhamento, de verificação da qualidade das aulas ministradas. Associámos depois a progressão na carreira a esta avaliação, premiando os melhores professores, com a possibilidade de terem uma progressão mais rápida e prémios remuneratórios. Ao mesmo tempo, podem ser penalizados ou mesmo excluídos da carreira os professores que revelem não reunirem as condições. Também foram alteradas as condições de recrutamento e de selecção, com a introdução de um exame para entrada na carreira e do ano probatório, os quais ajudarão a ter uma carreira docente mais exigente. Finalmente, uma das alterações mais importantes foi a estruturação da carreira em duas categorias, com a atribuição de maior responsabilidade aos professores que têm mais competências, que são mais velhos.


VER A REACÇÃO NATURAL A ESTA RESPOSTA :)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Tá boa!

Mais de nove faltas por ano não dão pontos a docentes candidatos a titular
22.02.2007 - 17h22 Lusa

Os docentes que tenham faltado mais de nove vezes num ano lectivo, mesmo que por doença, são classificados com zero pontos no factor assiduidade, um dos principais critérios de selecção do primeiro concurso para professor titular.

De acordo com a segunda proposta do Ministério da Educação (ME) para o acesso à categoria mais elevada da nova carreira, é avaliada a assiduidade do candidato nos cinco anos lectivos em que deu menos faltas, entre 1999 e 2006.

Nesses cinco anos lectivos, são consideradas todas as faltas, licenças e dispensas dos professores candidatos a titular, incluindo as justificadas com atestado médico, sendo um aspecto que os sindicatos do sector já classificaram como ilegal.

Sem faltas é classificado com nove pontos

Em cada um desses cinco anos, se o candidato não tiver dado faltas é classificado com nove pontos, se tiver faltado entre uma e três vezes é classificado com sete, entre quatro e seis tem uma pontuação de cinco e entre sete e nove faltas obtém apenas um ponto. Com mais de nove faltas a pontuação é zero.

Todos os pontos contam, já que uma classificação final inferior a 120 determina a não aprovação do professor no concurso para titular.

Segundo a proposta do ME, a que a Lusa teve acesso, são ainda considerados outros critérios, além da assiduidade, como a habilitação académica, a avaliação de desempenho e a experiência profissional, incluindo o exercício de cargos de coordenação ou gestão.

Professor com grau de mestre tem 15 pontos

Um professor com o grau de mestre tem automaticamente 15 pontos, uma classificação que duplica caso o docente tenha concluído o doutoramento.

Já o cargo de presidente do conselho executivo da escola é pontuado com nove valores, enquanto o de presidente do conselho pedagógico merece sete, por exemplo.

Ao nível da avaliação de desempenho, é considerada a melhor menção qualitativa obtida pelo professor entre os anos lectivos 1999/2000 e 2005/2006.

A uma menção "Satisfaz" corresponde apenas um ponto, enquanto uma classificação "Bom" é valorizada com cinco.

Ministério especifica pontuação dada a cada critério

Nesta segunda proposta, enviada ontem à noite às organizações sindicais, a tutela especifica a pontuação dada a cada critério, um aspecto que não constava do documento anterior, mas não altera substancialmente as regras para o concurso de acesso à categoria de titular.

No concurso, a que o ME estima poderem concorrer mais de 50 mil docentes, a classificação obtida pelos candidatos não basta para chegar a titular, uma vez que há quotas estabelecidas para esta categoria, a que só poderão pertencer um terço dos professores do quadro de cada agrupamento de escolas.

A segunda proposta da tutela é discutida hoje e amanhã em mais uma ronda negocial com os sindicatos, no âmbito da regulamentação do novo Estatuto da Carreira Docente, que foi publicado em Diário da República a 19 de Janeiro.

2ª versão

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Bem-estar

UNICEF: Portugal nos últimos lugares em matéria de bem-estar educativo
14.02.2007 - 09h45 Lusa

Portugal ocupa os últimos lugares da tabela em matéria de bem-estar educativo, mas está à frente da Áustria, da Hungria, dos Estados Unidos e do Reino Unido na classificação geral, revela um relatório da UNICEF publicado hoje.

De acordo com o relatório sobre "O bem-estar das crianças nos 21 países da OCDE", realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Portugal também ainda nos últimos lugares em matéria de bem-estar material das crianças. Este valor é medido, nomeadamente, pela percentagem de crianças que vivem em lares com rendimentos inferiores a 50 por cento da média nacional mas também pela percentagem de crianças que declaram ter menos de dez livros em casa ou que têm na família um adulto desempregado.

Pior nesta dimensão do bem-estar material só os Estados Unidos, o Reino Unido, a Irlanda, a Hungria e a Polónia (que ocupa a última posição).

Baseado neste critério, a pobreza infantil relativa mantém-se acima dos 15 por cento em Portugal, em Espanha e em Itália e em três países anglófonos (EUA, Reino Unido e Irlanda).

Os seis critérios tidos em conta neste relatório sobre a felicidade das crianças são o bem-estar material; saúde e segurança; educação; relações com a família e com as outras crianças; comportamentos e riscos; e bem-estar subjectivo.

Na classificação geral, que atende aos seis critérios do bem-estar da criança, o relatório da UNICEF situa Portugal no fim da tabela mas com desempenhos melhores do que a Áustria, a Hungria, os Estados Unidos e o Reino Unido (este último no fim da tabela).

A UNICEF nota, a propósito do bem-estar educativo que as crianças que saem da escola e não têm formação vocacional ou emprego "correm indubitavelmente maior risco de exclusão e marginalização", consequência que considera "preocupante" para os países do fundo da tabela.

Bem-estar não tem ligação directa com o PIB

"Não há relação directa entre o nível de bem-estar das crianças e o PIB por habitante", nota ainda o relatório da UNICEF. A República checa, por exemplo, obtém uma melhor classificação geral do que vários países nitidamente mais ricos como a França, a Áustria, os Estados Unidos e o Reino Unido", salienta o relatório.

"Os níveis de bem-estar da criança não são inevitáveis, antes são condicionadas por políticas", sublinha a UNICEF, que quer fazer do seu relatório "um guia elementar e realista de melhoria possível para todos os países da OCDE".

domingo, 11 de fevereiro de 2007

As faltas...

Absentismo

Autor: Diáfana



Antes de mais, gostaria de informar que sou a favor de actividades de substituição, insisto na palavra “actividades”, aquando da falta de um docente numa turma. O artigo que hoje faz a 1ª página do JN tem, a meu ver, dois desméritos: reitera a ideia sobre os altos índices de falta de assiduidade dos docentes que supostamente se verificava e, bem pior do que isso, elege as ditas aulas(?!) de substituição como panaceia das medidas “patchwork” do Ministério da Educação.

Estes dois aspectos em nada contribuem, quer para a recuperação da dignidade dos docentes, quer para a resolução do tal combate ao absentismo e subsequente melhoria do processo ensino-aprendizagem dos alunos.
Vamos a exemplos concretos. Um docente de Físico-Química tem 150 aulas previstas para o ano lectivo. Por razões que não me interessam, o referido docente apresenta falta de assiduidade de forma justificada, à luz do enquadramento legal e, no final do ano, o total de aulas leccionadas pelo professor foi de 120 aulas, as restantes 30 foram colmatadas por “aulas” de substituição. Na teoria, os alunos tiveram 150 aulas de Físico-química ( os sumários são numerados e mesmo que seja um docente de Inglês a ocupar os alunos, por exemplo, com a discussão em torno da importância da Revolução Industrial, ou do papel de W.Churchill na 2ª guerra mundial, ou ainda sobre assuntos/actividades sobre Cidadania, a numeração como aula de Físico-Química segue a ordem.) mas efectivamente, e na prática, o programa da disciplina não foi dado na totalidade. Impossível. As ditas substituições vieram encobrir com o seu manto diáfano o falacioso absentismo mas a falha de aprendizagem/conhecimentos a Física-Química permanece. Dentro do que está previsto, os pais quererão saber por que razão o programa da dita disciplina não foi cumprido. Lógico. E como a classe docente tem ( aspecto talvez desconhecido por muita gente) de justificar, e bem, em acta as razões do não cumprimento de programas/panificações, adivinhem o resto…Talvez o Ministério da Educação distribua uns boletins a preencher, futuramente, com cruzinhas.
Segundo exemplo, no ensino secundário: os “API” – apoio pedagógico individualizado – visa apoiar alunos ao abrigo do 309 ( comprovadamente com deficiências físicas ou psíquicas) e ainda alunos vindos recentemente de países estrangeiros( mormente no que diz respeito à disciplina de Português)- são disponibilizados pelas Escolas, desde que estas tenham, e costumam ter, condições para os dar. Como esclarece a própria designação, trata-se dum apoio adaptado ao aluno, onde se trabalha ombro a ombro, no aqui e agora. Estes apoios têm lugar, isto é, encaixam-se, nos momentos em que a turma a que pertence o aluno a apoiar está sem aulas, ou seja, furo de horário. O docente de Português falta num dia e como é difícil fazê-lo substituir por outro da mesma disciplina, envia-se um professor de qualquer outra disciplina para dar a tal substituição! E enumera-se a dita aula, e o aluno, “voilá”, teve “aula” e a ausência do titular da disciplina foi liminarmente erradicada. Mas a turma estava em furo de horário… mas o aluno precisava de apoio a Português, logo, que ganha este aluno? Nada. Perdeu a possibilidade de conviver com os colegas da turma que se encontrava em furo de horário, perdeu o seu tempo a falar de nadas que nada tinham a ver com as suas dúvidas a uma determinada disciplina….perdeu, talvez, a inocência( falamos de alunos com mais de 15 anos e eles não são parvos!) ao acreditar que o M.E o queria ajudar, sentiu ( e tenho provas disso) que o M.E. não respeita a sua individualidade, o seu estatuto, percebeu que o M.E. o quer atulhar com fardos de palha e aditivos….mas se é em nome do combate “eficaz” ao absentismo, ideia aplaudida pela nossa sociedade de experts, omnipresentes, quer no talho ao lado, quer por entre a charcutaria das grandes superfícies, quer por uma larga maioria dos jornalistas da nossa praça, respeite-se, pois, esta política e continue-se a ovacionar e a tecer loas que é na quantidade que está a qualidade.
Da dignidade profissional dos docentes, estamos mais que esclarecidos, mas roubá-la aos nossos jovens “acarneirando-os”… até quando?
E eu que até sou favorável às “aulas” de substituição, noutros moldes, claro, fará se o não fosse..

Saudações domingueiras

Diáfana


sábado, 10 de fevereiro de 2007

Professor titular

Professor titular: Assiduidade é factor decisivo no concurso
Assiduidade, currículo e avaliação de desempenho são os principais critérios de selecção do primeiro concurso para professor titular, a categoria mais elevada da nova carreira, a que a tutela estima poderem concorrer mais de 50 mil docentes.

De acordo com a proposta enviada hoje aos sindicatos, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério da Educação (ME) estipula que os professores que actualmente beneficiam de uma dispensa total ou parcial da componente lectiva por razões de doença ficam automaticamente excluídos do primeiro concurso.

Para efeitos de selecção, o ME sublinha que serão consideradas todas as faltas, licenças e dispensas dos candidatos entre os anos lectivos 2000/01 e 2005/06, mesmo que tenham sido dadas por doença ou maternidade, por exemplo.

Além da assiduidade, são privilegiados outros factores como os graus académicos de mestre e doutor, a formação especializada, o desempenho de cargos de coordenação e supervisão pedagógica ou o exercício de funções no conselho executivo das escolas.

Ponderados todos os factores, cada professor é avaliado numa escala de 0 a 100, tendo de obter um mínimo de 60 valores para a sua candidatura poder ser aprovada.

No entanto, a classificação obtida não basta para o acesso a professor titular, uma vez que há quotas estabelecidas para esta categoria, a que só poderão pertencer um terço dos docentes do quadro de cada agrupamento de escolas.

Em caso de empate, a assiduidade é mais uma vez o factor decisivo, sendo escolhido o candidato com menos faltas, licenças e dispensas nos últimos seis anos.

Os professores só poderão concorrer a lugares de titular nos estabelecimentos de ensino onde leccionam.

O júri do concurso, cujas candidaturas são apresentadas por via electrónica, é presidido pelo director regional de educação e ainda o presidente do conselho executivo e o director do centro de formação da associação de escolas local, não havendo lugar a reclamação.

(...)

Com a publicação do ECD em Diário da República, ficaram consagradas todas as alterações à carreira, faltando, no entanto, regulamentar 24 diplomas relacionados com as principais mudanças, num processo que obriga a nova negociação com os sindicatos e que arranca segunda-feira.

Diário Digital / Lusa

09-02-2007 19:22:00
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1º CONCURSO PARA TITULAR

Lá está! A idade é um posto, como todos já sabíamos, e quem não falta é melhor 'professor' (ou organizador?).

sábado, 3 de fevereiro de 2007

APP ea TLEBS

http://educacaocor-de-rosa.blogspot.com/2007/02/carta-da-app.html

Mais TLEBS

Caro professor de Português



Vasco Graça Moura
Escritor

Se perguntar alguma coisa ao Ministério da Educação quanto à vigência ou não vigência da TLEBS, de certeza que ninguém lhe dará uma resposta concreta... Está-se perante uma perniciosa pescadinha de rabo na boca. A TLEBS está em vigor, não estando. Ou não está em vigor, estando. Ontem, ia ser suspensa. Hoje, parece que só vai ser suspensa para o próximo ano lectivo e se pretende aplicá-la no que resta do ano corrente, não obstante as suas muitas e reconhecidas deficiências.

Simplesmente, esta aplicação, intercalar e provisória, não faz qualquer sentido, uma vez que não se trata apenas das falhas científicas de que a TLEBS enferma, mas também da impossibilidade prática de ensinar com base nela, mesmo com a melhor das boas vontades.

Por isso, é impossível considerar que exista uma obrigação de aplicá-la. O próprio ministério o reconhece, uma vez que já a suspendeu quanto aos manuais do 8.º ano, anuncia a intenção de suspendê-la globalmente para 2007/2008 e pretende seja efectuada uma revisão científica.

Mas... de que revisão estaremos a falar? No seu já célebre texto da Internet (http/jperes.no.sapo.pt), João de Andrade Peres escreve que "a discussão em torno da TLEBS só terá a ganhar se for claro e pacífico que é em primeiro lugar aos fonólogos, aos morfólogos, aos sintaxistas (...), aos semânticos, aos dialectólogos, aos historiadores da língua e a outros profissionais da Língua academicamente credenciados (...) que cabe a tarefa de analisar e discutir a validade científica de um produto que é eminentemente linguístico e, mais concretamente, gramatical", para além das questões emergentes de outros planos de análise, que requererão outros contributos.

Ora o ministério, que ainda não se apercebeu da extensão e da profundidade deste problema, limitou-se a incumbir duas pessoas desse trabalho, sendo altamente discutível e deontologicamente inaceitável a intervenção de uma delas por previsível conflito de interesses (marido de uma das autoras da TLEBS e consultor científico de uma gramática para o 3.º ciclo do básico e secundário, conforme à terminologia e publicada por uma editora comercial, a Lisboa Editora).

De tudo isto resulta que a TLEBS não está, nem estará tão cedo, em condições de ser utilizada: citando ainda o artigo referido, ela não conta com uma boa gramática de Português em que possa apoiar-se, é insensata pela sua extensão, apresenta um número impressionante de deficiências metodológicas, de erros de formulação e de erros conceptuais, pretendendo-se introduzi-la abruptamente e com total desprezo pela coesão intergeracional. Sem contar as discrepâncias e descoordenações entre o elenco terminológico constante da Portaria 1488/2004 e o material fornecido pela base de dados (esta, não fazendo parte da portaria, não tem aliás qualquer valor cominativo...).

Ora o meu caro professor não pode ser obrigado a ensinar o erro. E ainda menos pode ser obrigado a ensinar aquilo que não consegue entender, apesar da sua qualificação académica, de ter recebido formação para ser professor, de não ser intelectualmente destituído e de ter com certeza uma válida experiência do seu trabalho. O ministério, aliás, tem conhecimento da sua justificadíssima reacção negativa por um relatório de Setembro de 2006, em que se conclui pela rejeição generalizada da terminologia por parte dos docentes.

Por isso, venho apelar ao seu sentido de responsabilidade cívica, cultural e profissional. Recuse-se a aplicar a TLEBS! Nem sequer se tratará de desobediência civil que, aliás, sempre se justificaria, atentos o imperativo de defesa da nossa língua e as demais circunstâncias.

E também não se pode falar aqui de respeito da legalidade: Andrade Peres já demonstrou que os programas são ilegais porque violaram legislação vigente à data da sua homologação, atribuindo valor legal a um simples documento de trabalho, além de que a homologação dos programas do secundário não está publicada no jornal oficial.

No vazio instaurado, a si, caro professor, o que lhe resta é ir ensinando, provisoriamente, com base na Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967 e na Gramática de Celso Cunha e Lindley-Cintra. Não serão perfeitas nem inteiramente satisfatórias, mas pelo menos não bloqueiam as suas possibilidades de se assumir a sério como professor de Português.

Até a TLEBS ser objecto de uma revisão decente, só resta um caminho: se o ministério se obstina em não repor a vigência da Nomenclatura, reponhamo-la nós!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Ensino Especial

Há falta de docentes no Ensino Especial


Noventa e cinco docentes de educação especial, 102 de apoio educativo e 69 auxiliares de educação fazem falta na Região Centro. Estes são os resultados do estudo sobre a educação especial, desenvolvido em 30% de escolas não agrupadas e 50% de agrupamentos da região Centro, apresentado ontem pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).

Mário Nogueira, coordenador do SPRC, qualificou os resultados desta iniciativa, que se enquadra num levantamento global da situação da educação na Região Centro, de "panorama grave". Num país como Portugal, que ratificou em 1994 a Declaração de Salamanca da UNESCO, a qual prevê a integração de alunos com necessidades educativas especiais em turmas de escolas regulares com um máximo de 20 alunos, a conjuntura é, para Mário Nogueira, "altamente preocupante", criando "piores condições de trabalho para os professores, o que leva a um pior ensino e a uma pior escola pública".

Na conferência de Imprensa, ontem, professores e mães de crianças com necessidades especiais expuseram as suas dificuldades em manter os filhos no ensino "clássico".
Laura Cazaban, Jornal de Notícias
Mas se apostamos em mão-de-obra barata, não é necessário formar ninguém. Basta entreter.