sábado, 24 de dezembro de 2005
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
A TLEBS no sapatinho
Por Vasco Graça Moura
Tenho sido contactado por alguns professores a propósito da TLEBS.
Por emn às quarta-feira, dezembro 21, 2005 1 reflexões
Temas: TLEBS
domingo, 18 de dezembro de 2005
O atestado médico
Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa. Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la? Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante. Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI. O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente. Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente. Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente. Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade. Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o "ET", que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso Henriques, que Deus me perdoe. A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei. Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade. Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas. Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio.
Por emn às domingo, dezembro 18, 2005 0 reflexões
Temas: OPINIÕES
sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
APP - Exames
??????
... mas eu não estou perplexa com o Governo...
Por emn às sexta-feira, dezembro 16, 2005 6 reflexões
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
TLEBS
Esclarecimentos no Ciberdúvidas sobre:
subordinadas substantivas e modificadores do nome.
Por emn às quarta-feira, dezembro 14, 2005 0 reflexões
Temas: TLEBS
Exames
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=61&id_news=205411
A minha não é numerosa, mas também concorda.
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terça-feira, 13 de dezembro de 2005
Exames :)
Oral da cadeira de Anatomia do curso de medicina
Prof: Descreva o fígado.
Aluno: Os fígados...
Prof: Os fígados??!! Quantos são?
Aluno: Dois. Direito e esquerdo!
Oral da cadeira de psicologia do curso de medicina
- Onde se localiza o centro de inteligência...? (área do córtex cerebral)
- Nos Estados Unidos da América.
Curso de Segurança Social, numa universidade privada lisboeta.
- Diga-me lá porque é que a taxa de natalidade é menor nos países desenvolvidos.
- Porque se trabalha mais do que nos países subdesenvolvidos.
- Ai sim?
- E tem-se menos tempo.
- Menos tempo para quê?
- (o aluno, hesitante e já embaraçado) Menos tempo para fazer amor.
Oral na Faculdade de Medicina de Coimbra
- Minha senhora, diga-me, por favor, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal.
A aluna retorce-se, transpira, cora indecentemente. Decide mesmo recusar-se a responder à pergunta.
Na oral imediatamente seguinte, o professor resolve insistir na pergunta.
- Minha senhora, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?
- (a aluna, respondendo prontamente) É a íris, senhor professor.
- (O examinador, com um sorriso largo) Por favor, diga à sua colega que vai ter muitas desilusões ao longo da vida.
Exame numa universidade privada, em Lisboa
- Dê-me um exemplo de um mito religioso.
- Um mito religioso? Sancho Pança.
(estupefacto, o professor pede ao aluno para este escrever o que acabou de dizer. O aluno escreve no papel: "S. Xupanssa").
Prova oral da cadeira de Direito Constitucional, numa Universidade privada de Lisboa.
- O que aconteceu no 25 de Abril foi o início do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Álvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstâncias misteriosas no acidente de Camarate.
- Quais são as batalhas mais importantes da história portuguesa?
- Antes de mais, senhor doutor, a batalha de Alves Barrota.
Por emn às terça-feira, dezembro 13, 2005 1 reflexões
domingo, 11 de dezembro de 2005
TLEBS - Que confusão!
Veja-se a enorme confusão que grassa da nova terminologia:
a explicação feita no ciberdúvidas sobre a nova terminologia para a sintaxe em,
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=15859, explica desta forma os modificadores e complementos de nome (de grupos nominais) dizendo:
1.Complementos do nome:
1.1 Complemento preposicional do nome – (Composto por uma preposição e por um nome) há nomes que regem preposição (alguns sempre, outros em determinados contextos). Sempre que o contexto o exige, a sua presença é obrigatória, sendo, a meu ver, esta obrigatoriedade que justifica a designação de complemento.
Ex.: A necessidade de reflexão impõe uma pausa nos trabalhos.
1.2 Complemento frásico do nome – Composto por uma preposição seguida de um verbo. Ex.: A necessidade de refle(c)tir impõe uma pausa nos trabalhos.
Da análise que fiz, do que integra o famoso cd, temos algo bem diferente:
Todos os complementos do nome são opcionais, embora a informação veiculada por determinados nomes obrigue a ir ao contexto se não forem «completados».
1.1 . complemento preposicional frásico:
2.1 modificadores restritivos (restringem o nome)
2.1.1 adjectivais:
· Os professores competentes são rigorosos ( grupo adjectival/adjectivo)
2.1.2 preposicionais:
· Os alunos com todo o material estudam melhor (grupo preposicional)
2.1.3 frásicos:
· Os alunos que estudam diariamente obtém bons resultados ( frase relativa restritiva)
2.2 modificadores apositivos (não restringem o nome)
2.2.1 adjectivais:
· Os professores, competentes, são rigorosos (grupo adjectival/adjectivo)
2.2.2 preposicionais:
· Os alunos, com todo o material, estudam melhor (grupo preposicional)
2.2.3 frásicos:
· Os alunos, que estudam diariamente, obtêm bons resultados ( frase relativa explicativa)
2.2.4 nominais:
· A escola, espaço de aprendizagem, deve ser preservada (grupo nominal/nome)
Obs: Os modificadores apositivos surgem obrigatoriamente entre vírgulas.
Temos então que alguns de nós continuam a falar de aposto, atributo, complemento determinativo e de orações relativas; outros falarão do que viram na explicação do ciberdúvidas; outros falarão do que efectivamente está na nova TLEBS (modificadores e complementos dos mais variados tipos)...... ENFIM.
Por emn às domingo, dezembro 11, 2005 8 reflexões
Temas: TLEBS
sábado, 10 de dezembro de 2005
Vem aí o Natal...
Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto.
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2005
Ainda a TLEBS
- em 2005/2006, será levada a efeito a avaliação da situação no terreno. Uma vez os termos relativos ao funcionamento da língua constantes do novo programa de Português, homologado em 2002, são os constantes da TLEBS, apenas faz sentido falar em experiência pedagógica enquanto parte do processo de monitorização e de acompanhamento da implementação do novo programa de Português. Desta avaliação e da formação de professores, prevista também para este nível de ensino, surgirão documentos de reflexão, a publicar, para apoiar as práticas dos docentes;
- em 2006/2007 será publicado o relatório final com as conclusões do acompanhamento no terreno. Serão tidas em conta as contribuições dos docentes para a clarificação e enriquecimento da base de dados, distribuída às escolas sob a forma de CD-ROM.
Posso já adiantar que o meu grupo de trabalho, constituído por 8 professores de Português, concluiu o seguinte, na acção de formação sobre o novo programa para o 12º ano, quanto à avaliação da implementação do mesmo, no 10º e 11º:
(...)
III - RECURSOS UTILIZADOS
Quanto aos manuais, constatou-se que, na sua grande maioria, não contemplam os conteúdos linguísticos de acordo com o programa. Quando os apresentam, nem sempre o fazem em consonância com a nova terminologia. Este aspecto leva a uma certa confusão na leccionação desses conteúdos.
Por emn às quinta-feira, dezembro 08, 2005 0 reflexões
Temas: TLEBS
quarta-feira, 7 de dezembro de 2005
Terminologia III
2.1. A Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) não se sobrepõe aos textos programáticos em vigor, mas actualiza-os. Tal significa que os professores deverão considerar, da TLEBS, apenas os termos correspondentes aos ciclos de ensino leccionados, definidos pelos programas em vigor e pelo Currículo Nacional;
2.2. O peso dado ao trabalho do Funcionamento da Língua (ou Conhecimento Explícito da Língua) é o definido pelos programas em vigor para os vários ciclos de ensino, não pretendendo a TLEBS, nem os documentos legais que a adoptam, alterar as orientações programáticas neste sentido;
2.3. A base de dados distribuída pelas escolas e disponível para consulta e instalação a partir da página de Internet da DGIDC é um documento de apoio aos docentes, sem carácter explicativo, que deverá ser objecto de reflexão e de estudo antes de integrar as práticas lectivas. Como tal, não se destina a alunos;
2.4. No que se refere aos exames nacionais no Ensino Básico, e de acordo com informação do GAVE, no final do corrente ano lectivo não estarão reunidas as condições de aplicação da TLEBS nos exames nacionais de Língua Portuguesa do 9.º ano, uma vez que a sua experimentação apenas se concretizará numa amostra de escolas seleccionadas;
2.5. No caso do exame do 12.º ano, o documento de referência para a realização do respectivo exame nacional é o programa da disciplina de Português, homologado em 2002. Assim, será tida em consideração a terminologia dele constante, considerando, portanto, os aspectos comuns à TLEBS publicada na Portaria n.º 1488/2004.
Por emn às quarta-feira, dezembro 07, 2005 3 reflexões
Temas: TLEBS
Quinto Império «é morto»
Vibra, clarim, cuja voz diz
Que outrora ergueste o grito real
Por D. João, Mestre de Aviz,
E Portugal!
Vibra, grita aquele hausto fundo
Com que impeliste, como um remo,
Em El-Rei D. João Segundo
O Império extremo!
Vibra, sem lei ou com lei,
Como aclamaste outrora em vão
O morto que hoje é vivo —
El-Rei D. Sebastião!
Vibra chamando, e aqui convoca
O inteiro exército fadado
Cuja extensão os pólos toca
Do mundo dado!
Aquele exército que é feito
Do quanto em Portugal é o mundo
E enche este mundo vasto e estreito
De ser profundo.
Para a obra que há que prometer
Ao nosso esforço alado em si,
Convoco todos sem saber
(É a Hora!) aqui!
Os que, soldados da alta glória,
Deram batalhas com um nome,
E de cuja alma a voz da história
Tem sede e fome.
E os que, pequenos e mesquinhos,
No ver e crer da externa sorte,
Convoco todos sem saber
Com vida e morte.
Sim, estes, os plebeus do Império;
Heróis sem ter para quem o ser,
Chama-os aqui, ó som etéreo
Que vibra a arder!
E, se o futuro é já presente
Na visão de quem sabe ver,
Convoca aqui eternamente
Os que hão de ser!
Todos, todos! A hora passa,
O génio colhe-a quando vai.
Vibra! Forma outra e a mesma raça
Da que se esvai.
A todos, todos, feitos num
Que é Portugal, sem lei nem fim,
Convoca, e, erguendo-os um a um,
Vibra, clarim!
(...)
Por emn às quarta-feira, dezembro 07, 2005 2 reflexões
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
APP
Não é problemático? Claro que não. Todos vivemos bem sem exames. Não teremos o trabalho de os corrigir e não sofreremos a pressão de preparar os alunos.
Por emn às terça-feira, dezembro 06, 2005 5 reflexões
Temas: EXAMES
Exames
Sempre concordei com a existência de exames. Funcionam como niveladores do sistema, permitindo uma avaliação do mesmo através de um enunciado e critérios nacionais.
O argumento do «coitadinhos» dos alunos não serve ninguém. Quanto menos se exige, menos se faz. É a universalíssima lei do menor esforço. É natural e humano. Quanto mais se pede a alguém, seja do que for, mais essa pessoa dá. Quanto menos se pede, menos se dá. Funciona na mesma medida para professores. Se não há um exame pela frente, não há necessidade de cumprir o programa. Nem há necessidade de ser exigente e rigoroso na avaliação. E pode voltar livremente a inflação de notas, para «ajudar» os alunos a subir médias.
Abolir qualquer disciplina dos exames Nacionais é fazer crer aos alunos da sua pouca importância. E realmente o que interessa a nossa língua? Nadinha. Mais vale começarem com a língua inglesa no 1º ano e institui-la como língua oficial de Portugal.
Enquanto estes senhores estiverem a governar, desisto.
Por emn às terça-feira, dezembro 06, 2005 3 reflexões
Temas: EXAMES
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Imperdível
Por emn às segunda-feira, dezembro 05, 2005 2 reflexões
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Carta aberta
Mais uma transcrição: «Carta Aberta à Exm.ª Sr.ª Ministra da Educação Professora Doutora Maria de Lurdes Rodrigues» de Ana Cristina Marques da Costa.
Por emn às quinta-feira, dezembro 01, 2005 2 reflexões
Temas: OPINIÕES
Descontentamento
Por emn às quinta-feira, dezembro 01, 2005 0 reflexões
Temas: Métodos