sexta-feira, 16 de junho de 2006

Ensino: a destruição final

Nos últimos dias, a actividade opinativa ou escavação predicatória sobre as medidas propostas pelo Ministério da Educação para alteração do ECD, arrastou uma turba de "inteligentes" da educação e do ensino para a praça pública, desde o mais dócil dos caceteiros jornalísticos ao mais obscuro do cidadão indígena. Pela verborreia a que se assistiu, todos pareciam ser professores: titulares, diga-se. Na hora, enquanto a ruína ainda só se pressentia, a senhora Ministra da Educação vai de desprofissionalizar, desqualificar e caluniar docentes, sem nenhum pudor intelectual ou tacto pedagógico. Arrebatada, presumivelmente por um qualquer génio da sociologia das profissões, a Ministra deu conferências em série, despachou decretos e outros receituários em massa, quase que sorriu aos devotos admiradores do seu eduquês, apareceu televisiva, encontrou-se com os pais, estava feliz. Não houve, por hora, festanças para os lados das ESE's e Politécnicos e só no Largo do Rato pertinentes analfabetos comiciaram socraticamente. O eduquês é polido, mas não valente.
Não iremos falar da Escola em geral, porque esta, piedosamente, se desvaneceu. Fernando Gil explicou isso bem (ver Enciclopédia Einaudi, vol. VII). Outros, para citar os mais próximos, como Lopes Carrilho, Stephen Stoer, Ferreira Patrício, António Magalhães, Bártolo Paiva Campos, João Formosinho Sanches Simões, António Nóvoa, Albano Estrela, João José Boavida ou Ana Paula Caetano, fazem-no ainda e muito bem. Por isso, não falaremos, especialmente, de objectivos educacionais ou da sua taxionomia, do currículo, da estruturação do ensino ou da aprendizagem, da didáctica, dos tipos e técnicas de avaliação escolar, do espaço físico-social e pedagógico, da comunicação educacional, do meio escolar e extra-escolar, da formação de professores, da disciplina/indisciplina, de sucesso/insucesso escolar. Matérias essas que os colunistas domésticos e os bons espíritos indígenas, aqueles que saem em defesa da obra da ministra, parece que dominam e pisam inteiramente. Estamos gastos por tanta erudição avulsa. E não é este o espaço ideal para isso e bem penoso o seria. Somos recatados.
Apenas se pretende ao analisar este espectáculo indecoroso da retórica ministerial & dos seus apaniguados, registar algumas contradições presentes na proposta de alteração do "Regime Legal da Carreira do Pessoal Docente". Dito de outro modo, consideramos não existir qualquer princípio de correspondência entre a nova proposta de regulação da profissão docente e a filosofia da educação ou politica educativa que é publicamente alardeada pela ministra.
Assim, dizemos que nem o novo ECD tem características meritocráticas, nem faz aumentar a eficácia, a competitividade e a rentabilidade das escolas e, por isso, não melhora o sistema educativo. Que na "histeria política" sobre a avaliação do desempenho nunca se assume o porquê de assim se proceder, não se expõe os objectivos pedagógicos a atingir, nem se questiona o seu putativo resultado final. Que no invés de conceder autonomia, responsabilidade e liberdade organizacional a docentes e outros intervenientes escolares e depois os avaliar, se tem a intenção de limitar direitos profissionais e coarctar os diferentes poderes pessoais e cognoscitivos dos professores. Que a visão romântica da organização escolar, criada por esta nova burocracia que tudo uniformiza e ritualiza, tem efeitos perversos na liderança e na necessária colaboração individual/de grupo nas tarefas de aprendizagem. E assim sendo, porque não desenvolve a "aprendizagem de grupo colaborativa" e skills individuais, não se torna a escola uma importante "unidade de mudança", que todos exigem. Que a visão (partilhada) da Escola, que é sempre de ordem individual, interactiva e contextual, fica completamente à mercê da tutela, não deixando margem de decisão aos vários clientes escolares e aos docentes, em particular, o que questiona imediatamente a natureza e os objectivos pedagógicos ou ideológicos que lhe estão associados. Que, por fim, o caos organizacional consequente que promove, irá resultar em conflitos de autoridade, existência de diversos poderes formais e informais em disputas insanas, exacerbação do mal-estar docente e fuga profissional dos melhores, forçando conflitos agitados entre alunos-pais-professores e, deste modo, conduz a uma degradação completa do ensino e educação. E que o Ministério teima em não querer ver, tal é a obsessão doentia.
Ensino: a destruição final (conclusão)
Interessa não esquecer, para que a arrogância de uns e a vã glória de outros não sejam recompensados, um ponto crucial em toda esta questão da análise da nova proposta de alteração do ECD, a saber: o lugar que toma a autoridade da competência do docente (e da sua legitimação), baseada em conhecimentos técnicos ou "poder do especialista" - aquilo que uns denominam por poder cognoscitivo [Simões, 1980] - e o modo como este poder, lido através da nova proposta em marcha pela ministra, é diluído, pela partilha na estrutura escolar e pela avaliação da prática profissional dos professores, através do chamado poder normativo, autoritativo e remunerativo, topos da legitimação de todo o poder. E antever de que modo isso tudo se conjuga para que se possa alguma vez pronunciar, com a maior das bondades, que se está presente uma mudança educacional visando uma Escola de qualidade, de rigor e moderna.
Estamos a falar, evidentemente, das bases do poder do professor, aqui tomadas de diferentes formas (do pessoal ao cognoscitivo, do normativo ao autoritativo) e que Formosinho Simões em tempos interpretou. Diga-se que existe uma vasta bibliografia sobre a matéria e que parece esquecida pela turbulência das decisões governativas. Faz tempo que o famoso "Relatório Braga da Cruz" (Análise Social, 1988, vol. XXIV), poderoso e exaustivo levantamento da situação do professor em Portugal, mandado fazer por Roberto Carneiro, assegurava que "os professores são agentes privilegiados da reforma que, por isso mesmo, deve começar por eles e deve ser levada a cabo com eles". De lá para cá instalou-se o vazio no comprometimento, motivação e colaboração dos professores na reforma educativa. O ministério da educação adoptou o autismo como prática existencial e qualquer regulamentação exarada nunca teve em conta o debate e a participação dos docentes em sede de escolas. Percebe-se, assim, a necessidade que tem a ministra Maria de Lurdes Rodrigues de insultar professores, sindicatos e de estes últimos zurzirem na ministra. Não podem existir uns sem os outros, porque são a face da mesma moeda. Por isso, a diversão comunicativa da senhora ministra é não só lamentável, como desnecessária.
Dissemos que se deveria questionar o modo como as "bases do poder do professor" são entendidas na nova proposta. Acontece que o discurso da Ministra, inebriado no estudo da organização escolar a partir da sociologia das organizações e das profissões, tem em conta somente a racionalidade e eficácia (esse conceito extraordinário) da organização escolar, desconhecendo que o que toma teoricamente é uma parte do saber das organizações e não a própria ciência em si. Não admira que nessa tentativa (organizacional) de determinar o tipo de cooperação entre os intervenientes escolares, em que forçosamente estará presente a autonomia de decisões e onde deve ser assumido divergências de interesses, esteja sempre ausente a análise das estruturas e das relações de poder. E quando é assim, subsiste a tentação de começar do zero, fazendo-se "tábua rasa" dos conhecimentos e competências, laboriosamente adquiridos pelos profissionais [José Matias Alves, 2006]. E que é bem evidente na proposta. Assim, quer seja pelo fim da carreira única (sem fundamentação teórica pertinente que se notasse) e a instituição de diferenciações profissionais, sem um mecanismo credível de avaliação do mérito (até porque a este está reservado um sistema de cotas de matriz economicista); quer pela assumpção de uma avaliação anual do desempenho, baseado na mais burocrática das modalidades e na mais doce confusão dos interesses; quer pelo aumento da componente lectiva (coisa inacreditável em educação) e da não-lectiva, transformando o docente num proletário do eduquês, pelo que deixará de estudar e investigar conteúdos científicos (coisa maldita em eduquês) ou pedagógicos; quer pela desvalorização remunerativa agora proposta (tudo é considerado horas não-lectivas e, como tal, não pagas) que imobilizará definitivamente os docentes nas funções a desempenhar; quer pela introdução na avaliação do desempenho dos docentes da figura dos pais, tornando-a de ordem meramente normativa (aqui entendida na avaliação da função de socialização. Coisa que "guru" da politica educativa José Manuel Fernandes, por ignorância, desconhece) e não de teor cognoscitivo; por tudo isso em conjunto estão definitivamente alteradas as bases do poder do professor, desvalorizando-se a profissão pela natureza omnipotente do poder normativo, autoritativo e remunerativo sobre critérios de natureza científica e técnica. Se pensarmos, como nos diz J. F. Simões, que "a profissão docente é das raras que tem por objectivo transmitir a própria base do seu poder", isto é, conhecimentos que outro não tem, então é evidente que o ensino bateu no fundo. E a inquietação, por parte de gente séria, ganha todo o sentido. Sem surpresas!

quinta-feira, 15 de junho de 2006

De pé

Jornal “A BOLA”, 10.Junho.06

Porque hoje é sábado

Editorial de Vítor Serpa (Director)

Os professores estão de pé !

E tenho muita vergonha de viver num país onde ainda são raros os media generalistas, sejam televisões, rádios, ou jornais, que tenham o mesmo sentido crítico, a mesma frontalidade, a mesma liberdade e, até, a mesma coragem que, apesar de tudo, ainda vamos encontrando em alguns jornais desportivos. Faz hoje oito dias publiquei um artigo sobre os professores. Era um texto que não pretendia ser de um especialista na matéria. Um texto feito com o que julgo ser um pouco de bom senso e apresentado numa perspectiva de observador atento e nunca resignado à natureza das coisas injustas. O texto tinha, ainda, uma perspectiva de comparação entre o professor e o treinador desportivo. No fundo, o treinador é um professor de desportistas e o professor um treinador dos conhecimentos e dos saberes. Um bom professor, tal como um bom treinador, não deve ter a pretensão de ensinar tudo, mas deve ter a competência de ensinar a aprender tudo. Não apenas durante o tempo do clube ou da escola, mas durante toda a vida. O que me faz regressar hoje ao tema são, de novo, os professores. Ao longo da semana recebi dezenas de mails e muitos telefonemas. Não escondo que fiquei emocionado com a forma como tantos professores se reviram no meu texto e fizeram questão de enaltecer méritos que, provavelmente, nunca tive. Mas o mais importante de tudo foi constatar que os professores de Portugal, os homens e as mulheres que preparam os nossos filhos para saberem aprender toda a vida, estão no limite das suas forças, das suas resistências, sentem-se profundamente desconsiderados e estão indignados com a afronta que lhes faz quase diariamente um ministério vesgo e surdo, que ainda os responsabiliza por serem, eles próprios, violentados, sabendo, melhor do que ninguém, que foi o próprio estado que passou anos e anos a desacreditar, a fragilizar e desautorizar os professores perante os alunos, tornando-os no elo mais fraco do nosso desgraçado sistema de ensino. E se volto ao tema neste jornal que nunca aceitou, nos 61 anos da sua história, fronteiras sociais, económicas, políticas ou desportivas, é porque não posso nem devo ficar indiferente a esses dezenas e dezenas de textos, alguns excelentemente escritos, que não escondem a mais profunda das desilusões, mas todos de uma dignidade e de um sentido ético da profissão de professor que deve ser revelado e enaltecido. Apesar de tudo o que têm sofrido, no silêncio próprio de quem não tem os microfones ministeriais sempre a jeito dos seus argumentos nunca questionados, não tenho a menor dúvida de que os professores deste país são heróis desconhecidos, que não se deixam abater, que resistem, que choram de raiva, mas que ficam de pé. E tenho muita vergonha de viver num país onde ainda são raros os media generalistas, sejam televisões, rádios, ou jornais, que tenham o mesmo sentido crítico, a mesma frontalidade, a mesma liberdade e, até, a mesma coragem que, apesar de tudo, ainda vamos encontrando em alguns jornais desportivos.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Morra o Dantas, morra, PIM!

(...) Perguntem a qualquer professor digno desse nome se ele quer ser avaliado. E a resposta é SIM! Claro que sim! Mas qual é o bom profissional que investe na carreira e que quer ter o mesmo Satisfaz automático num relatório para progressão na carreira que aquele que vê o ensino como uma forma de ganhar dinheiro "para os alfinetes"? Qual é o bom profissional que investe muito do seu tempo e da sua energia para querer depois ser "metido no mesmo saco" daquele que pouco ou nada faz??? Qual é o professor digno desse nome que gosta de ganhar o mesmo (ou ainda menos, se estiver num escalão inferior) do que aquele que é bem pior profissional do que ele?
Será este país tão estúpido e tão cegamente arrogante para achar que pode existir sem professores? Será este país tão estúpido para achar que a forma de limpar o ensino dos maus profissionais (que existem, claro que sim! E não contem comigo para ser corporativista...) é atacar todos os professores, atribuir-lhes as causas de todos os males da sociedade, desde os meninos que se drogam porque os professores faltam (ouvi isto da boca do senhor Albino, da Confederação de Pais) até aos de falta de produtividade do país? Será este país tão estúpido e tão arrogante que entenda poder não reconhecer as horas que os professores dedicam a preparar as aulas, a pensar em como “agarrar” aquele aluno que anda meio perdido, a telefonar vezes sem conta para os pais do outro miúdo que anda completamente desorientado, a gastar dinheiro do seu bolso em materiais de apoio, a levá-los em visitas de estudo a ver museus, teatros, exposições, conhecer coisas que muitos pais, confortáveis nos seus fins de semana de centro comercial, não estão para fazer? Já agora, para os que dizem que os professores só querem passear, pensem que o podemos fazer com os nossos filhos e amigos, sem ter que passar 12 horas fora de casa de um dia que, passado na escola, seria de muitas menos e sem a responsabilidade de tomar conta dos filhos dos outros. Será este país
tão estúpido e tão arrogante que esqueça que são os professores, como é, obviamente, sua função e responsabilidade, a dar a todos os alunos o melhor das ferramentas de que dispõem, sejam elas científicas, intelectuais, sociais, de cidadania e de tudo o mais que possam imaginar e entender necessárias?
Será este país tão estúpido e tão cegamente arrogante que não perceba que sem os professores que tentam tirar os miúdos do miserabilismo intelectual em que muitos vivem (independentemente da classe social) teremos cada vez mais uma escola de pobrezinhos onde, para não haver insucesso, devo partir daquilo que "a criança" é e sabe, descer ao encontro dos seus interesses, por causa do insucesso, etc,etc,etc... (como isto dá jeito aos donos dos colégios...)? Assim, ajudamos os “pobrezinhos” a cumprirem o seu (pré)desígnio na vida... Será este país tão estúpido que não perceba que sem os professores que se estão a borrifar para estes determinismos sociais e que tanto trabalham, se for essa a vontade do aluno, para ser médico o filho do cozinheiro como o do deputado, teremos cada vez mais o país da elite, a quem tudo é possível, e o dos outros, fechados e condenados ao atraso e a perpetuarem o meio onde tiveram o azar de nascer?
Será este país de "professores de bancada" (pois, tal como no futebol, todos parecem saber mais do que é ser professor do que nós, pelos vistos os mais incompetentes de todos os profissionais deste país!) capaz de parar de gastar o tempo (tempo este em que muitos se poderiam dedicar, digamos, a educar os próprios filhos, a ir à escola saber deles, a dedicar-lhes uns minutos, sei lá...!) a fazer analogias entre as empresas privadas e os professores? Será este país tão estúpido e tão cego que não veja, nas empresas, as políticas de incentivo, os prémios de produtividade, os seminários de motivação, os telemóveis de serviço, os computadores da empresa para trabalhar em casa e, sem ir ao mais óbvio, os ordenados? Será este país tão estúpido que não entenda que os professores são profissionais qualificados, não têm o 9º ano nem tão só o 12º? Portanto, sejam pelos menos honestos (se não conseguirem ser inteligentes!) nas comparações.
Será este país tão estúpido e tão cegamente arrogante? Quantos de vós não devem muito do que são a professores que tiveram? Ou os vossos filhos?Será o meu país tão cego e tão arrogante???
Assim, perguntem a qualquer professor digno desse nome se ele que ser avaliado... E ele responde-vos que SIM! O que não queremos mais é ser constantemente humilhados, culpabilizados, achincalhados, denegridos, tratados sem a consideração, o respeito e a inteligência que a minha profissão e o meu profissionalismo me concedem o direito de exigir!E, citando Almada Negreiros:
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM DANTAS É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!...
cada geração tem o Dantas que merece! Mas também tem nas suas mãos o poder de o reduzir à sua insignificância... Até porque do Dantas, o verdadeiro, o Júlio, não fora o testemunho/desabafo do Almada Negreiros, e já se teria dissolvido na poeira dos tempos...
5 de Junho de 2006
(Ana Cristina Mendes da Silva, professora do departamento de Língua Portuguesa do quadro de nomeação definitiva da Escola Secundária da Amadora)

Imaginação






terça-feira, 13 de junho de 2006

:) À GREVE!

A mensagem do Presidente da República:
"Quero, pois, neste 10 de Junho, fazer um apelo aos Portugueses a que não se resignem e que não se deixem vencer pelo desânimo ou pelo cepticismo. Isso seria indigno do nosso passado, um desperdício do nosso presente e o adiar do nosso futuro.
(...)
Quando, por exemplo, nos alarmamos com o insucesso escolar dos nossos filhos, o impulso é atribuir todas as culpas ao sistema de ensino, aos responsáveis políticos, aos professores… Só raramente nos lembramos que a educação é uma tarefa da escola mas é também um dever da família, que não pode demitir-se do seu papel essencial na educação dos filhos e na transmissão dos valores que os devem guiar pela vida fora, como cidadãos e como pessoas completas e íntegras."
Eu vou na quarta de preto para a escola, mas não vou à reunião geral convocada nem dar as minhas aulas da noite. Vou só lá de luto agora, para ver se depois posso voltar a ir de espírito colorido... (Lisboa está longe, senão estaria lá).

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Toma! - disse a Sra Ministra

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=61&id_news=231898

Docentes fecham escola do Lumiar depois agressão a professora
A Escola EB1 S. Gonçalo, no Lumiar, estará encerrada segunda-feira, por decisão dos professores, depois de uma professora ter sido agredida sexta-feira por um casal familiar de um aluno do estabelecimento, disse à agência Lusa fonte sindical.
De acordo com o relato feito à agência Lusa pela presidente do Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa (SDPGL), Maria Conceição Pinto, a decisão de encerrar a escola foi tomada pelos professores e o estabelecimento vai manter-se fechado «enquanto não se resolver o problema de segurança».
A informação sobre o fecho do estabelecimento, segundo Maria Conceição Pinto, está afixada num cartaz colocado à porta da escola na sexta-feira.
A dirigente sindical adiantou que o órgão executivo do Agrupamento de Escolas Pintor Almada Negreiros - a que pertence a EB1 S. Gonçalo -, «telefonou de imediato à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) a comunicar o incidente» e que obteve como resposta a indicação de que «ninguém fale com a comunicação social e que a escola não feche».
A Lusa entrou em contacto com a porta-voz do Ministério da Educação, mas não foi possível obter um esclarecimento da DREL em tempo útil.
O incidente ocorreu sexta-feira, pela hora de almoço, quando a professora em causa, que é coordenadora da escola e membro do conselho- geral do SDPGL, se encontrava dentro do estabelecimento de ensino, explicou Maria Conceição Pinto.
A docente, que está na escola há quase duas décadas, terá chamado a atenção a um aluno, com cerca de 13 anos, que estava a atirar cascas para o chão.
Este ignorou o aviso da professora, que fez menção de lhe segurar a mão para que o jovem apanhasse as cascas, mas este escapuliu-se.
Segundo o relato da dirigente sindical, «pouco tempo depois» terá entrado na sala onde estava a docente um casal de etnia cigana, aparentemente familiares próximos do aluno, que a insultou, tentou arremessar-lhe à cabeça um balde de lixo de alumínio e lhe bateu na cara e na cabeça repetidas vezes até que os restantes professores e auxiliares conseguiram por cobro ao ataque.
A professora, de 50 anos, foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica na escola e vai ficar de baixa, adiantou Maria Conceição Pinto.
A sindicalista acrescentou não ter conhecimento de outras agressões a docentes neste estabelecimento, mas acentuou que a escola tem vários problemas de segurança (nomeadamente devido a «brincadeiras perigosíssimas» com que alguns alunos assediam outros), que haviam levado já a professora atacada a solicitar a presença da polícia no recreio durante os intervalos.
Naquela tarde, «a polícia havia acabado de sair» do estabelecimento, pormenorizou a sindicalista, que frisou que, «pouco tempo depois [do ataque à docente] vieram logo à escola outras pessoas de etnia cigana, pais de alunos, muito incomodados, muito revoltados com a situação, a lamentar que, por causa de uns, ficam todos com a mesma fama».
Maria Conceição Pinto asseverou à Lusa que a docente atacada tem uma «relação muito boa» com a comunidade cigana que tem filhos naquele estabelecimento de ensino e que «o ano passado foi a única professora que não concorreu para fora da escola».
A sindicalista acrescentou que o SDPGL, que integra a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE), vai entrar em contacto com a DREL na segunda-feira «para saber que tipo de intervenção se vai fazer numa escola destas, onde os professores não se sentem seguros».
Diário Digital / Lusa
11-06-2006 18:18:00

domingo, 11 de junho de 2006

sábado, 10 de junho de 2006

Que lata!


http://www.drec.min-edu.pt/e/downloads/Despacho07062006.pdf

Todos temos preparação para tudo? Todos sabemos lidar com todas as idades?

Pelo menos a Sra Ministra eu sei que não sabe lidar com adultos... Talvez com iletrados saiba. E até tem, devo dizer, muito jeito para lidar com quem nada percebe de educação. Vai ficar na História, só que não como aspira...

Insatisfação

Três em cada quatro docentes insatisfeitos com o Ministério da Educação
09.06.2006 - 17h40 Lusa



Três em cada quatro docentes estão insatisfeitos com as políticas do Ministério da Educação e cerca de 90 por cento sentem-se pouco apoiados pela tutela, de acordo com as conclusões de um inquérito apresentado hoje pela Associação Nacional de Professores (ANP).

Segundo esta pesquisa, elaborada pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco com base numa amostra de 3252 professores de todo o país e de todos os níveis de ensino - num universo de 148 mil docentes - 74,9 por cento dos inquiridos consideram que as medidas introduzidas pela tutela não são as mais adequadas.

A nível pessoal, a maioria dos docentes diz-se satisfeita com o seu desempenho profissional e tem uma boa auto-imagem do seu trabalho, mas quase 44 por cento não escolheriam ser professores, se hoje pudessem voltar atrás.

Para esta ideia parece contribuir o facto de quase dois terços dos professores sentirem que o seu trabalho não é reconhecido e de mais de 92 por cento estarem preocupados com o futuro profissional.

A escola não se apresenta, no entanto, como um problema para a maioria dos educadores, que dizem estar satisfeitos com o ambiente interno, com os órgãos de gestão e com a atenção que os estabelecimentos de ensino disponibilizam às crianças e jovens com necessidades educativas especiais.

Maior preocupação trazem os alunos, que mais de 60 por cento dos professores inquiridos consideram manifestar pouco interesse nas aprendizagens.

Para a ANP, que encomendou este inquérito, os índices de descontentamento no sector são preocupantes, havendo o risco de se assistir a "uma deserção dos profissionais e a uma falta de alunos a querer seguir a profissão, como já está a acontecer em vários países da Europa".

"O mal-estar que hoje se sente tem muito a ver com as afirmações dos governantes e com uma exposição social negativa. Com estes elementos, a ministra deve parar um pouco para pensar e reequacionar a opinião que tem dos professores", afirmou o presidente da ANP, João Grancho, em conferência de imprensa em Lisboa.

Realizado entre 24 de Fevereiro e 10 de Maio, o inquérito decorreu antes de ser apresentada a proposta da tutela de alteração ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), que prevê, entre outras coisas, a participação dos pais na avaliação dos professores e a imposição de quotas na progressão na carreira, aspectos que estão actualmente a gerar grande polémica entre a classe.

Até essa data, uma das medidas do Ministério da Educação que merecia maior oposição dos professores era, segundo este estudo, as alterações introduzidas este ano no concurso nacional, que determinaram a existência de colocações plurianuais obrigatórias.

Quase 47 por cento dos docentes inquiridos disseram discordar da política seguida pelo ministério no que diz respeito ao concurso e a maioria prefere o sistema de colocações anuais, apesar de quase 90 por cento reconhecer que o modelo anterior causava instabilidade profissional.

O Ministério da Educação não é, porém, o único a merecer uma nota negativa por parte dos docentes que participaram neste estudo. A actuação dos sindicatos é também alvo de críticas para mais de 55 por cento dos inquiridos.

Mais de dois terços defendem mesmo a criação de uma Ordem dos Professores, uma entidade que consideram poder garantir melhores condições de trabalho, assegurar mais eficazmente os direitos e deveres da classe e, sobretudo, dar mais prestígio à profissão.

Cerca de 77 por cento entendem, no entanto, que a Ordem deve coexistir com os sindicatos, ficando estes responsáveis pela defesa das questões salariais e com o papel de interlocutor junto do Governo.

O inquérito conduzido pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Castelo Branco tem uma margem de erro de 1,72 por cento.

CARTA ABERTA...

...AOS DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Indignação, repúdio, revolta, desmotivação, desencanto, entre muitas outras, são palavras que transmitem o estado geral do corpo docente do Agrupamento de Escolas da Batalha. Medidas avulsas lançadas pelo Ministério da Educação, ao longo do presente ano lectivo, foram enegrecendo o trágico cenário que culmina com a actual proposta de alteração ao Estatuto da Carreira Docente, uma afronta à dignidade e ao profissionalismo de uma classe nunca antes tão ultrajada como agora. Trata-se de um momento histórico!
Concluem os actuais governantes que a Educação vai mal e nós, professores, temos consciência disso há muito tempo. Sabemos avaliar! Mas a nossa força é diminuta para mudar políticas educativas. A realidade que se tem vivido nas escolas tem tido ecos eufemísticos, como eufemísticas têm sido as sucessivas leis que procuram resolver os problemas que se agravam.
A escola tem sido, nos últimos tempos, a casa onde entram todos os problemas sociais e aos professores tem sido exigida colaboração na resolução desses problemas. Cada um de nós já experimentou ser psicólogo, assistente social, nutricionista, enfermeiro… e, em muitos casos, pais e mães. Não há notícia de que algum professor deste Agrupamento tenha negado ou procrastinado qualquer colaboração. O bem-estar dos alunos e o seu crescimento saudável é uma das nossas preocupações.
Porém, entendemos que ser professor não se limita a esta parte assistencial, de satisfação das necessidades básicas, de cariz horizontal; a profissão tem um desígnio mais elevado, situado num eixo vertical: cultivar o espírito, nobilitar a pessoa através do saber. Nós queremos ensinar os alunos e torná-los cidadãos informados, competentes e intervenientes activos. Ora é esta face da moeda que tem sido subvertida. A cultura do rigor, da exigência e do estudo, embora surja nos parágrafos introdutórios de toda a produção legislativa, dilui-se e acaba por desaparecer quando a lei se desdobra num articulado operacional pouco consentâneo com as metas preconizadas.
Se a voz do povo é divina, acreditemos na sabedoria popular quando diz que “cada macaco no seu galho”. Aos professores compete ensinar (sem eufemismos) e contribuir para a educação dos alunos, mas não se lhes exijam as responsabilidades que competem a outros agentes sociais, principalmente às famílias, nem se queira transformar os professores em burocratas, em animadores, em baby-sitters, em contínuos (eufemisticamente designados por auxiliares da acção educativa) e outras aberrações.
Dignifique-se a profissão docente, responsabilizem-se os professores por aquilo que devem ser responsabilizados e assumam-se os erros sem procurar nestes profissionais o bode expiatório de todos os fracassos que, como é evidente, devem ser assacados ao Ministério da Educação. Faça-se uma reflexão profunda e séria, sem demagogias, sobre as verdadeiras causas do estado ignóbil a que a Educação em Portugal chegou e contem com os professores como parceiros nesta imperiosa acção nacional.
No dia em que tal acontecer, os docentes estarão de novo motivados para preparar activamente o futuro dos jovens deste país. Até lá, cessem os comentários torpes e injustos, assim como as medidas insanas dirigidas a uma classe que, tal como todas as outras, tem bons e maus profissionais. Não se tome o todo pela parte e não se abra caminho a uma profissão que, a prazo, estará envelhecida e de difícil renovação.

Batalha, 7 de Junho 2006
Os signatários

sexta-feira, 9 de junho de 2006

:)

http://www.bolascomcreme.com/index.php?option=com_content&task=view&id=413&Itemid=47&catid=68
Pais avaliam os professores dos filhos
Professores podem ficar de castigo ou levar tau-tau


É uma medida para melhorar a qualidade do ensino e tem como objectivo dar 19 valores a todos os maus alunos. "Se os professores tiverem medo de levar porrada dos pais dos alunos, as notas vão imediatamente subir. Portugal pode-se tornar uma país de génios em menos de 6 meses" - garante o Ministério da Educação.
A avaliação dos professores será feita por todos os pais, incluindo trolhas e montadores de marquises. Nas displinas mais técnicas como fisica nuclear ou engenharia genética, é no entanto exigido aos pais que tenham a 4ª classe.
Para Gualdemiro Matarruano da Associação de Pais de À-dos-Mongos, esta é uma oportunidade para "dar 1 henxerto de porrada nu prófessore dalemão que deu nega ao meu filho e só dis coizas cu miudu na perceve náda". Gualdemiro Matarruano é vendedor de coiratos, tem a pré-primária incompleta e dará amanhã umas reguadas no professor licenciado do seu filho.
Esta medida ameaça ainda as professoras boazonas, que poderão sofrer chantagem sexual por parte dos pais tarados. "As profs boazonas são as mais vulneráveis porque só receberão boas notas dos pais se... tá a perceber?" - dizia-nos em pânico um professor, com medo que as suas colegas boazonas desatem a engordar de propósito só para os pais as deixarem em paz.
Para o sindicato dos professores, a maior ameaça desta medida é a transformação das salas de professores em locais repletos de gordas. "Os professores vivem num grande stress, o nosso único consolo é olhar para as as professoras de educação física nos intervalos. Se até isso perdermos, muitos professores vão preferir ser arrumadores de automóveis".

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Prazer de ensinar...

Na suavidade das palavras da Teresa Marques respira-se a ternura de quem gosta do que faz e o cansaço das tarefas que lhe tiram o prazer de o fazer com tempo...
Ver os posts:

AGARRA, QUE É PROFESSOR !

José Vitorino Guerra
in Jornal de Leiria,8 de junho de 2006

A 1ª República santificou o professor em nome do progresso e da liberdade, contra o analfabetismo reinante. Salazar procurou transformar os professores em arautos da propaganda do Estado Novo.

A actual dirigente do Ministério da Educação pretende retirar dignidade e autonomia à função docente.


Desde o século XIX, os governos imaginam o país através de uma qualquer reforma educativa, eventualmente, decalcada do estrangeiro. Nas últimas décadas sempre em nome dos bons princípios, pedagogias aberrantes, modismos culturais, reformas curriculares para todos os gostos e políticas educativas sem continuidade, muitas vezes contraditórias, deixaram o sistema educativo desprestigiado. Minaram, também, a disciplina e a autoridade e as competências do professor. O conformismo, o desencanto cresceram entre os docentes. Contudo, a maioria soube resistir em nome do respeito pelos alunos.

É bom que se diga e repita que, no geral, os professores respeitam os alunos e preocupam-se com o com o seu sucesso. Por outro lado, os inventores das coisas bizarras e pedantes, que por aí andam disfarçadas de cardápio pedagógico e educativo, costumam entrincheirar-se no ministério da Educação e em grupos de pressão anexos.

Acusar os professores das escolas públicas de não se preocuparem com a qualidade do ensino e o êxito dos alunos visa, sobretudo, ilibar os responsáveis políticos e os teóricos de serviço do fracasso das suas políticas e do colapso financeiro do sistema.

A escola não consegue compensar todas as carências de uma sociedade injusta, mergulhada numa profunda crise de identidade e cada vez mais conflitual, nem tem aos seu dispor os meios para isso. Muito fazem os professores que acompanham os alunos, dentro e sala de aula, que os apoiam, acarinham e se vêem de forma crescente confrontados com a impotência dos seus recursos.

Os alunos são companheiros de jornada e, frequente­mente, amigos que se fazem para a vida. É perante eles que o professor responde com saber, rigor, liderança e capacidade de diálogo, se quiser ter credibilidade. É, sobre­tudo, pelo que faz na sala de aula e pelos saberes que reve­la que o professor deve ser avaliado.

Os professores têm de ser encarados como parte da solu­ção dos problemas do país e parceiros de uma estratégia para o desenvolvimento. Um responsável político deve saber resistir à tentação da demagogia e do populismo.

A actual ofensiva política promovida pelo Ministério da Educação pretende criar aos olhos da opinião pública um retrato caricatural dos professores e da escola públi­ca e, assim, preparar o terreno para a execução dos seus objectivos. Em contraponto, promove-se a imagem do alu­no, naturalmente bom, sequioso de aprender, se a escola fosse ainda mais facilitadora, e a de um ministério pana­ceia que vai, finalmente, meter os docentes na ordem.

É neste contexto que surgem as propostas de alteração ao Estatuto da Carreira Docente. O modelo de avaliação proposto pretende garrotar a progressão na carreira, reti­rar direitos e promover o mérito por despacho político­ administrativo. É obsessivamente burocrático e gerador de profundas injustiças. Naturalmente, o colete-de-for­ças vem embrulhado na vulgata pedagógica dominante e transborda de piedosas intenções.


Consagra-se, ainda, em definitivo, o estereótipo do pro­fessor animador sócio-cultural e submete-se a "activida­de lectiva do docente" à vontade dos pais. As propostas de alteração ao Estatuto possuem todas as potencialida­des para deteriorar o ambiente de trabalho na escola e criar tensões desnecessárias com a comunidade. O resul­tado final não será feliz. A qualidade do ensino público continuará a baixar. Os danos provocados irão fazer-se sentir muito para além do tempo de duração de uma equi­pa ministerial sem sensibilidade política, nem visão pros­pectiva .

Proibido escrever

Um exemplo do carácter totalitário e delirante da proposta ministerial de Regime Legal da Carreira do Pessoal Docente da Educação Pré­‑Escolar e dos Ensinos Básicos e Secundário, habitualmente designado como Estatuto da Carreira Docente, é o artigo 111º. Aqui o transcrevo na íntegra:
«Artigo 111º
Acumulações
1 – O exercício de funções docentes em estabelecimentos de educação ou de ensino públicos é feito em regime de exclusividade.
2 – O regime de exclusividade implica a renúncia ao exercício de quaisquer outras actividades ou funções de natureza profissional, públicas ou privadas, remuneradas ou não, salvo nos casos previstos nos números seguintes.
3 – É permitida a acumulação do exercício de funções docentes em estabelecimentos de educação ou de ensino públicos com:
a) Actividades de carácter ocasional que possam ser consideradas como complemento da actividade docente;
b) O exercício de funções docentes em outros estabelecimentos de educação ou de ensino.»
Leram bem? Sim, o regime de exclusividade «implica a renúncia ao exercício de quaisquer outras actividades ou funções de natureza profissional, públicas ou privadas, remuneradas ou não». Não haveria, portanto, lugar à escrita por parte de nenhum desses profissionais do ensino, pois a ministra e os seus secretários querem­‑nos totalmente controlados, sem devaneios criativos ou aparentados. Publicar um romance ou um livro de poesia ou um ensaio poderá não ser, em nenhum destes casos, um «complemento da actividade docente», porque se trata de outra coisa, não se confunde com as aulas, não é pedagógico, nem didáctico. E que dizer dos que também são artistas plásticos? Ou dos que pintam e escrevem? Uns irresponsáveis, na opinião dos autores da magnifica proposta de estatuto dos docentes. Pobre Mário Dionísio, pobre Vergílio Ferreira! Com tantas obras publicadas, é bem certo que, enquanto professores de liceu, foram uns grandes malandros. Apreendam­‑nos das livrarias, os livros desses incompetentes que por lá subsistirem, para que sirvam de exemplo.
(...)

Elogios

Repare-se no tom pomposo e enfático do discurso.
Bom para teatro, péssimo para a vida real. Soa muito a falso...

Comentários à notícia

Que pena os nossos dirigentes não conhecerem os programas!!!!!!!!
Salta pocinhas
2006-06-07 20:41
Muito folgo em ouvir o nosso Primeiro Ministro e a nossa ministra da Educação!! Lamento, no entanto informar os "dirigentes da Nação" que além de pouco inovarem, demonstram desconhecer totalmente as áreas curriculares obrigatórias do 1.º ciclo. Assim, esclareço ambos. As áreas curriculares são: Língua Portuguesa; Matemática; Estudo do Meio; Expressão Físico-Motora,Expressão Plástica;Expressão Musical;Expressão Dramática.Todas estas áreas têm, definido pelo ME programa próprio e todos os alunos são avaliados nestas áreas.Obrigatório também no 1.º ciclo, mas sem programa definido pelo ministério, encontram-se as áreas de estudo acompanhado, educação cívica e área de projecto. Todos os alunos são também avaliados nestas áreas.Onde está então a novidade??????? De acordo com a srª Ministra à excepção da Língua Materna, da Matemática e do Estudo do Meio tudo pode ser actividades de enriquecimento curricular, que são obrigatórias para as escolas e facultativas para os alunos. Isto é promover a inclusão, a igualdade de oportunidades???? Tem que me dizer onde sr.ª Ministra pois aqui eu só vejo desigualdade e clivagem social.Essa promoção vai ser feita através das bibliotecas escolares das eb1???? só se os alunos consultarem os livros do "antigo regime", porque esses, todas as escolas têm!!!Recursos aos computadores????? Quais??? Aquele que existe na escola, com ligação à net apenas quando o rei faz anos? Ah, sim é esse!!! gostei de saber porque por norma há um computador para cada 25 alunos. Tem muita qualidade não tem??? Também concordo. E esse investimento (11 milhões não é???) é muito mais importante do que dotar os nossos estabelecimentos de material concreto, necessário ao desenvolvimento e consolidação dos conteúdos dos nossos alunos?Acho que sim, o professor compra e leva. ACORDE SENHORA MINISTRA.Eu concordo que há muitos erros no nosso sistema de ensino e sabe qual é o primeiro? Falta de ensino pré-primário obrigatório e escolas com materiais e condições para que possamos trabalhar.
toma lá que é para aprenderes
Fantasma d'El Rei
2006-06-07 20:05
daqui a dez anos vamos ver os resultados;aumento radical da ignorância. e essa é a parte que mais interessa a governos totalitarista.
Cremos em vós ò Deus!
mario.janeira
2006-06-07 19:55
Era a música que se ouvia nos derradeiros momentos do Titanic, auto proclamado o barco mais seguro do mundo.E a água estava tão fria.Sim; num «século e meio» de governação, a cinistra da deseducação já conseguiu uma coisa:- Há pedacito um aluno, que estava a fazer barulho perto da sala de professores, foi repreendido por uma docente.Conseguem ver a cena da arrogância do miúdo do 10º ano, certo?Bem; no final da conversa ele diz para a professora:- É uma pena que a sua avaliação não seja já para este ano!Parabéns ao governo e à sua cinistra da deseducação. Já estamos a ver resultados.E a procissão ainda vai no adro!Quando for grande também quero ser estúpido.Não respondam, que ainda vai passar muito tempo!!!
Já estão na fase em que se elogiam a eles mesmos...
Luis Piteira Barros
2006-06-07 19:01
"Presunção e água-benta cada um toma quanta aguenta", diz o povo...Não será cedo demais para se auto-elogiarem? É certo que se nota que o povo está feliz com esta governação e que já não é necessário propaganda perante a obra feita. a obra já fala por si!Todos notam que está melhor que no tempo de Santana Lopes.Dá-me vontade de gritar: "Viva o PS"!

OUTRO ELOGIO...


O fumo e o fogo
DN de 7.06.06 Pedro Rolo Duarte






Um dia destes acordei a odiar Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra da Educação. As manchetes dos jornais diziam que os pais dos alunos iam avaliar os professores, e atrás destes títulos vieram os professores aos gritos dizer que isso era o fim do mundo, e atrás dos professores vinham os intelectuais do costume a bradar que os pais são uma cambada de analfabetos que mal sa-bem avaliar os filhos, quanto mais os professores dos filhos. E a bola de fumo cresceu, cresceu, cresceu, e eu deixei de ver o fogo que lhe dera origem. Mas pensei: realmente, não cabe na cabeça de ninguém, em seu perfeito juízo, ter os encarregados de educação a classificar professores que mal conhecem ou cujo trabalho pura e simplesmente ignoram...O problema é que havia um pequeno fogo de onde saía todo este fumo. E foi preciso ler a entrevista da ministra no Público para perceber que, uma vez mais (e presumo que sem recurso a empresas de comunicação...), o peso corporativo dos professores caiu ao colo de muitos jornalistas e o que saiu nos jornais foi apenas a cortina de fumo para pôr o País aos gritos.Lendo o projecto do Governo, o que se percebe é um esforço meritório para aproximar os pais das escolas, deixar as escolas abrirem-se aos encarregados de educação e permitir que, em casos devidamente previstos (por exemplo, quando os pais participarem activamente nas reuniões das escolas), aqueles que estiverem em melhores condições possam efectivamente fazer uma avaliação sobre os professores. Mas essa avaliação não é única nem taxativa - ela será ponderada num conjunto vasto de outros critérios e pontuações, de que resultará enfim uma avaliação do professor. Não são portanto os pais que vão decidir quem são os bons e os maus professores - os bons pais apenas vão contribuir, à sua pequena escala, para uma avaliação global. Tão diferente, não é? Tão defensável, certo? Por que raio andam sempre a atirar-nos areia para os olhos? Quem é que tem gosto em enganar o incauto leitor de jornais?Um dia destes acordei a odiar a ministra. Mas depois de a ouvir, adormeci a gostar sinceramente do seu trabalho. Lamentavelmente, ao mesmo tempo, adormeci a gostar menos de muitos dos meus colegas jornalistas...
Será que chegou mesmo a ler o ECD? Pois é claro que não...
Porque a avaliação pelos pais é uma questão menor... Há outras muito mais gravosas, não para os professores, mas para o próprio sistema de ensino.
Mas... quem não sabe é como quem não vê.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Na imprensa

A ministra está atenta
Instada na Maia acerca da assustadora realidade da violência nas escolas, que há muito faz parte do quotidiano de professores, funcionários e alunos, mas que só agora, em virtude de uma reportagem da RTP, chegou à agenda mediática, a ministra da Educação limitou-se a dizer que "está atenta". Podemos, pois, ficar tranquilos. Só até Abril deste ano, a PSP já detectou, em escolas de todo o país, 50 armas na posse de alunos, facas, navalhas, mas também sete armas de fogo, mas a ministra está atenta. Os furtos e roubos multiplicam-se, mas a ministra está atenta. Em mês e meio, a PSP instaurou 22 processos por venda de álcool a menores nas proximidades de escolas, apreendeu 40 doses de cocaína, 52 de heroína, 1498 de haxixe e recebeu 49 queixas de atentado ao pudor, mas a ministra está atenta. No ano lectivo 2004/2005, o próprio Ministério registou mais de 1200 agressões no interior das escolas (às vezes dentro da sala de aula) e 191 alunos, professores e funcionários tiveram que receber tratamento hospitalar, mas não temos que nos preocupar porque a ministra está atenta. E, provavelmente, virá um dia destes a público dizer que a culpa é dos professores e que a coisa se resolve pondo os pais dos delinquentes a avaliar a sua competência.

PROFESSORES LINCHADOS

Paulo Fafe
in Diário do Minho de 2006/05/06


A Sra. Ministra da Educação veio a público decla rar que o insucesso escolar se deve aos professores. Este terrorismo contra os docentes insere-se, quanto a nós, numa clara intenção de fazer os seus remendos (reforma educativa não é), com o beneplácito da popula ção. Para isso, achou a Sra.. Ministra que a melhor táctica seria desmoralizar primeiro a classe dos professores, atá-los no pelourinho público para serem linchados. Depois que o terreno estivesse arado ficaria pronto para a sementeira. E teremos que louvar a Sra. Ministra porque a táctica está a resultar. O fermento mau também leveda.
(...)
Mas nada disto é por acaso. Não foi ao acaso, ou levianamente como se poderia pensar ou como os mais ingénuos pensam, que a Sra. Ministra procedeu ao descrédito dos professores. Depois de os achincalhar na praça pública, depois de os comprometer seriamente perante o País, depois de os denegrir como profissionais, parece que está aberta a via para impor os seus remendos. A classe dos professores nem no regime deposto em 25 de Abril de 1974 foi tão atacada como o está a ser agora pelo governo socialista. Nem o governo socialista teve tão boa e fiel intérprete como a actual responsável pelo Ministério da Educação.
Para impor as suas doutrinas económicas, encontrou na pessoa da Sra. Doutora Maria de Lurdes Rodrigues o que Salazar encontrou em António Carneiro Pacheco. Durante dois anos e meio, Salazar teve três Ministros da Instrução Pública, sem nenhum deles ser a medida dos seus desígnios. Conseguiu Salazar (1936) encontrar, em António Carneiro Pacheco, um executor implacável da doutrina política do governo. Neste nosso tempo, tempo de democracia, a doutrina política do governo de Sócrates é acabar com direitos adquiridos pelos professores.
Car­neiro Pacheco fez uma profunda remodelação em todo o sistema. educativo. Na remodelação do Ministério da Educação Nacional, pode ler-se quesitos como: «selec­ção do professorado de qualquer grau de ensino (...), exigências da sua essencial cooperação na fun­ção educativa», avaliação por per­centagens de aprovação, etc., etc. Transposto para os dias de hoje e dados os retoques finais que o sistema democrático exige, o espírito da Sra. Ministra da Educação não vai beber a outra fonte. Sócrates conseguiu em Maria de Lurdes o seu Carneiro Pacheco? Tudo indica que sim. O que se recomenda aos professores é que não tenham medo. Que se unam. Que pensem que as perseguições não duram mais que uma próximas eleições. Não há bem que sempre dure nem mal que não acabe. Que se apoiem decisiva mente nas suas organizações de classe. Que pensem sempre que se não há ensino sem alunos tam­bém não há ensino sem professores. Que os ministros passam e os professores ficam. Que para cer­tos traumas ministeriais não há catarse. Paciência. Estamos plena­mente convencidos que o ensino em Portugal só melhorará quando houver menos ministério e mais escola. Os professores têm tam­bém direito à indignação. Sentem-se ofendidos pela Ministra da Educação e como quem se não sente não é filho de boa gente, há que reagir contra a ofensa na mesma intensidade com que fo­ram esbofeteados.

CNAF

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1259853&idCanal=58
A Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) declara-se entretanto contra a proposta da tutela de os pais avaliarem os professores. A CNAF reúne cerca de uma centena de organismos ligados à família, intervenção social e ensino e é presidida pela ex-secretária de Estado Teresa Costa Macedo. Num comunicado ontem divulgado considera que a actividade dos docentes não deve ser avaliada por quem é interessado no processo.
  • Só a Ministra não vê.

http://jn.sapo.pt/2006/06/06/ultimas/Apelo_demiss_o_dos_conselhos.html
Apelo à demissão dos conselhos executivos de todo o paísFederação Nacional do Ensino e Investigação contra os "ataques de incompetência" da ministra da Educação
A Federação Nacional do Ensino e Investigação (Fenei) apelou hoje a todos os professores dos conselhos executivos para colocarem os lugares à disposição, em sinal de protesto contra os "ataques de incompetência" da ministra da Educação.
"Não há memória histórica no país de sistemáticos ataques de incompetência, desautorização, manipulação, falta de arbítrio e imparcialidade como os manifestados pela titular da pasta do Ministério da Educação (ME)", refere a Fenei, em comunicado hoje divulgado.
Para a federação, a tutela tenta mobilizar a sociedade civil contra os professores, denegrindo a classe docente e "colocando-a em situação de confrontação total com pais e alunos".
Como exemplo, a Fenei aponta as recentes declarações da ministra num seminário realizado na Maia na semana passada, onde Maria de Lurdes Rodrigues responsabilizou os professores e as escolas pelos elevados índices de insucesso escolar e acusou os conselhos executivos de criarem turmas de bons e maus alunos.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Um comunicado da Fenprof.

MINISTRA DA EDUCAÇÃO NÃO FALOU VERDADE QUANDO ACUSOU A FENPROF DE NÃO QUERER NEGOCIAR O E.C.D.

A ministra da Educação sabe que considerar "inaceitável" a proposta que apresentou não é o mesmo que a considerar "inegociável". Sabe, mas interessa-lhe confundir os conceitos.

É vergonhoso usar estes estratagemas...

A nova política...


A nova política e uma ministra que olha para os professores como se fossem os criados de uma patroa - João Baptista Magalhães (Jurista)


Sempre que um ministro recebe duras criticas pelas medidas que anuncia, vímo-lo a multiplicar-se em entrevistas aos diferentes meios de comunicação. Por detrás deste frenesim está o trabalho das empresas ou agências de comunicação. Elas encarregam-se de disponibilizar os meios que permitam ao ministro convencer as pessoas de que as suas polémicas medidas são orientadas pelos motivos mais nobres da governação. É que o ministro sabe, como sabem as agências de comunicação, que quanto mais convencer o auditório universal (todos os que o ouvem) mais pressão pode exercer sobre o auditório particular ou específico (os que vão ser objecto das suas medidas).
Este truque perverso da política-espectáculo denuncia uma nova tirania: a de, através das referidas agências, um ministro poder impor determinadas políticas, deixando o trabalho mais sujo para os meios de informação que, em vez de promoverem o contraditório, se encarregam de deixar que o ministro possa fazer crer que só ele tem razão.Se houvesse contraditório à propaganda da ministra da Educação ter-lhe-ia sido perguntado:
1º Na hipótese de dar aulas, como entenderia a eventualidade de ser avaliada a sua relação com os alunos pelos pais dos 40% dos alunos que faltaram ao exame da primeira época e dos cerca de 20% que chumbaram?!...
2º Tendo-se como certo que a educação que os alunos recebem em casa se reflecte na escola, como vê os pais que, por diferentes razões (estão ausentes, pertencem a famílias desestruturadas ou em conflito com os filhos, etc.,) não conseguiram educar os seus filhos, estarem, agora, a avaliar a relação que os professores estabelecem com eles na escola?!...
3º Só uma minoria de pais se preocupa com os filhos que frequentam as escolas. Quem responde pelos outros pais que, por diferentes razões, estão alheados da escola?!... Será que esse tipo de avaliação não contribuirá para discriminar os alunos na escola?!...
4º A parcela de avaliação dos professores atribuída aos pais não poderá constituir um instrumento perverso de pressão sobre alguns professores mais exigentes, mais disciplinadores, na atribuição de notas?!... E isso é ou não factor de discriminação e maior diminuição da qualidade do ensino?!...
5º Serão os professores os maiores culpados do insucesso escolar ou políticas de ensino que permitiram programas onde a mesma matéria se dá de formas diferentes em diversas disciplinas; horários que fizeram da escola o armazém onde os pais podem deixar os filhos durante oito e nove horas por dia; directivas que minaram a autoridade dos professores (como aconteceu com os regulamentos disciplinares) possibilitando que alunos com dezenas de participações disciplinares por comportamentos graves e, por vezes, criminosos, nunca pudessem ser expulsos ou sujeitos a um programa de reabilitação por especialistas?!...
6º Serão os professores culpados dos “rodriguinhos pedagógicos” que encharcaram a escola do “faz de conta”?!...
Estas questões do direito ao contraditório podiam continuar. Os professores são maltratados pelos alunos, pelos dirigentes (que deixaram de ser professores) das associações de pais, pela instabilidade de emprego, pela mediocridade que domina os directórios do sistema e, agora, pela verbo utilizada por uma ministra que olha para os professores como, antigamente, as patroas olhavam para as suas criadas.
Esta ministra não sabe avaliar o sistema que dirige, nem as consequências do seu verbo na desmotivação e degradação da imagem dos professores e, consequentemente na imagem do ensino.
Esta ministra pode ser uma boa dona de casa, mas desconhece os factores que influenciam o ensino, que estabelecem as relações de aprendizagem e, por isso, não é uma ministra da Educação.
Arranje-se uma ministra, antes que a ilusão de termos uma ministra se torne num pesadelo de termos este governo!

Em que país?

Em que país estava a ministra da Educação?
Beatriz Pacheco Pereira (Publico de 5 de Junho de2006)

O passado é negro, mas a culpa não é, seguramente, dos professores. Os que resistiram a todos estes erros da responsabilidade do Ministério que tutela são quase heróis. Que mereciam ser estimados e bem pagos para permanecer na profissão.
Sucedem-se os ataques violentíssimos aos professores como únicos responsáveis pelo desaire do ensino público (note-se, público, não privado, como se eles não fossem os mesmos...). Caso é para perguntar à sra. ministra onde andava e que informação tinha sobre o que se passava, de há trinta anos para cá, no Ministério que agora tutela. Ninguém chega a ministro sem saber o que está para trás. Mas nada se nota. Se não está bem informada do passado, aqui ficam alguns dados que explicam bem como se pode ter chegado aos descalabro que apregoa. Pergunta-se pois, sra. ministra, onde andava quando o seu Ministério...
1- ...aprovou cursos de professores primários em que se proibiam as cópias e a memorização da tabuada (Institutos Piaget e quejandos...)
2- ...deixou professores primários dar aulas em aldeias remotas em escolas sem água, sem luz e com alojamentos dignos de eremitas? E todos ou outros em verdadeiro trabalho missionário por esse país fora?
3- ...deixou que o concurso de professores enviasse, anos e anos a fio, pessoas com uma qualificação de nível superior (as que devia mais estimar) pelo país inteiro, à custa de suas famílias destroçadas e dos filhos que não podiam ter ou ter consigo?
4- ...ignorou ostensivamente que eles pagavam os transportes do seu bolso, viajando 100-120 quilómetros até, sempre sem qualquer ajuda de custo, diminuindo dramaticamente os que lhes sobrava no fim do mês? Não seria isto imoral e desumano?
5- ...teve inúmeros ministros que se sucediam a ritmo alucinante, cada um puxando pelos seus galões de docentes universitários, vomitando reformas continuamente e sempre sem ter em conta a sua adequação, implementação e financiamento?
6- ...deixou que a dotação financeira de uma escola secundária fossse absolutamente ridícula durante décadas, mal dando para pagar a água, luz, os edifícios escolares se degradassem de tal modo que nenhum professor se aventurava nas instalações sanitárias dos alunos, e não havia recintos desportivos ou actividades extra-escolares?
7- ...permitiu horários dos alunos que alcançam as 8-9 horas por dia, uma carga insuportável para qualquer pessoa? (tive uma turma destas este ano lectivo, e eu dava a 9º aula do dia...)
8- ...não se preocupou com o tempo de estudo dos alunos. Quantas horas sobram semanalmente para os alunos estudarem? Na escola, onde se pode estudar se não há salas de estudo organizadas e, em muitas, as bibliotecas, se funcionam, não têm espaço para tal? Será em casa, à noite, com pais que se demitem cada vez mais da sua função de vigilantes e educadores?
9- ...esvaziou o quadro das escolas de funcionários, deixando que sejam poucos, mal preparados e pouco mais do que empregados de limpeza?
10- ...obrigou os professores (especialistas nas suas matérias, não se esqueçam) a passar muitas horas extra-horário, a fazer tarefas administrativas que antes competiam aos funcionários não-docentes, ou então em reuniões absolutamente improdutivas mas obrigatórias? Não sabia que os professores já passavam muitas noites e fins de semana a preparar aulas e material lectivo?
11- ...permitiu que o Sistema Disciplinar se esvaziasse, em nome da retenção quase obsessiva de alunos dentro de portas e do aumento da população discente nas escolas, minando sistematicamente a autoridade dos professores? Este ano, sei que alunos com comportamentos irregulares, e até criminosos, com 20 ou mais participações disciplinares, não foram expulsos nem submetidos a nenhum programa de reabilitação por especialistas credenciados... Porque reduziu o Ministério o poder de sanção dos professores?
12- ...só deu atenção ao número de computadores por escola e ao acesso à Internet mas não permitiu aos alunos compreender o poder dos media? Afinal os alunos passam o resto do escasso tempo diário a ver uma televisão que lhes mostra só publicidade de telemóveis, futebol, escândalos e anedotas... Os valores dos jovens hoje são ensinados pelo matraquear de televisões mal regulamentadas. Porque não age o Ministério sobre elas também? Porque será que abdicou da sua função reguladora deixando que canais abertos dêem pornografia encapotada, publicidade que ofende os direitos humanos e dos animais, programas impróprios a horas do jantar? Porque nunca interagiu o Ministério da Educação com o da Cultura?
13- ...permitiu que se extinguissem os Exames por puras razões estatísticas? Ninguém no Ministério sabia que era preciso separar os que sabiam dos que não sabiam, e desde o início da escolaridade? Porque facilitou sempre a passagem dos que tinham níveis negativos?
14- ...deixou que as escolas tivessem apenas um psicólogo (quando o tinham, claro) que além de fazer sozinho a orientação vocacional, não tinha tempo para lidar com os casos mais graves que surgiam nos alunos? Porque, entre eles, não havia futuros desajustados da sociedade, nem doentes mentais, nem vítimas de abuso sexual, nem de violência doméstica, nem problemas de droga. Ou havia?
15- ...não se deu conta da crescente feminização das nossas escolas? Por que razão isso aconteceu, é simples - ser professor era (é) das tarefas mais exigentes, mal pagas, de carreira mais difícil e incerta. Portanto, óptima para o lado mais fraco da nossa sociedade. Depois, com algum malabarismo, ainda deixava algum tempo livre para as tarefas domésticas. Os homens, simplesmente não se sujeitavam a isto e partiam para outras profissões, mesmo dentro da função pública como para repartições e organismos de gestão do Ministério da Educação. Esta acomodação a padrões de sociedade retrógrados nunca incomodou o Ministério? (A propósito, os professores-homens estão a voltar ao ensino, não porque sintam vocação, mas porque há falta de empregos...)
Podia continuar estas interrogações que apontam para coisas que a sra. ministra, estranhamente, prefere não falar. O passado é negro, concordo, as estatísticas não se podem ignorar, mas a culpa não é, seguramente, dos professores. Porque os que resistiram a todos estes erros da responsabilidade do Ministério que tutela são quase heróis. Que mereciam ser estimados e bem pagos para permanecer na profissão. Sabe a sra. ministra porque é que, em Inglaterra, já ninguém quer ser professor e andam à procura deles em Espanha e até em Portugal ?

Jogo pelos professores

Vítor Serpa A BOLA - 03-06-2006
http://www.abola.pt/colunistas/index.asp?op=ver&texto=2451
Os professores andam em pé de guerra. Como os professores são normalmente distantes uns dos outros, os seus pés de guerra andam por aí semeados como pés de salsa, espalhados pelo País. De norte a sul.
Os professores estão descontentes. Com a vida que lhes corre mal, porque ninguém os valoriza; com os colegas, que só se interessam por resolver a sua vidinha; com os alunos, que os desconsideram e maltratam; e, acima de tudo, com o Governo da nação, que os desvaloriza, os desautoriza e os desmoraliza. Nunca fui um estudante fácil e sabia que um professor desautorizado era um homem (ou umamulher) morto na escola. Não quero dizer fisicamente mas profissionalmente. Como sempre fui bom observador, conhecia de ginjeira os professores fortes e os professores fracos. Os fortes resolviam, por si próprios, a questão. Alguns pela autoridade natural do seu saber e da sua atitude, outros de forma menos académica. Os fracos eram defendidos pelos reitores. Ir à sala de um reitor era, já por si, um terrível castigo. Mas bem me lembro que professores fracos e fortes, bons e nem por isso, se protegiam, se defendiam e se reforçavam na sua autoridade comum. Já nesse tempo se percebia que tinha de ser assim, porque, se não fosse, os pais comiam-nos vivos e davam-nos, já mastigados, aos filhos relapsos. E isso a escola não consentia. Os pais, dito assim de forma perigosamente genérica, sempre foram entidades pouco fiáveis em matéria de juízo sobre os seus filhos e, por isso, sobre quem deles cuida, ensina e faz crescer. Os pais sempre foram o pavor dos professores de natação, dos técnicos do futebol jovem, dos animadores das corridas de rua. Os pais, em casa, acham os filhos umas pestes; mas na escola, no campo desportivo, no patamar da casa do vizinho, acham os filhos virtuosos e sábios. Os pais são, individualmente, insuportáveis e, colectivamente, uma maldição. Claro que há pais... e pais. E vocês sabem que não me refiro aos pais a sério, que são capazes de manter a distância e o bom senso.
Falo dos outros, dos pais e das mães que acham sempre que os seus filhos deviam ser os capitães da equipa e deviam jogar sempre no lugar dos outros filhos. O trágico disto tudo é que são precisamente esses pais os que, na escola, se acham verdadeiramente capazes de fazer a avaliação, o julgamento sumário dos professores dos seus filhos, achando que eles só servem para fazer atrasar os seus Einsteinzinhos.
Por isso eu aqui me declaro a favor dos professores. Quero jogar na equipa deles contra a equipa dos pais e ganhar o desafio da vida real e do futuro deste país contra o desafio virtual dos pedagogos de alcatifa.

Carta Aberta

Carta Aberta à Sr.ª Ministra da Educação (recebi por email)


Esta carta, que será divulgada também na comunicação social, tem como
objectivo contribuir para a reflexão acerca da Qualidade da Educação do
nosso país.

Neste sentido, e ao invés de contestar ponto por ponto a sua proposta de
alteração ao Estatuto da Carreira Docente, os docentes deste país ficam-se
pelas suas consequências, o tal efeito prático que a Sr.ª Ministra prefere
dissimular num jogo falacioso e perigoso, atirando-nos, pais e professores,
uns contra os outros.

Embora tenha surgido como o maior engodo - o de chamar os pais à escola - da
história da Educação deste país, na verdade, a avaliação dos Docentes pelos
Pais e Encarregados de Educação, representa apenas uma ponta da ponta de um
iceberg, uma linha de texto num documento de 54 páginas. Interessa apenas a
quem se limita a promover manobras de diversão facilmente identificáveis,
parecendo ignorar que nenhum professor sério irá temer se for avaliado de
forma séria. É vergonhoso, até para nós que somos portugueses, verificar o
calculismo e a facilidade com que a Sr.ª Ministra aborda a questão complexa,
como é a de avaliar os desempenhos dos professores, sem o mínimo de
profundidade, preferindo, sem olhar a meios, o populismo fácil e barroco.

Recorrendo a meras hipóteses, se o novo estatuto fosse, numa eventualidade
pouco inteligente, aprovado, o docente teria um número fechado de vagas para
Muito Bons e Excelentes. Assim, perguntamos nós: e se, num acaso, os
professores de uma escola excederem o número premeditado de Excelentes?
Escolher-se-iam os melhores dos melhores e passar-se-iam os outros para
Muito Bom e os que tinham a dita nota para o Bom? Ou, numa outra
eventualidade, rasurar-se-iam as notas, de forma a não se levantarem
polémicas no seio de uma escola que se quer unida e sempre controlada?

Talvez se vislumbre uma resposta se se conhecerem melhor os dezasseis pontos
em que o hipotético docente será avaliado, previsto no artigo 46º do
hipotético novo estatuto:

. o professor será avaliado pelos resultados escolares dos alunos.
Explicar-nos-á a Sr.ª Ministra como pode um professor de uma má escola, e em
muitas "má" será sempre um doce eufemismo, ter o mesmo nível de qualidade na
sua avaliação de um colega seu numa boa escola? Será então que os
professores têm as mesmas medidas e oportunidades de uma boa avaliação? Ou,
por outro lado, bastará que se avalie positivamente os alunos,
independentemente da realidade?

. o professor será avaliado pelas taxas de abandono escolar? Certamente que
no Ministério ainda andam à procura de uma resposta coerente a esta
pergunta. Imaginemos que existe uma comunidade de etnia cigana numa escola
ou que em determinada localidade, e não são assim tão poucas, os pais querem
retirar os filhos da escola para que trabalhem com eles. Como pode o
professor ser penalizado por uma situação como esta onde a responsabilidade
não lhe cabe? Não se deveriam criar medidas coerentes para um mundo real?
Neste caso como seria, então? Seriam penalizados todos os docentes daquela
escola ou apenas daquela turma? Não será esta uma medida oportunista, em que
se acusam os professores da incompetência, de um governo que não cria
segundas verdadeiras opções para os jovens que abandonam o ensino ou que
simplesmente querem mais? Não será esta medida economicista, visto que,
deste modo, os professores ficam limitados na sua avaliação, o que prejudica
seriamente a sua progressão e,
naturalmente, os impede de subir de escalão e vir a auferir um melhor
salário?

. apreciação do trabalho colaborativo do docente? O que significa
exactamente trabalho colaborativo? E para colaborar com o quê? Ou com quem?
Terá a Sr.ª Ministra intenção de instigar ao mau ambiente na sala de
professores ou a de tornar menos transparentes algumas avaliações? Haverá
aqui uma vontade de tornar ambíguo o que se quer simples e preciso? Talvez,
na sua visão, "dividir para reinar" faça um sentido que não cabe nesta
profissão!

. apreciação realizada pelos pais e encarregados de educação. Consegue a
Sr.ª Ministra avaliar com a exacta certeza uma pessoa que nunca viu e cuja
imagem foi construída apenas por uma criança ou pelos comentários de outras?
Serão todos os pais capazes de avaliar os professores através de quase nada?
É essa a avaliação que pede aos professores, quando se trata de avaliar os
seus alunos? Avaliar com pouco? Mas sempre num nível positivo, de forma a
não transtornar os pais? A Sr.ª Ministra quer que nós acreditemos que uma
avaliação realizada desta forma irá ser objectiva e transparente? Muito
embora cada um dos pontos tenha um peso, que ainda não se conhece, tal
questão parece-nos irremediavelmente condenada ao fracasso, pelo menos se
observada de um ponto de vista sério e rigoroso.

. avaliação através da observação de aulas? Quais são os critérios adoptados
pela Sr.ª Ministra? Imaginemos que decorre a avaliação de dois docentes
distintos em dois locais diversos. Cada um dos quais está a ser medido por
um hipotético professor titular. Imaginemos que são duas escolas em meios
diferentes. Encontra-se a Sr.ª Ministra capaz de nos assegurar que ambas as
avaliações serão correctas ou que, sendo invertidos os lugares, os docentes
manteriam a mesma qualificação ou quase? Nestas contas entram factores
demasiado subjectivos. Numa mesma escola, o mesmo professor pode obter dois
níveis diferentes, se for avaliado, por exemplo, por titulares de distintas
sensibilidades. Suponhamos, por outro lado, que a aula corre mal, porque o
professor está engripado ou porque os alunos vieram de uma visita de estudo.
Será sério avaliar todo um ano escolar com três visitas à sala? Será sério
fazer depender a progressão na carreira desta forma?

Os docentes passariam a ser avaliados em dezasseis pontos ou itens de
classificação como lhe chama a Sr.ª Ministra. Destes, quinze são
perfeitamente subjectivos, e um deles, o que respeita à assiduidade, o único
preciso porque se trata de um número, a Sr.ª Ministra trata-o com a
ligeireza que parece ser o seu maior dom.

A Sr.ª Ministra não se nega a coarctar aos docentes qualquer esperança,
ainda que infeliz, de poderem assegurar o seu desempenho se caírem doentes
numa cama. O professor passa, assim, a ser obrigado a cumprir 97% do seu
serviço lectivo, se quiser progredir na carreira. À priori, esta medida
parece ser finalmente a resposta aos pedidos dos pais e encarregados de
educação dos nossos alunos. Será assim tão óbvia e tão simples esta leitura?
Três por cento de faltas como máximo, representa cinco dias de faltas por
ano? Explique-nos, por favor, a Sr.ª Ministra como justifica o facto de não
poder estar doente. Fazemos notar que não falamos apenas de nós próprios,
aqui também cabe a assistência à família. Repare a Sr.ª Ministra que os
professores lidam com crianças, cerca de vinte e cinco por cada uma das
cinco turma (em média, claro está), e que estas mesmas crianças adoecem e se
constipam e nos constipam. E nós sabemos que às vezes mais vale ficar um dia
em casa e recuperar a saúde
, do que prestar um mau serviço público. Os docentes têm um grande respeito
pela sua profissão. Nenhum professor sério falta para ficar a dormir.
Teremos que "contagiar" toda uma escola necessariamente, em nome da
graduação profissional, uma vez que só serão devidamente justificadas as
doenças em regime ambulatório.

Por outro lado, repare Sr.ª Ministra, pois talvez ainda não o tenha feito,
que a grande maioria dos docentes está deslocada da sua casa, longe dos seus
familiares. Esta enorme massa humana que se desloca pelo país, em milhares
de quilómetros mensais, aos princípios e fins-de-semana, em veículo próprio,
e que entrega dinheiro ao estado nos impostos de combustíveis, está muito
sujeita a ter contratempos na estrada ou com a mecânica do seu automóvel, e
que, a partir de agora, estes mesmos cidadãos manterão esta distância
durante três e depois quatro anos!

No que diz respeito às mães ou futuras mães, não compreendemos como pode a
Sr.ª Ministra querer avançar com um estatuto que as espartilhará - a
maternidade é um direito protegido pela Constituição da República
Portuguesa. É-nos dito que, no decorrer desse ano, a docente não será
avaliada, pelo que a mãe terá nesse ano a mesma classificação que lhe for
atribuída no seguinte, ou seja, bastar-lhe-á faltar seis dias para que não
progrida na carreira dois anos. Saberá a Sr.ª Ministra o complexo que é
cuidar de uma criança durante os primeiros meses e anos de vida? Numa
primeira fase, a do período do parto, o novo estatuto salvaguarda as mães
para depois as deixar desamparadas numa segunda fase, como se a maternidade
se esgotasse no acto de "dar à luz".

Contempla alguns destes dados na sua proposta, Sr.ª Ministra, ou prefere
tratá-los com a distância da sua demagogia? Como quer a Sr.ª Ministra
estabilidade docente, aquela que tanto aclama, convencendo apenas quem
ignora a realidade do que é ser educador, se qualquer uma das acções que
toma vai no sentido de criar instabilidade e insatisfação? Como quer a Sr.ª
Ministra docentes produtivos e colaborativos se instiga ao fascismo redutor,
como se lidasse com gente disposta a rebaixar-se aos seus pés sem que lhe
fosse levantado um par de olhos? Como quer a Sr.ª Ministra um alto nível de
rendimento escolar e uma enorme qualidade para a Educação quando atira
medidas laças para cima de uma mesa, onde se discute o futuro?

Este é um assunto sério, Sr.ª Ministra, nenhum professor está aqui para
brincar! À Sr.ª Ministra interessa ter os pais do seu lado,
independentemente dos meios, o que lhe interessa são os fins economicistas,
cada vez mais sublinhados por cada medida que assina.

Pretende convencer os professores deste país que um tecto ao fim de doze
anos de carreira é um objectivo para quem tem que ser avaliado e
classificado todos os anos? As demagogias criadas para iludir a opinião
pública são os instrumentos de trabalho utilizados pelo estado, mas do tempo
da outra senhora, quando a Sr.ª Ministra ainda tinha a esperança de viver
numa democracia - se é que teve.

Parece-nos que todas estas medidas foram lançadas ao ar para justificar o
trabalho de alguns caciques que há muito não leccionam e que pululam de
gabinete em gabinete na esperança, certamente vã, de lhe apresentar algum
trabalho, uma vez que, somente quando já não tiver professores no seu
ministério, vossa Senhoria ficará plenamente satisfeita.


Junho de 2006

Um grupo de Professores desrespeitados

domingo, 4 de junho de 2006

A entrevista

Muita clareza no discurso da senhora: o professor está qualificado para lidar com TODOS os alunos. «Tem que saber trabalhar com crianças! TODAS!»
  • Uma de 6 anos é exactamente igual a uma de 1o ou a uma de 17... (isto toda a gente sabe)
Justifica-se assim a orientação para a organização do próximo ano lectivo que diz:
Os docentes sem componente lectiva, independentemente do seu ciclo de ensino, devem ser afectos, de acordo com as necessidades do Agrupamento/Escola, à Dinamização de actividades de prolongamento do horário no 1º ciclo.
Fechem-se já os cursos de Psicologia e de Assistência Social! Porque é esse o nosso papel.
Ficou claro que o nosso papel já não é ensinar conteúdos curriculares a quem quer aprender. É reunir.
  • Palavra de ordem: REUNIÃO! Somos uma organização. Precisamos de reunir. A reunião é o caminho para a resolução de todos os problemas.
Com o trabalho em equipa vamos com toda a certeza fazer com que alunos como os que foram aqui ou aqui focados passem a olhar para a escola de uma forma completamente diferente.
- Que estão 30 professores a fazer na sala de professores, se na sala ao lado está um colega com um problema de disciplina? Em que escola isto acontece? Estaremos no mesmo país?

As aulas de substituição servem para minimizar os problemas de indisciplina? Só pode ser anedota. É aí que se têm verificado mais problemas... E servem para se ver a escola como um «espaço de convívio e socialização com os bens e meios culturais» (?!?) ... (chinês?)

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Outras formas de luta

Para além de todas as greves convocadas, que farei (embora a actuação dos dirigentes sindicais me tenha demasiadas vezes desiludido), a melhor de todas as formas de luta é efectivamente a demissão de quem está obrigado a cumprir o estipulado pela tutela: executivos, coordenadores, delegados...
Esta petição é outra delas...
A análise deste texto presente no blog da Teresa é esclarecedor.

Cromos TSF - José Pedro Gomes
Porque não pensar como este comentador das notícias do Público que diz:
Será que a educação de um país deve depender da cor politica do governo? Não seria melhor ter um organismo permanente, com pessoas capazes e especializadas a planear as reformas realmente necessárias no sistema de ensino em Portugal? Quando é que se vai levar a educação a sério em Portugal? As vezes parece-me que a educação em Portugal se resume a uma guerra entre ministério e professores.

Opiniões

http://edutica.blogspot.com/2006/05/post-aberto-ministra-da-educao.html

http://dn.sapo.pt/2006/06/02/opiniao/educacao_insistir_modelo_futuro.html



Adenda:
De outròÓlhar ouvir isto :)


Sobre os alunos, elemento tão importante nesta coisa das escolas:
http://blogdosindocentes.blogspot.com/2006/06/os-alunos-2.html

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Parabéns

Colegas demissionários do Conselho Executivo da Escola Inês de Castro

Muitos parabéns pela V. coragem, determinação, honestidade... Se fôssemos todos assim, ninguém nos insultava desta maneira.

Muito obrigado e espero que outros a exercer cargos sigam o V. magnífico e honroso exemplo.


http://jn.sapo.pt/2006/06/01/ultimas/Professores_demitem_se_ap_s_dec.html

A visitar


http://contratado.blogspot.com/

A questão dos pais é menor, perante os atentados à nossa classe neste estatuto... mas gostei :)