quarta-feira, 11 de março de 2009

Ainda a "educação"

por Manuel António Pina no JN

O conflito aberto do actual ME não só com os professores mas também com a língua portuguesa não é apenas sintoma da incultura e do "porreirismo pá", terreno propício à arrogância e à pesporrência, por ali dominantes. É sintoma de algo mais grave, e estrutural, pois dir-se-ia previsível que, num ministério da "educação" cujas políticas perderam de vista quaisquer objectivos de "instrução", substituídos por aquilo que, em eduquês padrão, é designado por formulações obtusas como "aprender a aprender" ou "desenvolvimento de competências", sejam inteiramente irrelevantes práticas ou pessoas instruídas.
Mesmo que, por hipótese, fosse possível organizar (sob os auspícios, sei lá, das Novas Oportunidades) uma Conferência de Paz entre a responsável da DREN ou o secretário de Estado Valter Lemos (aquele das propostas "colocadas 'de' cima da mesa") e a Gramática, ou entre o "Magalhães" e a Ortografia, o problema central manter-se-ia. No actual estado de coisas, o cínico ditado segundo o qual "quem não sabe fazer ensina", deve, mais apropriadamente, ser substituído por "quem não sabe ensinar 'educa'".

VOCÊ TEM PROVAS DO QUE ESTÁ PARA AÍ A DIZER?

por João Miguel Tavares no DN

A minha caixa de correio electrónico teve uma semana atarefada. Há oito dias eu defendi aqui que José Sócrates carecia de moral para andar a pregar a decência na política portuguesa, e, de caminho, apelidava a sua licenciatura de "manhosa" e os seus projectos na Guarda de "duvidosos". Muitos leitores indignaram-se com tais adjectivos e contrapuseram invariavelmente o mesmo argumento: onde estão as minhas "provas das supostas acusações"?
Vale a pena discutir este argumento, que de certa forma é uma extensão daquele que Sócrates utilizou na abertura do congresso: se o povo me elegeu e a justiça não me acusou, quem são os jornalistas para andarem a engendrar "campanhas negras"? Ora, há aqui uma perigosa confusão entre aquilo que é o plano da justiça, aquilo que são responsabilidades políticas e aquilo que é o papel dos jornais. Levado ao extremo, este raciocínio impediria que se criticasse publicamente quem quer que fosse, a não ser que houvesse uma condenação prévia dos tribunais (única instância capaz de avaliar a veracidade de tais provas). Caros leitores indignados: vocês não iam querer viver nesse mundo.
Os jornais têm de ser credíveis, verdadeiros, justos e equilibrados, mas não têm de apresentar provas, como se fossem uma extensão do Ministério Público. Eu não tenho dentro de mim um inspector da PJ para saber se Sócrates aldrabou a sua licenciatura, os projectos da Guarda ou a escritura do apartamento Heron Castilho. Basta-me ter lido as notícias que foram publicadas e as justificações do primeiro-ministro. O "manhoso" e o "duvidoso" nascem daí - da diferença, que me parece insanável, entre o que foi publicado e o que foi justificado. A comunicação social é um contrapeso do sistema democrático, que pressupõe respostas às questões que levanta. Ora, sobre qualquer um desses casos, só o gabinete do primeiro-ministro e, quando muito, a sua mãezinha podem considerar as respostas dadas como sendo satisfatórias. Porque não são.
O meu ponto é este: de uma coisa, José Sócrates é culpado até à ponta dos cabelos - da forma como nos tem querido convencer de que tudo isto é uma maquinação para o derrubar. Essa estratégia substituiu sempre a necessidade de dar explicações, e no entanto, todas aquelas suspeitas, da licenciatura ao Freeport, são inteiramente legítimas. Daí ser inadmissível que Sócrates negue essa legitimidade, por mera estratégia pessoal. É a futebolização da política: a culpa é sempre do árbitro, há sempre uma cabala por trás de tudo o que acontece. Ter o primeiro-ministro de Portugal a defender diariamente esta tese é uma punhalada na nossa democracia. Quem não vê isto, não vê coisa nenhuma.

CONTRA ESTA 'ESTABILIDADE'

por Baptista-BastosEscritor e jornalista no DN

Nas últimas semanas temos ouvido e lido uma palavra que, de repetida, se torna numa fastidiosa obstinação: "estabilidade." Há uma falsa serenidade, uma ilusória mansuetude no bojo desta palavra solitária. Lembrou-me, com as distâncias que a sensatez recomenda, a famosa "paz dos cemitérios", de António Sérgio. A sua utilização sempre me sugeriu, por associação de ideias, algumas frases intranscendentes que, rigorosamente, a explicam e justificam: "tenha paciência", "coma e cale-se", "quietinho no seu cantinho."
Talvez esta modesta reflexão pareça, aos olhos dos meus leitores, arbitrária e até delirante. Não o é. Vejam vocês: o que se nos pede e, subtilmente, se nos propõe é o voto no partido que, segundo os seus trompetistas, garante a calmaria social, a tranquilidade nos espíritos, o sossego nas reclamações. Tem-se visto. Batucam esta tecla com intimidante teimosia. O próprio dr. Cavaco introduziu, no seu habitual e insípido discurso, a palavra obsessivamente repisada, acaso presumindo que ela detém uma irredutível integridade.
Há um tédio recíproco entre o partido que nos pede o voto na "estabilidade" e nós, amolgados pelo triste horror do dia-a-dia, e desalentados com a nossa própria imprevidência, que, um pouco levianamente, lhe deu, há quatro anos, a maioria absoluta. Por outro lado, no conclave de Espinho foi demonstrado que existe um fervor militante espantoso, o qual permitiu, à maneira de Kim Jong-il, um unanimismo jubiloso e compacto a apoiar o líder.
A "estabilidade" não resolve problema algum, num "país embebedado pela classe política", como disse, anteontem, na SIC, o prof. Medina Carreira. A "estabilidade", contida na tal maioria absoluta, é a escora de um edifício moralmente doente, socialmente inepto, politicamente vazio, desinteressado do bem comum. Esta maioria absoluta em que sobrevivemos dramaticamente pode servir de lição às nossas decisões próximas e futuras. A "estabilidade" é redutora: inibe o debate, impõe as regras de um jogo de antemão falsificado, e apenas consente quem obedece ao suserano.
O apelo à "estabilidade" pressupõe, praticamente, o confinamento das vozes dissentes. Cujas reivindicações só encontram limitado eco no Parlamento e numa que outra das televisões. E o espectro da "desestabilização" serve para atemorizar aqueles que pensam não haver alternativa. A verdade é que podemos proceder à alteração deste rotativismo, de tão exangues exemplos no século XIX. Portugal é governável sem maiorias absolutas. Os políticos têm, somente, de atender ao espírito de missão. O que me parece arredio dos cálculos desta gente.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Inqualificável

http://educar.wordpress.com/2009/02/19/o-festival-de-paredes-de-coura/

Vergonhas Públicas

Dos comentários do Paulo Guinote:



quink644 Says:
Fevereiro 19, 2009 at 10:16 pm
Desajustes Directos em PortugalPortugal, País de grandes tradições e brandos costumes… pelo menos é o que muitos pensam ser verdade… até abrirem os olhos.
Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os “ajustes directos”, eu explico. Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a “melhor” em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.)
No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem… e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!
E finalmente, graças ao portal da transparência, podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto.
Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:
1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.
2) Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS(!!!)
3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe… e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças: 2.922.000,00 €É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???
4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas:Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel: 45.144,00 €
5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: 8.849,60€ para a Concentra em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara!Crianças… se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!
6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: “14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga”
Ora… 14×3 + 10×2 = 62 cadeiras… a 375.600,00 euros dá um custo de…6.058,00 Euros por cadeira!Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes…
7) Em Ílhavo, a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.
Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo… é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 €Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!(Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira?)
9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico!Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade…Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente, e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade!É “apenas” quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de “descontos” para tais quantidades industriais.Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)
Ó MEUS AMIGOS…. como é que é possível justificarem estas situações?Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures. Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???
É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?Isto até me deixa doente… é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)
Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência!
Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal…
Outros candidatos a roubalheira do ano:
“Projecto tempus - viagem aérea Faro / Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008″ - 33.745,00 euros.
“Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de estremoz” - 1.915.000,00 euros
“Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines” - 1.236.500,00 euros
“6 kit de mala piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas” - 106.596,00 euros(por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)
O misterioso caso do “Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros”

Vá lá que ainda vai havendo denúncias

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=126521

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nova democracia

Porque se trata de intimidação: aquela manobra de no domingo 25-1-2009, segundo conta a revista Sábado de 6-2-2009, quando o juiz de instrução do Freeport estava no fim de semana na sua terra, em Mação, dois indivíduos irem propositadamente fazer perguntas sobre ele, num carro com matrícula falsa é mesmo para o ameaçar do perigo em que está a incorrer quando autoriza as contestadas buscas e certas diligências. Só faz lembrar a impunidade de polícias políticas de regimes ditatoriais.
(...)
Não basta a palavra de José Sócrates para crermos que a vigilância e intimidação de que os magistrados do processo Freeport se queixam é uma fantasia, para mais quando são referidas evidências detalhadas de intromissão nas comunicações e intimidação.
Ler tudo aqui

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Blackout na TV - Mas há net

Pode ver-se a conferência de imprensa e ouvir-se (mal - subir volume) aqui:
http://pt.justin.tv/clip/11561fabf8867978

Estes são só os primeiros 15 minutos.
Estiveram presentes câmaras da rtp e sic. A tvi já tinha o alinhamento feito, não cabia mais nada - nem lá foi.
A sic eu não pago. Se acha que é importante o que o toni carreira faz, é lá com ela. Se não lhe apetece transmitir CI de zecos, é lá com ela. Não fica muito bem na fotografia, mas não lhe faço falta se não a vir.
Para a rtp eu contribuo. É, como se diz por aí, de todos nós. É inqualificável que se comporte como se comporta, se é que ainda vivemos num país democrático...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Incongruências

Exigem que se definam objectivos a 5 meses do fim de um período de avaliação de dois anos. Serão retroactivos? Como o «prognósticos, só no fim do jogo»?

Conflitos de interesses na aplicação do Simplex 2:
1. Há conflito(s) de interesses entre os professores todos de uma escola e alguém que sendo seu/sua actual avaliador/a - Presidente do Conselho Executivo - seja candidato/a a Director/a para um próximo mandato.

2. Há ainda outro conflito (da mesma natureza) entre o/a candidato/a a Director/a Executivo/a, na condição de avaliador, e os membros do Conselho Geral de Escola que terão que o/a eleger, sabendo que estão/vão ser avaliados por esse/a candidato/a.
3. Há mais um conflito que deriva do facto de o/a candidato/a a Director/a ser o/a avaliador/a dos "futuros/as escolhidos/as" da sua Equipa e dos/as Coordenadores/as, etc. Mas, na hipótese de não se verificarem os anteriores conflitos, há o problema a seguir explicitado.
4. Em algumas escolas, no final do ano, os PCEs não serão os Directores eleitos para o próximo mandato. Nesses casos, o Director apanhará o processo de avaliação na fase final e terá de avaliar professores que ele ou ela não acompanhou ou nem sequer conhece o que torna este processo inoperacional.

Mário Sousa Mendes (advogado) 17 de Janeiro de 2009


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ora cá estão realmente verdadeiros OI

http://legoergosum.blogspot.com/2009/02/se-eu-os-entregasse.html

Os OI dos professores estão implícitos na profissão, são uma redundância, um verdadeiro pleonasmo.

A DGRHE

Adorei esta - uma carta aberta para a DGRHE (se seguirem este link vão para onde estão estes «esclarecimentos» contestados pela carta).

Transcrevo apenas a parte final. Todo o texto e o articulado que contesta a legalidade das suas informações (muito bem fundamentado) está aqui:
http://reinodamacacada.blogspot.com/2009/02/uma-carta-aberta.html

Parece-nos também exagerada e completamente desfasada da competência da vossa instituição a comparação da Avaliação do Desempenho Docente com o SIADAP, pois sendo a DGRHE um organismo do Ministério da Educação deveria preocupar-se em atender os verdadeiros problemas relacionados com os recursos humanos do Ministério da Educação e neste caso concreto e específico com os recursos humanos docentes, nomeadamente em esclarecer devida e competentemente as dúvidas e não proceder a comparações levianas e medíocres de cariz claramente de propaganda político-governativa, tentando demonstrar que a classe docente é privilegiada, quando no fundo a profissionalidade docente apresenta uma especificidade muito concreta reconhecida internacionalmente pelas demais instituições e especialistas de renome ao nível da investigação em educação.
A vossa conclusão retoma a famigerada e propalada impossibilidade de concretização do processo de avaliação docente devido à não entrega dos objectivos individuais, sem contudo indicarem os diplomas legais que concretizam essa vossa repetitiva informação que de tão repetitiva levanta uma sub-reptícia dúvida de propensão para pressionar os professores a realizarem um acto que o Ministério da Educação exige, mas que a lei em documento algum obriga como ficou devidamente comprovado nas linhas anteriores. Deste modo, coercivo e de propaganda autoritária, está em causa a liberdade individual de cada cidadão e consequentemente a vivência democrática de um país que é um Estado de Direito Democrático, pois num Estado livre nenhum cidadão é obrigado a fazer o que a lei não obriga.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(es)Calões

Comparação entre escalões anteriores e os actuais impostos pelo 15/2007:

Perdas salariais:


Novas ofertas:
O Governo propôs ontem a criação de novos escalões de topo para professores titulares e não-titulares, que representam aumentos brutos de 272,70 euros e de 245,43 euros, respectivamente. Um professor do quadro, não-titular, passaria assim a ganhar 2473,36 euros brutos no 7º escalão sugerido pelo Ministério da Educação (ME) – desde que tivesse concorrido e ficado afastado da categoria titular por falta de vaga. Já um titular, no novo 4º escalão de topo, passaria a auferir 3364,52 euros desde que obtenha duas avaliações de mérito consecutivas...
No correio da manhã online…
Ainda oferecem um salário e meio de «prémio» por classificações de mérito... Ver proposta

Comentários que subscrevo:
Afinal já há dinheiro??? Titulares: compram-se! podia ser o título…
Maria Lisboa Says: Fevereiro 10, 2009 at 5:52 pm
Eles sabem que temos razão!
O desespero é tão grande que, como viram ontem, o Calhau, em época de crise, ofereceu dinheiro a rodos a todos os que se quisessem vender!
Eles só precisam de chegar ao processo eleitoral dizendo que conseguiram vencer-nos! Seria o único ponto em que conseguiriam mostrar resultados na linha de água. E é esse o grande problema deles. Mais nenhum. Por isso é que a nossa avaliação deixou de ser um simples admnistrativo/burocrático para se tornar numa questão política de topo.
Se fracassarem na possibilidade de nos porem o pé no cachaço para nos marcarem, quais carneiros dóceis, perderam por completo os 4 anos de mandato porque mais nada têm para apresentar.
Apostaram tudo na nossa humilhação, no controlo estatal da transmissão de uma consciência crítica e cívica e do conhecimento humanista a novas gerações, para transformá-las em meros produtos não pensantes e isso está a escapar-lhes por entre os dedos. Nunca pensaram que os professores se juntassem na defesa daquilo que eles pensavam ser um mero acidente na nossa profissionalidade. Nunca pensaram que nós percebessemos qual a finalidade deles ao agir sobre outros pontos da nossa profissão.Enganaram-se redondamente!Espero que tenhamos forças para manter a união, não nos deixando comprar por mais um escalão, por um prémio de desempenho, por uma titularidade que não se justifica.
Comentário meu:
ora, vamos lá a fazer umas contitas... se se verificar o que cada um de nós perdeu com o congelamento e se se lhe somar os anos que vamos pastelar nos novos escalões, isto até dava para arranjar mais uns vinte escalões, de forma a assegurar que qualquer centenário consiga chegar ao salário de um deputado.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Concordo

de Mário Crespo

"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos".

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Horas de trabalho individual

Em 2005/06 fiz uma análise, considerando o meu horário da altura e de mais 2 colegas de áreas diferentes. No início de 2006/07, arranjei uma grelha onde apontava as horas de trabalho individual. O objectivo inicial era parar quando chegasse ao limite. Só preenchi durante um mês. Não valia a pena - por uma questão de brio profissional não podia mesmo parar nas 35. E como passava quase sempre das 50, desisti de as apontar. Mas ainda o fim de semana passado para fazer 2 (dois) míseros testes gastei 6 horas no Sábado e mais 5 no Domingo. E não, não sou nada lenta. Claro que podia ir buscar um dos anos anteriores: mas alguns alunos tê-los-ão e outros não - não seria justo. E nunca consigo dar a mesma matéria até à mesma altura. Cada ano é diferente do outro, como todas as turmas são diferentes umas das outras. Até eu sou diferente todos os anos. Enfim. Já pensei muito nisto, já o analisei, já até cheguei a fazer uma queixa no executivo (que até deu frutos), mas só os professores entendem isto.
Quando li o que a seguir transcrevo ou quando penso nestas coisas, apercebo-me da estupidez de tantas vezes «despachar» as minhas filhas porque «tenho de acabar isto». Que estupidez!
Recebi por mail:
Resposta ao Caríssimo que veio aos jornais INDIGNAR-SE contra os professores.Tal demonstra bem como os profs trabalham tanto e... "nem se dá por ela".

Caro anónimo indignado com a indignação dos professores,

Homens (e as mulheres) não se medem aos palmos, medem-se, entre outras coisas, por aquilo que afirmam, isto é, por saberem ou não saberem o que dizem e do que falam.

O caro anónimo mostra-se indignado (apesar de não aceitar que os professores também se possam indignar! Dualidade de critérios deste nosso estimado anónimo... Mas passemos à frente) com o excesso de descanso dos professores: afirma que descansamos no Natal, no Carnaval, na Páscoa e no Verão, (esqueceu-se de mencionar que também descansamos aos fins-de-semana). E o nosso prezado anónimo insurge-se veementemente contra tão desmesurada dose de descanso de que os professores usufruem e de que, ao que parece, ninguém mais usufrui.

Ora vamos lá ver se o nosso atento e sagaz anónimo tem razão. Vai perdoar-me, mas, nestas coisas, só lá vamos com contas.

O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola, a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.

Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua. Agora, vamos imaginar que um professor, a quem podemos passar a chamar de Simplício, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos - ficamos por uma situação média, se não se importar). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho.

Vamos lá, então, contar:

1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o professor Simplício precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana (estou a considerar, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais -- o que não acontece -- e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho. Se o período tiver 14 semanas, como é o caso do 1.º período do presente ano lectivo, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.

2. Elaboração de testes: imaginemos que o prof. Simplício realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (estou a ser muito poupado, acredite), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.

3. Correcção de testes: o prof. Simplício tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.

4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos que o prof. Simplício só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.

5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o prof. Simplício manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (os meus colegas até gargalham, ao verem estes números tão minguados), dá um total de 41 horas.

6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).

7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou considerar este tempo.

Vamos, então, somar isto tudo:

84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.

Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.

Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.

Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal.

No próximo Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O professor Simplício tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho. Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o prof. Simplício.

Pois é, não parecia, pois não, caro anónimo? Mas é isso que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.

Ora, como o Estado somos todos nós, onde se inclui, naturalmente, o nosso prezado anónimo, (pressupondo que, como nós, tem os impostos em dia) significa que o estimado anónimo, afinal, está em dívida para com o prof. Simplício. E ao contrário daquilo que o nosso simpático anónimo afirmava, os professores não descansam muito, descansam pouco!

Veja lá os trabalhos que arranjou: sai daqui a dever dinheiro a um professor. Mas, não se incomode, pode ser que um dia se encontrem e, nessa altura, o amigo paga o que deve.

Para que seja clarificada a situação, para que todos estejamos correctamente informados , por favor, reencaminhem para todos os amigos, conhecidos e anónimos!!!

Anedotas

http://tempodeteia.blogspot.com/search/label/nem%20sei%20que%20diga

Só no tribunal...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

«Nomeações»

Recebi esta nomeação da Amélia Pinto Pais, do blogue "ao longe os barcos de flores".


Obrigada, Amélia, minha primeiríssima inspiradora enquanto professora com os excelentes livros de apoio para alunos, por estas «flores» especiais.



Eu «nomeio» os seguintes:
Soledade
alguns dos quais já foram nomeados... Daí não cumprir «as normas» desta corrente... :)





A nomeação que mais me orgulha é, no entanto, a que «postei» mais abaixo, porque me dá direito a um especial «quadro de honra».

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Objectivos Individuais

Hoje, já o ME se congratulou com o facto de a «maioria» ter entregue os objectivos. Caricato, no entanto, é perceber como o souberam. Se nem o prazo acabou em muitas escolas, acredito que seja através do dedo mindinho.


A nossa Ministra não se compromete:


As consequências estão estabelecidas nos decretos-leis e decretos regulamentares”, disse a ministra aos jornalistas, no final da audição. Instada a especificar quais as penalizações, Maria de Lurdes Rodrigues sugeriu: “Têm que ler a lei”.


Ah bom! Ler a lei. Ok. Certíssimo.

Veja-se aqui em baixo a contabilidade em Vila Real. É obra!

Já mandei para o mail o meu nome. Neste quadro de honra quero estar :)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Hoje «postei» isto num fórum de professores do meu agrupamento. Uma primeira moção foi assinada por 96 em 127. A segunda moção foi assinada por 75. Quando surge a palavra «notificação» põe-se o rabinho entre as pernas e só cerca de 50 não entregam os objectivos. Ok.
Hoje estou muito erudita. Assim, pus-me a vasculhar o «Citador». Encontrei algumas frases que conseguem resumir o que penso.

Infelizmente, prometemos conforme as esperanças e agimos conforme os medos, como disse La Rochefoucauld.
Mas se cada um de nós carregar a sua própria luz, deixa de ter medo do escuro pois, e de acordo com Ralph Emerson, o conhecimento é o antídoto do medo.
Já me acusaram de manipuladora. Aceito (até acho, se bem que o não entenda, que me orgulho um bocadinho de o ter tentado ser, no que a isto se refere). Tentei de todas as formas que o nosso Agrupamento fosse um exemplo de seriedade nesta luta (detesto esta palavra, até porque, tal como Caeiro «não tenho ambições» e quem assim é não «luta»). Só que, se há uma coisa de que realmente gosto é de «dar aulas». E quando quem manda em mim transforma de forma absurda as minhas condições de trabalho, tirando-me o tempo de que preciso para o fazer bem, a mostarda começa a chegar-me ao nariz. Quando a seguir me diz que há dois tipos de professores, os titulares e os zecos, e que eu, zeca, não poderei aspirar a ser devidamente recompensada, não progredindo mais na carreira, só podendo aspirar a chegar ao antigo 8º escalão, os meus fígados começam a azedar. Quando se houve que "admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública" (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006); "vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos" (Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008) ; "caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil" ( Jorge Pedreira, Novembro/2008) ; "quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!" ( Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008) ou quando se produz um estatuto do aluno que dá mais trabalho ao professor se os alunos faltam e quando se obriga um professor que não conhece uma turma a ir para lá entreter os alunos, tudo isto e o mais que não me apetece agora elencar, é necessário que eu me mexa. Chega finalmente, a cereja em cima do bolo – espetam-me com um sistema de avaliação estapafúrdio. É necessário que parem de fazer de mim gato-sapato. Fiz todas as greves, desde a primeira aos exames em 2005. Esse foi o primeiro sinal dado ao governo de que acabamos efectivamente por baixar a cabeça, aceitando tudo. Renasceu-me a esperança quando se juntam 100 mil profs, algo de absolutamente inédito. A história até se repete com 120 mil. Acontecem 2 greves de que não há memória. A seguir, fala-se numa «notificação». Pufff! Tal como o que acontece a um balão em que, depois de se encher vagarosamente, diligentemente, se espeta uma agulha, assim se vai a correr cumprir as ordens, porque «A lei é para se cumprir». Assim fizeram os soldados de Hitler. Não esqueçamos nunca que «as leis são para se cumprir» - mas convirá conhecer essas leis e não ir ao sabor do «diz que disse».
A dita afirmação de Margarida Moreira da DREN feita em Viana do Castelo a 28/11/2008 de que "[os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!" não deixa de fazer algum sentido hoje.
Só posso dizer, com muita tristeza, da pena que sinto que muitos de nós, no nosso agrupamento, tenham recuado. Qual moção? Qual determinação? No entanto, e com agrado, registo que ainda há prevaricadores convictos, a exemplo do que se passa no resto do país.
Salve, arruaceiros!

Já tinha prometido a mim própria nada mais aqui escrever. Até porque não gosto de ser chata e percebo que o esteja a ser para os que já decidiram de outra forma o seu caminho. Não me levem a mal. Puseram-me azeda.

Segredo de justiça? :-)

Quero lá saber do Freeport! Nada da outra brincadeira foi provado... (a mesma procuradora se esforça)
«Juízes dizem que poder político tem acesso a processos mesmo em segredo de justiça», esta é muito mais engraçada! E depois abrem-se inquéritos para averiguar a raiz das «fugas selectivas»...
Que palhaçada. Digna do nosso país que o Eça tão bem retratou, perdão, retrata.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Que grande estudo!

A objectividade do «estudo» encomendado pelo ME revela bem a vergonha, que é agora institucional, da falta de pudor em mentir, em argumentar sem factos, sem provas.
A este sentimento geral de «depressão» associa-se esta terrível sensação de que a mentira é validada e tida como prática corrente, de que mentir e enganar o próximo é normal, desde que sirva os interesses de quem o faz.
Sinto-me triste e desiludida.
Espero que este período negro seja rapidamente engolido pelo chamas do inferno. Espero que a sanidade volte depressa, porque isto METE NOJO.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vamos ver

Veremos a coerência dos deputados do PS que votaram a favor da outra vez.


Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009
CDS-PP FAZ MANTER A ESPERANÇA
Educação: Paulo Portas diz que diploma do CDS-PP para suspender e simplificar avaliação pode ser aprovado
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu hoje que o projecto de lei democrata-cristão que propõe a suspensão da avaliação dos professores e a simplificação do modelo tem condições para ser aprovado no próximo dia 23.
O projecto de lei recupera um projecto de resolução do CDS-PP que "só não foi aprovado por um triz e porque houve faltas de deputados" [do PSD] afirmou Paulo Portas, em conferência de imprensa.
"O projecto do CDS teve mais votos de deputados da maioria socialista e eu acho que isso se pode repetir, mas não vou fazer pressão sobre ninguém", afirmou Paulo Portas.
O projecto de resolução do CDS-PP poderia ter sido aprovado, no passado dia 5 de Dezembro, porque sete deputados do PS quebraram a disciplina de voto deixando o PS em minoria. Acabou por ser chumbado devido às ausências de 35 deputados da oposição, 30 dos quais do PSD.
Paulo Portas defendeu hoje que a transformação do projecto de resolução em projecto de lei "é um acto de coerência" por parte do CDS-PP e constitui "uma esperança" quer para os professores e para os pais que não querem ver a escola em conflito em 2009.
O diploma, frisou Portas, "não deixa um vazio" e propõe alternativas para "um modelo menos burocrático e mais simples".
Por essa razão, defendeu, o diploma, que é discutido no próximo dia 23, "tem condições para poder passar".
"Não faço pressão sobre a consciência dos deputados, basta-me ser coerente", afirmou, após questionado sobre se desafiava os deputados da maioria socialista a repetirem o sentido de voto ao projecto de resolução.
"Se for aprovado ficarei muito contente, depois logo veremos", afirmou Paulo Portas, quando interrogado sobre se pedirá a demissão da ministra da Educação caso o projecto seja aprovado.
SF.In Lusa

sábado, 10 de janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Corja

do Portugal Notícias


A corja
2009-01-05 10:39:13
O actual sistema político português tem sido desolador. Pela improdutividade, pelo descontrole do seu próprio funcionamento e pelos abusos a que tem dado origem.
Aproveitando-se da índole pacífica dum povo inculto, adormecido por 40 anos de ditadura e exausto por uma prolongada guerra colonial, os chamados "democratas" apoderaram-se das instituições políticas do país, manipulando-as a seu belo prazer e cometendo os mesmos abusos, senão mais e maiores, dos que foram cometidos durante a ditadura e que tão criticados foram enquanto eram oposição. Criaram-se Ministros, não só sem pasta, mas sem conta, Secretários de Estado "a granel", centenas de lugares de deputados, pagos a peso de ouro, inúmeros lugares de assessores, secretárias, motoristas, etc. Se isso se sente ao nível do país que dizer dos governos regionais. Criou-se uma pesadíssima máquina administrativa que absorve grande parte dos orçamentos regionais, para satisfação duma classe política voraz. O que dantes se resolvia com três Governadores Civis, três Presidentes de Juntas Gerais e meia dúzia de funcionários, necessita agora de inúmeros Secretários Regionais, um sem número Directores Regionais, assessores, secretárias, motoristas a perder de vista, e automóveis. Muitos e bons automóveis. Também se criou um exagerado número de deputados que reúnem pouco e que são completamente desnecessários, pelo menos da maneira que funcionam, mas cujos lugares são necessários para eles mesmos. Todas as vezes que muda um governo mudam-se centenas de administradores de empresas públicas que outra qualificação não têm do que o cartão do partido no poder. E, dada a desafogada situação económica, renovam-se também, os Directores-Gerais, os assessores, as secretárias e a frota automóvel dos diferentes departamentos governamentais, com a desculpa de que são lugares de «confiança política»!
Creio que o vulgar cidadão tem dificuldade em entender o que são lugares de «confiança política».
Poderão ser da «conveniência dos políticos», mas seguramente não por razões técnicas. Não será o melhor gestor duma determinada empresa aquele que a desconhece por completo e que como curriculum só apresenta as credenciais partidárias. Percebe-se a intenção das nomeações para as empresas públicas dos políticos dispensados de funções governativas e que nada têm a ver com as referidas empresas. Por certo que não no interesse das empresas nem do país. Não seria lógico que houvesse nessas empresas uma carreira a que se teria acesso por concurso público e quem fosse tecnicamente melhor ocupasse os lugares? Assim seria num país civilizado e sério, mas em Portugal, com um regime afro-sul-americano, será nomeado o que for o mais subserviente ao PS, ao PPD ou ao CDS ou familiar dos seus dirigentes.Quando o governo PSD substituiu o do PS e o acusou de delapidar erário quase levando o pais à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios, ouvimos um coro de protestos do PS acusando o Governo de irresponsabilidade porque isso iria diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros. Agora, invertido o cenário, assistimos ao PS a acusar o PSD de "delapidar erário quase levando o país à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios" mas já não se fala no prejuízo de "diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros".
Nunca vemos, da parte de qualquer governo, a vontade de aproveitar uma ideia que lhe seja sugerida por um opositor. São invariavelmente chumbadas na Assembleia, quantas vezes com prejuízo do país, só porque não partiram da bancada da maioria! Assistimos frequentemente a longos e inúteis debates, por questões quantas vezes fúteis, em que uma bancada ou o governo propõe determinada lei que já tinha sido proposta pela agora oposição e que esta longamente debate a inconveniência de tal legislação que, num passado recente, tinha ela própria proposto aos deputados!!!
As lutas partidárias tornaram-se tão estéreis e ridículas como as partidas de futebol, onde impera o clubismo, o dinheiro, obscuros interesses económicos e não o interesse desportivo. A Assembleia transformou-se também num campo desportivo, onde imperam os interesses pessoais e partidários em detrimento dos interesses do país.
O deputado pode matar, roubar, ser pedófilo, etc., que está protegido pela tutelar Assembleia! Tem direito à impunidade! Ao deputado é permitido, dada a situação de desafogo económico do país, viajar em 1ª classe e subdividir as passagens para levar a família, a amiga e o gatinho. E ter ajudas de custo! Já não é ilegal porque o Dr. Mota Amaral propôs e permitiu a legalização da trafulhice. Aos políticos e aos administradores das empresas públicas são concedidas benesses que ao comum dos portugueses são negadas. Basta-lhes estarem sentados durante doze anos – e às vezes nem isso – sem produzir rigorosamente nada, para ter direito a uma choruda pensão vitalícia! Os ministros permitem-se o gozo de férias, quatro meses após o início de funções!!! O que não é permitido ao comum dos portugueses. Mas falam em acabar nos privilégios dos políticos…
Assistimos, já com indiferença, aos políticos prometerem a lua durante as campanhas eleitorais para depois de eleitos esquecerem as promessas que fizeram e com as quais conquistaram o eleitorado. Na vida civil chama-se a isso "publicidade enganosa" e os prevaricadores, se não tiverem "cunhas", são habitualmente punidos. Ao político, como não é responsável, tudo é permitido. É inimputável! O que para o comum dos cidadãos não é um adjectivo lisonjeiro.
Já ninguém acredita nos benefícios da subida dos impostos e do aumento dos investimentos públicos. Sabe-se, por experiência, que o aumento dos impostos vai servir para aumentar a classe política e alimentar as benesses que ela se atribui. Sabe-se, também por experiência, que os custos dos investimentos públicos "derrapam" sempre para benefício de quem os promove e não para benefício dos seus destinatários.No Orçamento Regional de 2008 a verba atribuída à ALRA é de 10.412.606 €. Esta enorme despesa significa 200.242 €uros por deputado que no próximo ano aumentará ainda!! São 40.500 contos por cada um destes inúteis, fora seguramente as chorudas pensões de reforma conseguidas, não pelo seu mérito mas pela subserviência ao seu chefe partidário, em apenas doze anos de preguiça! Recentemente foi eleito um jovem deputado, creio que ainda estudante universitário, cujo único mérito conhecido é o de ser filho do Presidente do Governo. Assim aos trinta e poucos anos terá direito a uma choruda pensão de reforma sem necessidade de trabalhar ou de ter preocupações! Seguramente que lá está para defender os interesses do povo…
Ser-se deputado deixou de ser uma função. Passou a ser uma profissão. Numerosa, bem paga e com direito a chorudas pensões vitalícias. Os deputados nos Açores são 52 para uma população de 241.763 habitantes. A manter-se uma proporção Lisboa deveria ter 2.150, os Estados Unidos 63.026 e a China 276.811 deputados. Alguns puristas, ainda assim, acham que temos poucos deputados. As despesas da Assembleia da República foram de 109.818.630 €uros (22 milhões de contos) !!!!!! Dividindo pelos 230 vorazes e inúteis deputados temos uma despesa de 477.472 € (95.724 contos!!!) por cada um dos elementos desta corja. A inacreditável reabilitação de Salazar e do Estado Novo, 40 anos após a sua morte, deve-se unicamente à conduta política e podridão destes "democratas" que se apoderaram do poder para se servirem a si e aos seus, transformando o próprio Estado no maior ladrão e caloteiro que o país conhece, muitas vezes a coberto da lei que eles próprios inventaram. Salazar, com todos os seus reconhecidos defeitos, nunca beneficiou a família ou a si próprio com benesses e privilégios monetários escandalosos. Sendo um ditador quem o impediria de o ter feito? Não o fez simplesmente porque era honesto. Não era democrata e não o escondia. Talvez menos pelo sistema em si, mas porque conhecia demasiado bem os nossos "democratas". Encobriu escândalos? Seguramente. Mas hoje a transparência democrática também o faz, quando não consegue através da inoperante justiça ilibar os criminosos. São os casos de óbvio enriquecimento dos detentores de cargos políticos sem que ninguém cuide de investigar como e porquê. São os casos dos faxes de Macau, da Casa Pia, dos McCann, das viagens fantasmas dos deputados, dos Isaltinos, dos Valentins, das Fátimas Felgueiras, das derrapagens nas obras públicas, etc, etc, etc,.
A negligência demonstrada enquanto detentores de cargos de responsabilidade, pagos a peso de ouro pelos miseráveis contribuintes, é premiada com o encobrimento quando não com a promoção. São disso exemplo os casos recentes dos gestores da CGD e do Banco de Portugal.A Democracia deixou de ser um objectivo e uma atitude perante a vida, para se tornar num álibi. Para se ser democrata não é só preciso ser-se eleito. É imprescindível ter uma mentalidade e comportamento democrático, que definitivamente não encontramos nos nossos políticos. Tudo é permitido porque afinal são democratas e dizem defender o povo e o país. Como é óbvio…
Para um país miserável, falido, sem indústria e sem agricultura, com 500.000 desempregados, tecnicamente em recessão e com 334 mil pessoas recebem rendimento social de inserção, fonte de inaceitáveis e injustificáveis abusos, é escandaloso este estado de coisas. Antigamente obrigavam-nos a pertencer à Mocidade Portuguesa. Agora obrigam-nos a subvencionar os partidos políticos, quer queiramos quer não, quer acreditemos neles ou não, quando numa verdadeira democracia deveriam ser os seus militantes a fazê-lo voluntariamente. Mal estaremos nós se tivermos de subsidiar todas as agremiações e empresas que se revelem improdutivas e não rentáveis, só para benefício dos insaciáveis que vorazmente se alimentam da política.
Já não surpreende ninguém, nem os próprios políticos, a cada vez mais elevada abstenção nos actos eleitorais. A meteorologia tem servido como explicação encontrada para justificar o desinteresse. Se há chuva é essa a razão porque os eleitores ficam em casa. Se faz sol é porque foram para a praia. Se está ameno será porque foram passear. Nunca pelo desencantamento, desinteresse e até revolta.Votar em quem? E para quê? Só pelo simples prazer de mudar de embusteiro e colaborar com esta corja? Não vale a pena…
Açoreano

Serviço de utilidade pública

Do blogue do Ramiro:
Professores P.S. que votaram contra:
Aldemira Pinho - por Faro
Jovita Ladeira - por Faro
Paula Barros - por Vila Real
Rosa Maria Albernaz - por Aveiro
João Bernardo
Fernanda Asseiceira de Santarém
Odete João - por Leiria
Ricardo Gonçalves - por Braga
Rosalina Martins - por Viana do Castelo
Jorge Fão - por Viana do castelo
Fernando Cabral - por Guarda
Isabel Coutinho - por Braga

Estão aqui: http://www.profblog.org/2009/01/afinal-foram-27-os-deputados-do-ps.html

Tenho pena.

A incompreensível e reprovável atitude de Manuel Alegre
"Manuel Alegre é contra este modelo de avaliação dos professores, já votou contra ele e diz que se mantém solidário com a luta dos sindicatos. Então, esta quinta-feira, vai votar novamente contra a lei, certo? Errado. Já votou uma vez contra mas não volta a votar, quer a suspensão do modelo mas não o vai suspender, exige a mudança da lei mas não é ele que a vai mudar.
Este estilo Manuel Alegre na versão Gato Fedorento não é novo. O deputado do PS diz que mantém a posição que o levou, em Dezembro, a votar contra o modelo, mas agora não o fará - apesar de "continuar solidário" - porque não se deixa "instrumentalizar". E o que é que o deputado entende por "instrumentalizar"? Ajudar a oposição a aprovar uma lei contra o Governo. Entre o início de Dezembro e o início de Janeiro houve uma mudança fundamental. Antes não havia hipótese de aprovar a lei que suspende a avaliação, agora há. Os portugueses já perceberam uma coisa: podem contar com Manuel Alegre para falar. Quando as suas palavras podem ter consequências, aí não contem com ele. É por isso que lhe chamam o deputado poeta".

Sábado

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Simplex

Na minha escola, não sei quantos ainda, assinarão um documento parecido com este alinhavo:

Perante o Decreto Regulamentar 1-A/2009 de 5 de Janeiro, torna-se necessário um esclarecimento da posição dos signatários deste documento relativamente à simplificação da avaliação.
Da análise do Decreto Regulamentar, verifica-se que se dispensa da avaliação da componente científica e pedagógica -a essencial- todos os docentes que apenas almejem o Bom para progredir na carreira e dispensando totalmente de avaliação alguns. Desta «dispensa» parcial ou total depreende-se que, ou este sistema não é exequível, ou todos os professores são, no mínimo, bons.
Todos desejam ser avaliados por um sistema credível e justo. Para isso, é necessário aferir da credibilidade da figura do avaliador, o que não acontece neste sistema. A seriedade de um modelo alternativo passa necessariamente pela alteração do Estatuto da Carreira Docente e revogação da divisão artificial entre professores titulares e professores.
Assim, os professores signatários manifestam o seu interesse em ser avaliados, mas não pelo presente modelo de avaliação do desempenho docente, por considerar que
1. O modelo previsto no Decreto Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro em vigor para os próximos anos nunca reuniu condições de exequibilidade, tendo sido um factor determinante na degradação do relacionamento interpessoal entre a classe docente e profundamente perturbador do clima escolar com reflexos negativos (directos e indirectos) no processo de ensino e aprendizagem;
2. Este modelo, ainda em vigor, encontra-se já completamente desvirtuado, por força da introdução de diferentes despachos e emendas, nenhuma delas resultado de uma discussão aberta e participada com a classe docente;
Pelo exposto, reitera-se a necessidade da avaliação, mas nunca por um modelo em fase de extinção. Mais se manifesta o direito a ser avaliado através de um modelo que seja justo, testado, simples, formativo e que, efectivamente, promova o mérito pela competência científico-pedagógica, mas sem diferenciação de natureza administrativa.
Os professores avaliadores signatários deste documento esclarecem que suspendem a sua avaliação, mas encontram-se disponíveis para cumprir as suas obrigações legais no que se refere à avaliação de outros professores.
Foram retiradas ideias daqui e daqui.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

Apoiado!

http://educar.wordpress.com/2008/12/19/resistencia-parte-2-escola-secundaria-de-barcelos/#comment-149187



Qualquer dia ainda começo a ter actividade partidária, só para poder destronar «este» PS.

Já há mais sondagens...
Continuo a considerar (sem qualquer tipo de subjectividade!) que a mais correcta é a da AXIMAGUS.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Anedota do dia

Na TSF:
Ontem às 22:42

O secretário-geral socialista definiu, esta quarta-feira, o PS como um partido sem problemas de identidade, assumindo-se como «popular», da «esquerda democrática» e «moderada». Sócrates disse ainda que o seu Governo foi quem fez mais políticas sociais em 30 anos.
José Sócrates diz que o PS não tem problemas de identidade

««A nossa governação serviu e honrou a história do PS, porque o PS sempre foi assim. (...) Os portugueses sabem bem quem nós somos. Somos o grande partido popular da esquerda democrática e da esquerda moderada em Portugal», disse José Sócrates.
«É isso mesmo. Vou dizer mais uma vez. (É QUE À PRIMEIRA NINGUÉM ACREDITOU) Este partido é a esquerda democrática e moderada em Portugal, e é um grande partido popular», repetiu, numa clara demarcação do eventual projecto de união entre as forças de Manuel Alegre e do Bloco de Esquerda. As palavras de José Sócrates foram proferidas no jantar de Natal do grupo parlamentar socialista, do qual Manuel Alegre esteve ausente alegando motivos de doença.
O secretário-geral do PS defendeu também que foi o seu Governo quem criou mais políticas sociais nos últimos 30 anos e antecipou que as desigualdades sociais «vão continuar a baixar» no próximo ano. «Nos últimos 30 anos, não me lembro de terem sido criadas tantas políticas sociais como com este Governo», disse, acrescentando «orgulhar-se» por liderar um Executivo «com consciência social».

_____________________________________


Do Terrear:
palavras de Manuel Alegre, Diário Económico, 15/12, p. 36
Educação: "Há qualquer coisa de obstinado e cego e surdo quando se insiste numa avaliação por portas administrativas que penalizam a escola pública".
Economia: "Há qualquer coisa que não bate certo num país onde 18% dos portugueses vivem no limiar da pobreza e uma minoria de gestores ganha milhões em prémios e salários".
Trabalho: "Há qualquer coisa do avesso quando o novo código do trabalho é elogiado pelo presidente da CIP."
Estado: "Há qualquer coisa de indecoroso na promiscuidade do exercício entre cargos públicos e privados."
Banca: "É preciso coragem para não gastar dinheiros públicos a salvar o BPP que administra grandes fortunas".

Vou seguir estes conselhos

Encontrei no blogue dos Proflusos.

"Isto não é só para os que pretendem reformar-se por insanidade. Também se encaixa para outras situações.
Seguem-se algumas estratégias para mostrar e manter um certo nível de insanidade...
1. Na hora de almoço, sentem-se no vosso carro (estacionado), ponham uns óculos escuros, 1 caneta em cada narina e apontem um secador de cabelo para os alunos que passam. Vejam se eles param ou fazem comentários.
2. Sempre que alguém vos pedir para fazerem alguma coisa, perguntem se querem batatas fritas a acompanhar.
3. Encorajem os vossos colegas a fazer uma dança de cadeiras sincronizada convosco, na sala dos professores.
4. Coloquem o recipiente do lixo (da sala de aula), sobre a mesa do professor e escrevam nele: "Entrada de Relatórios e outros trabalhos".
5. Desenvolvam um estranho medo a agrafadores, fotocopiadoras e impressoras.
6. Ponham café descafeinado na máquina de café, durante três semanas. Quando todos tiverem perdido o vício da cafeína, mudem para café expresso.
7. No verso de todos os vossos cheques, escrevam: "Referente a suborno".
8. Sempre que alguém vos disser alguma coisa, responda: "Isso é o que tu pensas".
9. Terminem todas as vossas frases com: "De acordo com a profecia".
10. Ajustem o brilho do vosso monitor para o ní­vel máximo, de forma a iluminar toda a área de trabalho, na sala de professores. Insistam com os outros de que gostam assim.
11. Não usem pontuação nos vossos textos.
12. Sempre que possível, saltem em vez de andar.
13. Perguntem às pessoas de que sexo são. Riam, histericamente, depois delas responderem.
14. Descubram onde o vosso PCE (ou coordenador de departamento) faz compras e comprem exactamente as mesmas roupas. Usem-nas um dia depois do vosso PCE as usar. Tem, ainda, mais impacto, se o vosso PCE for do sexo oposto.
15. Mandem emails para os restantes colegas do vosso departamento ou escola, dizendo o que estão a fazer, em cada momento. Por exemplo: "Se precisarem de mim, estou na casa de banho"."

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sondagens

Se eu fizesse uma sondagem, os resultados seriam muito diferentes destes:

Pessoalmente, sem qualquer rancor, muito objectivamente, para mim, a meu ver e na minha opinião, a mais credível é a da Aximage. Mas se surgir outra, com valores que me pareçam melhor, acreditarei nessa, porque, efectivamente e sem qualquer dúvida, será mais credível.

Muita Lata!

Hoje, já não consigo ver mais testes...
Resolvi ir dar uma volta pelos blogues. O que é que descubro difícil de acreditar? Isto:

Almeida Santos 8 de Dez. 2008:
«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas»,«…talvez seja melhor não obrigar os deputados a votações em vésperas de fins-de-semana, na Assembleia da República»
«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República»
«No meu tempo não havia votações à sexta-feira, porque já sei que é a véspera do fim-se-semana. Os deputados são humanos, não são máquinas»
E os outros portugueses são o quê?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Devida Comédia

de Miguel Carvalho, na Visão

Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.

A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.
Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Hoje fiquei a saber que uma menina de 5º ano que por acaso bateu numa funcionária (estará isto relacionado com a informação seguinte ou não terá nada a ver?) recebeu do pai 600€ para comprar um telemóvel de presente de Natal e dar presentes às amigas. Isto é normal?!!!!!!!!!
Prefiro o que os meus me davam: o seu exemplo, uma lamparina aqui e ali... e alguns «nãos». Não sei, mas não me parece que seja frustrada, complexada, sem auto-estima. Os meus maus pais fizeram-me bem -e tive/tenho dois pares- Por isso repito o padrão para a descendência. Lembrei-me deste texto que recebi por mail há já uns bons tempos atrás.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Estou farta

Paulo Rangel deu, hoje, uma conferência de imprensa onde fez saber que o PSD vai apresentar um projecto de Lei que, a ser aprovado, vinculará o Governo a suspender a avaliação de desempenho. Segundo o líder do grupo parlamentar social-democrata, trata-se de um diploma "ainda mais consensual" do que o do CDS-PP e que não é apenas uma recomendação, mas "um projecto de lei que vincula o Governo" caso seja aprovado. "O PSD subiu a parada, passou do projecto de resolução para o projecto de lei", sublinhou. "Isto é o primeiro grande sinal, um sinal de responsabilidade colectiva, de uma forma diferente de estar na política, de assumir as consequências dos erros e tudo isto foi aceite pelo grupo parlamentar no sentido de dar uma satisfação aos portugueses quanto à situação que ocorreu", concluiu Rangel.
Paulo Rangel ressalvou que, "naturalmente que, se entretanto se conseguir uma solução alternativa -- há negociações em curso (NÃO HÁ NÃO. É TUDO A FAZER DE CONTA!) que terão, aliás, hoje algum desenvolvimento - naturalmente que o PSD estará disponível para responder a essa situação retirando o seu projecto se houvesse um acordo".
Espero poder voltar a confiar nos políticos - do PS também. Que os Homens, sejam eles de que partido sejam, votem EM CONSCIÊNCIA, não por um partido, mas por uma ideia. Que essas coisas de «disciplina de voto» mais não são do que fascismo ou comunismo ditatorial.
Eu faço, apesar de todas as dificuldades que arrastará, uma GREVE POR TEMPO INDETERMINADO. (...mesmo que tenha de continuar a dar aulas aos meus alunos sem as contabilizar, nem assinar.)
(É extraordinariamente ridículo, pela radicalização, pela incapacidade de objectivar , mas eu sinto ÓDIO pelos 3 do ME. ÓDIO de cada vez que os vejo a debitar a cartilha do costume. Tenho 45 anos, supostamente já devia ter juízo - nunca «odiei» ninguém e escolher um trio destes é uma clara manifestação de menoridade, eu sei. Mas ainda estou em crescimento interior e sei que lhes perdoarei um dia.)

Felicidade

Curiosamente, depois das minhas carpidelas de ontem, hoje, uma colega que se reformou o ano passado (com penalização) estava na reprografia em amena cavaqueira quando entrei na escola.
Fui cumprimentá-la para saber «novidades» e como se «sentia».
Vocabulário que utilizei: Mágoa? Saudades?
Resumo da resposta: Felicidade. «De joelhos perante Deus e de pé diante dos homens.»
PS (salvo seja) A minha filha mais velha perdeu já uma das professoras para a glória da fuga à pena (daquelas que adoram dar aulas) e outra está já só à espera.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Desistir? Sobreviver?

A um post do Paulo que apontava para o blogue de José Matias Alves onde se questiona quem beneficia com esta reforma, um dos comentários é este:

laranjalima Diz: Dezembro 10, 2008 at 1:26 am
Quem beneficia com esta reforma?Pensando bem, não sou eu que perco mais!
Tenho pensado bastante sobre esta questão nos últimos tempos, e à conclusão que cheguei é que nem sequer são os professores quem mais perde.
Os professores, porque estão no terreno têm uma percepção da catástrofe muito maior do que a generalidade das pessoas. Por isso reagiram e procuraram por todos os meios denunciar o que se estava a passar. Neste processo apercebi-me de um tal preconceito em relação à classe que impede as pessoas de pararem para ver além do nevoeiro que a avaliação lançou sobre a discussão em torno da Escola Pública que está a caminhar para o abismo.
Eu,cansei! Aplaudem a ministra porque gostam da escola fábrica que lhes “guarda” os meninos o dia inteiro, dos professores “facilitadores das aprendizagens”, de um sistema em que os meninos matriculam-se e acto contínuo estão passados, de uma escola onde cresce a olhos vistos a indisciplina e autênticos gangs organizados lançam o terror nos recreios e à saída da escola… e se eles gostam porque vou eu contrariá-los? Não sou eu a responsável pelos excluídos do futuro. Só me preocuparei a sério se as escolas privadas desaparecerem porque, aí sim, o futuro dos meus filhos está em risco.
A minha filha mais velha sairá do sistema no ano que vem. A mais nova daqui a 3 se tudo correr bem.
Eu já ando a pensar que rumo dar à minha vida profissional se «esta» escola e «este» sistema vingarem. E nem acho que seja «desistência»: será mais «sobrevivência». Ou melhor, «desistência» do país e «sobrevivência» pessoal, porque não sou mártir, parva ou eduquesa nem, tão pouco, política, para poder andar a fazer de conta.
E tenho muita pena de não acreditar nos políticos. Com estes exemplos recentes, quem pode?

Reformas

Alguns, são reformas. Na parte final, no entanto, são fugas.
E eu, para não apanhar, não posso - nem com penalização.

Igualdade

Eu hoje estou um bocadinho parva. Mas quando nos começa a chegar muito próximo o mau cheiro, sentimos necessidade de desodorizar o ambiente.
Quando optei por ser professora sabia, à partida, que teria de lidar com todo o tipo de miúdos. Daí que tinha por hábito surgir de início como «muito má» para terem primeiro medo que depois, com o tempo, passava a respeito. Era assim que entrava nas primeiras aulas do ano. Má. Como tenho estado com os mais velhos, não tem sido necessário nada disto, porque ou já ouviram falar de mim (é um meio pequeno) ou já são crescidinhos o suficiente para não estarem com palermices.
Mas, este ano, já por 3 vezes, miudinhos pequenos se vêm «meter» comigo. Com esta fantástica lei de os fumadores terem de sair do recinto da escola para fumar, faço-o junto ao portão de entrada. Da 1.ª vez, a chover, um imberbe sai do grupinho de 4 onde estava e pede-me para se abrigar debaixo do meu chapéu-de-chuva. Fico espantada, mas digo-lhe que sim. Lá se «instala»,mas de repente põe-se à minha frente, aponta para o cigarro e começa a articular qualquer coisa sobre o cigarro que eu estava a fumar. Só me saiu um «desaparece!» áspero, agreste, definitivo. Desapareceu. Da 2.ª vez, estava para abrir a porta da minha sala de aula e um pequenino, mas pequenino mesmo, passa entre mim e a porta, pára, olha para mim e dispara um olá. Soou-me a algo desafiador do tipo «tão a ver que eu consigo?» para os amigos. Apontei-lhe um dedo ao nariz, bem pertinho, e perguntei-lhe muito baixinho de onde é que me conhecia para me estar a cumprimentar. Articulou umas meias palavras misturadas com o engolir em seco e saiu-me da frente. Hoje, porque não há duas sem três, de novo cá fora a fumar, vem um espertinho (que nunca vira mais gordo) pedir-me para eu lhe dar a mão (que tinha no bolso) porque me queria mostrar um novo aperto de mão que ele tinha inventado com os amigos. Passei-me. Como ao primeiro, disse-lhe «desaparece». Acrescentei que «estou no meu intervalo, quero paz, e não quero ser importunada por quem não conheço. Voltou para junto dos amigos e de lá ficaram a comentar bamboleando-se, fazendo-me lembrar aqueles gangs dos filmes americanos, tendo um dito que «também estamos no intervalo». (?). Ainda ruminei sozinha mais umas palavras do tipo «Mas que disparate é este?».
Será que tenho um ar mais «manso» com a idade? Porque nunca nenhum aluno se chegou a mim desta forma. Nunca. Isto assusta-me um pouco.
Quem são estes miúdos? Perguntei ao funcionário do portão. São dos CEF.
Estes miúdos há uns anos não estavam na escola. Estariam em outro tipo de instituição, havia uma aqui perto, onde eram acompanhados com monitores, ou a trabalhar. (Um deles é o que quer, mas não o deixam).
Fiquei mais «descansada». Não sou eu que estou mais «mansa». São estes que não respeitam ninguém, porque não sabem. Nestes, ninguém tem mão. Estes fazem o que querem. Mesmo reprovados por faltas e sucessivas provas de recuperação sem resultados são obrigados a manter-se na escola, a ir às aulas (?). Que fantástico Estatuto do Aluno! Estes batem nos colegas, (dois já foram uns dias suspensos para casa), estes (que qualquer dia me batem a mim) desobedecem a ordens, insultam e dizem asneiras grossas de boca cheia e regozijados pelo espanto com que se olha para eles, estes não podem ser expulsos. Independentemente do que façam, de como se comportem, das regras de convivência por que se rejam, do exemplo que dêem aos outros. Têm os mesmos direitos dos que se comportam bem, que não agridem ninguém, que seguem as regras básicas. Bela igualdade esta!
É o estertor da escola republicana, como lhe chama José Luiz Sarmento...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Este ME é INACREDITÁVEL!

Depois de a plataforma de sindicatos ter desconvocado as greves da próxima semana num gesto de boa vontade, de abertura para uma renegociação com o ME que a isso se dispôs - com o que rejubilei (e cheguei mesmo a ver uma luz ao fundo do túnel) - recebo no meu mail, por pouco não vomitando:

----- Original Message -----
From: <DGRHE.MEducacao@dgrhe.min-edu.pt>
Sent: Friday, December 05, 2008 9:50 PM
Subject: Esclarecimento - Avaliação de desempenho
> Esclarecimento>
> 1 - Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.>
> 2 - Os sindicatos neste processo não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o Ministério da Educação (ME) dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.>
> 3 - O ME, mantendo a abertura de sempre, que já conduzira ao Memorando de Entendimento com a plataforma sindical (ver infra), respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta. >
> 4 - Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho, que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.> >
> Informação complementar>
> 1 - "Uma avaliação séria melhorará a escola" - discurso da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, na Assembleia da República, em debate sobre a avaliação de desempenho, em http://www.min-edu.pt/np3/2923.html.>
> 2 - Notas sobre um modelo de avaliação que protege os professores, em http://www.min-edu.pt/np3/np3/2905.html.>
> 3 - Dossier Avaliação do Desempenho Docente, em http://www.min-edu.pt/np3/193.>
> 4 - Memorando de Entendimento entre o Ministério da Educação e os sindicatos em http://www.min-edu.pt/np3/1900.html.> >
> Lisboa, 05 de Dezembro de 2008.> >


É PRECISO NÃO TEREM VERGONHA NENHUMA NA CARA!

SE FOR MARCADA UMA GREVE SEM PRAZO, FÁ-LA-EI!!!!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ao seu estilo habitual

“As principais vítimas desta insistência são os próprios professores. Se não forem avaliados, estão a deitar fora dois anos de serviço e não progridem”.
Jorge Pedreira
A bem na nação.
Desde 2005 que estou congelada. Em Julho de 2006 teria tido um aumento líquido de cerca de 100 euros com a transição para o antigo 8.º escalão, novo 5.º. Até hoje tiraram-me à volta de 3000 euros líquidos (100€ x 30 meses - sem contar com os subsídios).
Como nunca concorrerei a titular (porque não concordo com as funções que lhe são atribuídas, nem com o estatuto que nos divide) só poderei aspirar a passar para este 5.º escalão que será o meu topo da carreira.
Afinal, se já subsisti até aqui, subsistirei muito bem. Tem de se dar utilidade aos cintos.
A dignidade não se vende.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Certificação ou «Vergonha Nacional Institucionalizada»

http://ocantinhodaeducacao.blogspot.com/2008/12/o-presidente-da-agncia-nacional-para.html

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=118511&tab=

Que tristeza esta gente que nos governa que faz da mentira militante a sua bandeira.

Greve a 3 de Dezembro

Porquê? Porque NUNCA a escola pública esteve tão mal desde que a conheço. Porque o que se antevê consegue ser ainda pior. Porque sinto que a lucidez anda finalmente por aí.

Os programas

deviam ser mais claros, curtos, explicítos e menos eduqueses.


Não sei das outras disciplinas, mas o segundo passo seria reformular o programa de Português do Secundário:

Substituir isto ...
Para realizar a interacção entre as diferentes competências, seleccionaram-se vários tipos de textos em que há uma evidente articulação entre protótipos textuais (narrativo, descritivo, argumentativo, expositivo-explicativo, injuntivo-instrucional, dialogal-conversacional) e textos das relações dos domínios sociais de comunicação (relações educativas, relações profissionais, relações com os media, relações gregárias e relações transaccionais). Desta forma, a tipologia textual prevista para o ensino secundário adquire uma dimensão praxiológica, permitindo abordar textos que, cabendo numa das categorias de protótipos textuais, preparam os jovens cidadãos para uma integração na vida sociocultural e profissional. As várias competências poderão ser desenvolvidas e explicitadas a partir dos textos previstos com o objectivo de consciencializar os alunos para a língua e, consequentemente, para a cultura de que são portadores e que lhes serve de instrumento fundamental à interacção com o mundo. Espera-se, pois, que o aprofundamento das estratégias de recepção e produção dos textos orais e escritos permita aos jovens do ensino secundário um domínio mais completo e consciente do sistema linguístico de que são utilizadores.

...um pequeno exemplo dos intróitos do Programa de Português do Ensino Secundário por isto:
.Análise e interpretação de diferentes tipos de texto.
.Produção de diferentes tipos de texto.

Ou isto...
A formação dos alunos para a cidadania, competência transversal ao currículo, é também uma competência do Português, já que a inserção plena e consciente dos alunos passa por uma compreensão e produção adequadas das funções instrumental, reguladora, interaccional, heurística e imaginativa da linguagem. A tomada de consciência da personalidade própria e dos outros, a participação na vida da comunidade, o desenvolvimento de um espírito crítico, a construção de uma identidade pessoal, social e cultural instituem-se como eixos fundamentais nesta competência. Estes factores implicam a promoção de valores e atitudes conducentes ao exercício de uma cidadania responsável num mundo em permanente mutação, onde o indivíduo deve afirmar a sua personalidade sem deixar de aceitar e respeitar a dos outros, conhecer e reivindicar os seus direitos, sem deixar de conhecer e cumprir os seus deveres. Trata-se, em suma, de levar o indivíduo-aluno a saber viver bem consigo e com os outros.
...que pura e simplesmente apagava.

No que respeita a afirmação pessoal, considera-se que a Escola deve estimular no aluno o autoconhecimento e a expressão de si, pelo que deve instituir práticas de produção oral unidireccional (aluno -> alunos/professor) que dêem lugar a manifestações individuais e adoptar estratégias que visem o descondicionamento da expressão e a procura da dimensão lúdicocatártica da palavra, promovendo o desenvolvimento desta competência.
... isto também.

76 páginas. Tanta coisa supérflua que ninguém lê, que lá está, mas não se percebe bem para quê, que enrola e enrola, num discurso intelectual prolixo, que nada de novo traz, a não ser número de palavras.
Bastava uma listagem dos conteúdos. Só. Simples.